Capítulo 16

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(SEM REVISÃO)

CADU

Faz dois meses que a Luana veio para casa, tem sido dias incomuns na minha vida, ser pai é diferente de tudo que imaginei, tem dias bons e graças a Deus são a maioria, mas não posso negar que tem dias muito difíceis. Percebemos que às vezes a lua tinha crises de ansiedade, chorava a noite e tinha pesadelos então começamos com o acompanhamento psicológico. Ela ficou retraída depois disso e a Denise estava para se corroer em preocupação, mas com jeitinho conseguiu arrancar o que estava preocupando aquela pequena, quase não acreditei quando a Denise me contou que a Luana com medo da gente devolve- la para o abrigo porque na cabecinha dela estava dando muito trabalho pra gente. A Lua às vezes demonstra ter muito mais maturidade que qualquer outra criança de oito anos, mas ao mesmo tempo ela se demostra bastante imatura para algumas questões simples, sei que isso é consequência das coisas pelas quais passou enquanto morava na rua e quase desesperador saber que eu não posso tirar essa carga dela.

Escuto a buzina atrás de mim e deixo esses pensamentos de lado e me concentro no transito, dirijo rápido, pois já estou dez minutos atrasado para pegar a Lua no colégio, na nossa rotina era a Denise que a buscava na escola porem agora as coisas precisaram mudar, pois a Denise precisará da aulas pela manha inteira sou eu quem vai leva e busca a pequena no colégio isso é ótimo porque estará fazendo com que nós fiquemos mais próximos.

A Lua ainda não se dirige a nós dois por pai e mãe somente tio Cadu e tia Denise, essa alias anda muito ansiosa para mudar o status de tia para mãe, fizemos até uma aposta, mas eu sei que a Denise vai ganhar pois as duas tem uma ligação muito forte qualquer um pode ver que foram feitas uma para a outra, o amor e nítido a distância. Mas comigo é diferente a Luana ainda tem um pouco de vergonha percebi isso nos primeiros dias que ficamos sozinhos em casa, mas com calma estou tentando ganhar a confiança dela. hoje dentro do carro ela não falou uma palavra sequer comigo, mas coloquei uma musica animada que sei que ela gosta e viemos os dois cantando durante o trajeto, já entendi que precisamos ter paciência e esperar o tempo dela.

Desço do carro e apresento na portaria o cartão de identificação que libera a entrada no colégio. Olho para aquela confusão de gritos, risadas e crianças correndo e fico perdido. Uma simpática moça aparece e eu explico que vim buscar a Luana, ela me aponta a direção e vou atrás da princesinha. Ela esta sentada em um banco parecendo triste, merda será que é por que eu me atrasei? Vou andando rápido para ela quando noto as outras meninas que parecem estar rindo dela, Lua se afunda cada vez mais no banco e coloca as mãos no rosto, chego a ela e me agacho até ficar da sua altura.

- Hei princesinha o que ouve?- falo tirando as mãos do seu rosto

- Papai você veio- Papai? Ela me chamou de papai! E ela me fala com tanta emoção na voz que fico sem saber o que dizer por um instante. Seria muito ridículo um homem de um metro e 80 chorando no pátio de uma escola? Porque essa é minha vontade por está ouvindo ela falar papai pela primeira vez.

- Claro que eu vim filha, só me atrasei um pouco você me perdoa?

- Sim! Olha Michele esse e o meu papai, eu não sou garota de rua tenho um papai e uma mamãe e ele parece um príncipe.

- como é que é? Quem falou que você e uma criança de rua?- pergunto com voz seria e as pestinhas tem a cara de pau de saírem correndo- filha me diz tem alguém mexendo com você?

- A Michele e a filha da diretora Areta lá do abrigo, ela nunca gostou de mim e sempre implica, quando eu vim pra essa escola ficamos na mesma sala e ela escutou a mãe dela dizer que eu era uma garota de rua imunda e sem pais que não deveria esta misturada com as outras criança que a tia Denise está fazendo caridade . Ela espalhou pra toda escola e todo mundo fica me dizendo que eu não tenho pais - ela fala com lagrimas nos olhos - você ficou bravo por que eu disse que você era meu pai?

- meu amor, você me chamar de pai foi a coisa mais especial de toda minha vida- ela da um sorriso ao ouvir isso- eu estou muito bravo, mas não é com você, agora vamos vou te dar um sorvete enorme de morango. Mas não conta pra Denise.

Saio com ela saltitando ao meu lado dando thauzinho para varias crianças. Eu com certeza vou voltar aqui hoje, mas será pra foder com a vida dos responsáveis que deveriam estar atentos para que essas coisas não acontecesse, a Luane esta claramente sofrendo bullying e isso é inadmissível, eu pago uma fortuna nessa escola de merda porque achamos que seria um lugar perfeito para a Luane, pesquisamos varias escolas e aqui era onde achamos que ela estaria segura mas percebo que nos enganamos.

***

Chegamos em casa e a Lua foi direto para o banho, entro na cozinha e me assusto quando vejo a Denise esquentando o almoço.

- Não sabia que você já estava aqui, não vi seu carro na entrada.

- Ele não ligou.

- Como assim ele não ligou?

- Simples assim, entrei e ele não ligou o tanque esta cheio pois abasteci ontem então eu não sei o que aconteceu, tive que ligar para o seguro. Eu vou precisar que você vá até a oficina ver isso pra mim pois eu estou trabalhando em uma nova coreografia e estou sem tempo nem pra respirar essa semana, Cadu você parece distraído- ela chama minha atenção e percebo que realmente quase não escutei o que ela falou.

- A Luane me chamou de pai- falo e um grande sorriso se abre em meu rosto, a Denise se vira tão rápido que me lembra a garota do exorcista virando o pescoço, não me aguento e caio na gargalhada.

- Aff você estava brincando- ela interpreta pela minha risada.

- Não, eu to rindo da cara que você fez, mas a parte dela me chamar de papai foi real.

- Que injusto, eu não to acreditando! É sempre assim a gente se sacrifica pelos filhos e eles preferem os pais - ela fala e começa a chorar o que me faz rir mais, porém vou para perto dela e a baraço- não fica assim, tenho certeza eu sua vez vai chegar;  agora o mais importe é você lembrar que eu ganhei a aposta.

- Ai Cadu que ódio é tudo culpa desse seu charme - ela começa a distribuir tapas pelo meus braços- você sabe que eu sou ciumenta.

Eu começo a correr pela cozinha contornando a ilha central e ela vem atrás de mim gritando que me detesta, que vai me afogar na pia e que eu sou um falso. Eu só faço rir cada vez mais.

- Mamãe vocês estão brigando? - Lua pergunta da porta da cozinha com os olhinhos arregalados

- Não filho é só que o seu pai...- Denise para de correr atrás de mim e da a volta parando de frente com a pequena e se ajoelhando pra ficar da altura dela- você falou o que?

- Perguntei se vocês estavam brigando.

- Não meu amor antes disso você me chamou de que?

- mamãe? Você não gostou?

- Eu ameiii - ela grita e puxa a menina a enchendo de beijos, eu fico completamente encantado com a cena pego o meu celular e tiro varias fotos - eu amo você minha pequena Lua.

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Ola, 

eu gostaria de pedir descultas por andar sumida com as postagens desse livro, mas o livros  "nosso Ritmo" estava em uma fase mais tensa de se escrever e eu precisei me dedicar totalmente  a ele por um tempo. mas agora as postagens vai voltar ao normal por aqui.

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