Capítulo 6

413 61 166
                                    

DENISE

Chego a cede da Meneses advocacia e um gelo toma meu estomago afinal de contas fazem cinco anos, meu instinto primário pede que eu dê as costas e saia correndo mas procuro me manter firme e forço minhas pernas a entrarem. A recepção e bonita, fria e cheira a coisa cara tem duas atendentes e vou ate uma delas.

- Por favor gostaria de falar com o Carlos Eduardo Antunes.

- Você tem hora marcada?- ela pergunta com cara de tédio

- Não, mas..

- Sem hora marcada não posso fazer nada pela senhorita

- Por favor comunique a ele que a Denise está aqui.

- Olha eu não vou incomodar um dos chefões por nada, ele é muito ocupado e não recebe mais qualquer caso então se você não tem hora marcada ele não vai te atender.

Já não estou em um momento legal meus nervos estão a flor da pele e é uma péssima ideia essa mulher me irritar agora, abro a bolsa e tiro minha carteira de motorista de dentro e a ergo frente ao rosto dela.

-mas o que é isso?

- somente leia o que diz o documento- ela revia os olhos antes de começar a ler e até a atendente ao lado vem verificar, a medida que seus olhos passam pelo documento ambas vão ficando pálida.

- prontinho então agora avise ao meu marido Carlos Eduardo que eu estou aqui para falar com ele.

***

CADU

- E para encerrar a reunião eu gostaria de parabenizar o Carlos Eduardo pela vitória no caso "Sodré" como forma de agradecimento a família mandou esse lindo café da manha para todos nos tudo feito de forma caseira pela senhora Rodrigues, parabéns mais uma vez Carlos Eduardo com mais essa você só confirma que é  um dos jovens advogados mais promissores do país.

Apena faço um meneio com a cabeça agradecendo as palavras do Otávio sobre o caso de ontem. Uma família processava a empresa de construção onde o marido trabalhava antes de ser morto em um acidente de trabalho por falta de material de proteção adequados. A empresa alegava que eles forneciam os equipamentos e que o senhor Rodrigues que se recusava a usa-los, mas eu consegui provar que a Sodré engenharias além de não fornecer os materiais adequados ainda mantinha funcionários trabalhando em jornadas de trabalho exaustivas. Fui um caso difícil a empresa recorreu por varias vezes para não pagar a indenização, mas ontem o juiz deu a sentença final favorável a família.

Todos se levantam e vem me cumprimentar, vejo que a maioria são sinceros, mas outros quase não disfarçam a inveja e o descontentamento e tudo que eu faço nesse caso é dar um sorriso irônico. Fico por algum tempo na sala de reuniões mas assim que posso saio e volto para a minha sala e começo a trabalhar, mas momentos depois a porta é aberta e Otávio entra.

-Cadu você tem que ser mais sociável, parte do trabalho é criar alianças.

- Eu sei mas as vezes não consigo aguentar a hipocrisia de alguns, viu a cara do Duarte? Ele poderia me matar se estivesse armado.

-Essa é uma consequência da carreira que você esta traçando, seu nome esta cada vez mais conhecido no meio jurídico e eu sei bem que você anda recebendo propostas de outros escritórios...

- Você sabe que eu não aceitaria, eu não vou abandonar você, mas quero que fique ciente que a advocacia Medeiro me ofereceu o triplo do salario.

- Bando de abutres, o que eles não sabem é que você é meu herdeiro direto.

-Na verdade eles sabem por isso seria mais prazeroso me tirar daqui, faria os olhos de todos brilhar ao saber que a firma é tão boa que eu prefiro trabalhar com eles em detrimento do lugar onde serei herdeiro.

Na Ponta Dos Pés Onde histórias criam vida. Descubra agora