Capítulo 3

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(SEM REVISÃO)

Denise

Minha aula termina e até as alunas notaram que eu não estou bem, na verdade hoje eu queria só ficar em casa, no meu quarto com o ar condicionado ligado enquanto eu fico embaixo das cobertas em posição fetal comendo uma barra de chocolate. Suspiro pela saudade do que não vivi.

Estou preparando a sala para minha próxima aula quando alguém bate na porta me viro e dou de cara coma Clair e com a Cris.

- querida como você esta?- Cris fala e já vem me abraçando, ela tem os melhores abraços e me sinto verdadeiramente confortada.

- bem eu não estou, mas a cada ano fica mais fácil, já faz tempo que aprendi a conviver com a saudade, mas em certas datar ela aperta.

- sinto muito por você ter que vir hoje meu bem, mas eu realmente não achei ninguém para colocar no seu lugar.

- eu sei Clair, a Teresa me ligou explicado que não poderia me cobrir hoje de manhã, mas a tarde ela vai vir.

- você vai pro shopping?

- vou sim, me faz bem e..- antes que eu termine de falar alguém bate na porta que esta aberta chamando nossa atenção. Elisa, a recepcionista, entra e me entrega uma caixinha. Abro curiosa e dentro tem um pedaço de torta de morango a minha favorita, alguns bombons e um sonho de doce de leite. Pregada na caixa a um cartão onde está escrito:

"Para adoçar um dia melancólico om amor Mirella e Teresa"

- as meninas são mesmo umas fofas – a Cris fala e eu só consigo balançar a cabeça, pois minha garganta estava embargada pelas vontade de chorar.

- você vai ficar bem?- Clair questiona quando percebe que as primeiras alunas estão chegando e eu balanço a cabeça afirmando- eu também sinto a fala dela, e pelo que conhecia minha amiga ela teria muito orgulho de você Denise.

Abraço a Clair bem apertado e sinto também os braços da Cris ao meu redor e isso me faz bem, quem sabe hoje o dia possa melhorar.

***

- Então foi isso  policial, eles estavam tentando fazer mal a menina eu não pensei duas vezes e tentei ajudar- já estou a mais de quarenta minutos aqui no hospital esperando notícias sobre a garota, já respondi varias perguntas dos policiais o que vai me deixando mais nervosa a cada minuto, percebo que eles não parecem muito dispostos a ir atrás dos garotos que tentaram a machucar. O que me deixa muito puta.

Mas não tenho a oportunidade de falar nada pois vejo a médica vindo.

- Oi boa noite, como a menina está?

- Bem, ela bateu a cabeça por isso teve uma leve concussão mas nada preocupante, nesse sentido. O que realmente me preocupou e o estado que ela se encontra. Ela apresenta um severo quadro de desnutrição e desidratação, por isso realizei vários exames e a deixei no soro.

-mais tarde ela pode receber alta. E por isso precisamos localizar a família dela, ela tinha escondido em um bolso uma sacolinha com uma foto e a certidão de nascimento dela.

- isso fica com a gente por enquanto- um dos policiais fala e a médica entrega os itens a ele- o conselho tutelar foi avisado e logo mais uma assistente social estará aqui.

- doutora eu poso ficar com ela? Tenho pena dela ficar lá sozinha.

- não é usual permiti que alguém de fora da família acompanhe pacientes, mas dada as circunstâncias vou autoriza.

Entro no ambulatório do hospital onde a menina esta deitada em uma maca com uma bolsa de soro ligada a seu braço magrinho.

- infelizmente hoje o movimento está grande e não temos quartos disponíveis por isso ela terá que ficar aqui mesmo- a médica me explica.

- sem problemas, obrigada por tudo.

- a enfermeira virá  quando o soro acabar. – e assim ela sai me deixando sozinha com a garota.

Confesso que estou com um pouco de frio e incomodada com minhas roupas molhadas, mas tento não pensar nisso enquanto me sento em uma cadeira perto da maca, pego meu celular e vejo que já são quase 21:00 horas , resolvo mandar uma mensagem no grupo das meninas falando o que aconteceu. Não demora muito e sou bombardeada de questionamento, conto tudo em detalhes pra elas, estou distraída com isso quando alguém toca me ombro.

- olá, boa noite eu sou a Larissa assistente social.

- boa noite, meu nome é Denise.

Ela me pede para contar os fatos para que preencha seu relatório e pela terceira vez naquela noite conto em detalhes tudo que aconteceu, mas mais que isso conto toda a históriada minha busca pela menina e da sua situação que imagino que seja de rua.

- bem nos a conhecemos, ela tem registros pelo sistema, uma longa ficha de registos essa garota nos da trabalho.

- serio como assim?

- me desculpe não posso dar detalhes do caso da menor, mas digamos que ela é boa em fugir. – posso saber pelo menos o nome dela?

- sim, ela se chama Luane Santos de Jesus.

- ela mora mesmo na rua? Não tem família?

- você está querendo me arrancar mais informações do que posso te responder.

- não, olha há dias eu venho procurando por essa menina, não sei o que acontece sinto que devo ajuda-la. Não sei explicar esse sentimento que brotou em mim desde a primeira vez que a vi. Sem contar que acho realmente que ela nasceu com um talento.

- bom tudo que eu vou dizer que sim ela é órfã e a maior parte de sua curta vida ela passou na rua.

Ainda tenho tantas perguntas a fazer, mas a médica vem nos informar que teremos que sair de onde estamos pois houve uma acidente e algumas pessoas vão ter que ser atendidas aqui. Saio para a recepção do hospital e sou avisada também que já que a assistência social chegou eu não poderei mais ver a Luane, e isso faz com meu coração fique apertado.

- Denise mais uma coisa extraoficial- a assistente fala baixinho comigo- eu vou enviar a menina ara o abrigo santa Rita, caso você tenha algum interesse.

Sorrio agradecida e saio do hospital com um plano. Se formando em minha cabeça. 





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