(SEM REVISÃO)
- então é isso Clair.- acabo de contar tudo sobre a menina que vi ontem.
- vamos olhar nas câmeras de segurança para ver se achamos alguma coisa, ela vai passando as filmagens do dia anterior até chegarmos no horário da minha aula e podemos ver que a garota já estava há um bom tempo nos arredores do pátio dos fundos que é um lugar pouco utilizado por alunos da escola.
- pronto achamos agora vamos voltar para ver como ela entrou- assistimos as filmagens em modo acelerado por algum tempo mas não conseguimos ver como ela entra e sai da escola. – olha isso em um minuto ela esta andando por aqui no minuto seguinte ela simplesmente não esta mais.
- como isso é possível Clair?
- tem lugares que a câmera não pega como, por exemplo, perto das latas de lixo ou ali perto daquele banco está vendo?- ela aponta no monitor- só captura imagens até o banco, mas para lá perto da árvore não pegamos nada.
- a gente podia ir até lá ver se achamos alguma coisa. Mas quero falar algo com você antes. se a gente consegui achar essa garota e a família dela quero dar a ela uma bolsa integral remunerada.
- mas esse tipo de beneficio só damos para adultos que pretendem fazer sua formação com a gente. Podemos dar a ela uma bolsa, mas sem a remuneração querida, abrir um precedente desses é...
-Clair, por favor, eu nunca pediria algo assim se não tivesse visto o que vi, essa garota tem potencial e pela situação aparente dela com certeza e alguém muito pobre nunca poderia arcar com os custos. Mesmo com a bolsa ela teria que comprar material, roupas. Sem contar que o dinheiro pode ajudar a família dela e incentiva-los a deixar que ela participe.
- vamos acha-la primeiro e depois a gente conversa, afinal se você quiser mesmo fazer isso eu não teria como te impedir já que você também e dona da vivre la vie
- não vou usar isso e você sabe, sua família é quem administra tudo e eu nunca me meti não seria agora. Mesmo achando essa menina especial eu não quero que nos duas entremos em conflito.
- Denise fica calma, não vai haver conflito, é um direito seu querida. Você nunca me pediu nada nesses anos todos eu me sentiria feliz se você brigasse por coisas que deseja.
- vamos lá procurar pistas- mudo de assunto na cara de pau, sempre que tem uma oportunidade a Clair me cobra para que eu me posicione nos assuntos administrativos da escola mas isso é algo que eu não quero. Ela, o Renan e Cris dão conta de tudo e vem fazendo isso a anos, não vai ser agora que vou fazer alguma diferença. Só quero continuar na minha função de professora e coreografa.
***
- não tem nada aqui que indique que alguém anda entrando por essa parte- Clair me fala enquanto analisamos os arredores.
- Nada mesmo, nem marcas nos muros que indiquem que alguém os saltou sem contar que são muito altos.
- vamos querida já esta tarde amanhã tentamos achar alguma coisa.
Quando estávamos prestes a sair notamos uma movimentação atrás da lixeira ficamos em silêncio, encostamo-nos à parede e aguardamos, momentos depois a enorme lata de lixo e empurrada para o lado e de lá surge a garota, ela não nos vê de imediato, Clair e eu nos entreolhamos e quando estou prestes a dizer alguma coisa a menina nota que não esta sozinha.
- Luana não é?- eu falo suavemente pra ela, seus grandes olhos castanhos me encaram assustados e percebo que ela esta em pânico- não fique com medo querida não vamos te fazer mal.
Tento chegar de mansinho até ela para não assusta-la mas a menina se vira e entra atrás da lata de lixo eu vou até lá e com a ajuda da Clair puxo a lata totalmente par o lado e ai vemos um pequeno buraco na parede próximo ao chão. Só consigo notar os pés da criança saindo pelo buraco eu grito para que ela espere, mas é inútil.
- é muito pequeno, não sei como ela conseguiu, se bem que pelo que pude notar ela é muito magra diria até que esta beirando a desnutrição. – Clair fala
- vamos dar uma volta ela não deve estar longe, e agora que nós a assustamos duvido que ela volte aqui.
- vamos.
Saímos da escola e vamos até a rua de trás por onde dava o buraco, mas como o esperado ela não esta por perto, caminhamos até o começo da noite pelas ruas ao redor a certa altura a Clair resolve chamar o filho dela e então ele vem com a noiva e juntos estendemos a área de busca até os bairros vizinhos, mas nada da garota.
Volto para casa me sentindo chateada por ter perdido ela. Tomo um banho quente, mas isso não me ajuda a relaxar ao contrario fico imaginando que aquela pequena nem tem como tomar um banho ou o que comer e isso me deixa realmente muito mal.
***
Nos dias que se seguiram ela não saiu da minha cabeça moro a apenas algumas quadras da vlv e por isso vou a pé para o trabalho, por esses dias busquei fazer rotas diferentes, passando por varias ruas que não são do meu trajeto normal somete para tentar acha-la.
Também pedi a algumas amigas próximas para ficarem de olho, mas parece que a pequena sumiu do mapa. Isso me faz sentir culpada talvez se eu e a Clair tivéssemos feito algo diferente ela não teia se assustado e sumido.
Chego à academia que frequento há anos e logo avisto a Mirella que também malha aqui, ela é professora na VLV a um ano agora e nesse tempo nós tornamos amigas, eu não sou uma pessoa muito aberta e para falar a verdade tenho muitos conhecidos mas amigos com quem me sinto a vontade somente a Tereza, a Clair e agora a Mirella. Nós duas tivemos o que a gente chama de "amizade a primeira vista" sabe quando você bate o olho na pessoa e afinidade e instantânea? Foi isso que aconteceu.
- amiga e essas olheiras ai?- ela me pergunta depois de me cumprimentar.
- eu não ando dormindo direito, o mês de maio sempre é difícil pra mim e a historia da garotinha também vem tirando meu sono.
- o meu marido está de olho por ai ele também pediu alguns colegas da polícia para ficarem de olho, a gente vai achar ela. Percebi que é muito importante pra você.
- não sei o que esta acontecendo comigo, mas sinto no fundo do meu coração que devo achar a garota.
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Na Ponta Dos Pés
RomanceDenise e Carlos Eduardo tem um pasado doloro e cheio de mágoas Ela o culpa por não receber apoio no momento mais difícil de sua vida. Ele não a perdoa pelo abandono. Um dia ambos juraram amor eterno, mas tudo que sobrou foram falsas promessas e...