Capítulo 2

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(SEM REVISÃO)

- então é isso Clair.- acabo de contar tudo sobre a menina que vi ontem.

- vamos olhar nas câmeras de segurança para ver se achamos alguma coisa, ela vai passando as filmagens do dia anterior até chegarmos no horário da minha aula e podemos ver que a garota já estava há um bom tempo nos arredores do pátio dos fundos que é um lugar pouco utilizado por alunos da escola.

- pronto achamos agora vamos voltar para ver como ela entrou- assistimos as filmagens em modo acelerado por algum tempo mas não conseguimos ver como ela entra e sai da escola. – olha isso em um minuto ela esta andando por aqui no minuto seguinte ela simplesmente não esta mais.

- como isso é possível Clair?

- tem lugares que a câmera não pega como, por exemplo, perto das latas de lixo ou ali perto daquele banco está vendo?- ela aponta no monitor- só captura imagens até o banco, mas para lá perto da árvore não pegamos nada.

- a gente podia ir até lá ver se achamos alguma coisa. Mas quero falar algo com você antes. se a gente consegui achar essa garota e a família dela quero dar a ela uma bolsa integral remunerada.

- mas esse tipo de beneficio só damos para adultos que pretendem fazer sua formação com a gente. Podemos dar a ela uma bolsa, mas sem a remuneração querida, abrir um precedente desses é...

-Clair, por favor, eu nunca pediria algo assim se não tivesse visto o que vi, essa garota tem potencial e pela situação aparente dela com certeza e alguém muito pobre nunca poderia arcar com os custos. Mesmo com a bolsa ela teria que comprar material, roupas. Sem contar que o dinheiro pode ajudar a família dela e incentiva-los a deixar que ela participe.

- vamos acha-la primeiro e depois a gente conversa, afinal se você quiser mesmo fazer isso eu não teria como te impedir já que você também e dona da vivre la vie

- não vou usar isso e você sabe, sua família é quem administra tudo e eu nunca me meti não seria agora. Mesmo achando essa menina especial eu não quero que nos duas entremos em conflito.

- Denise fica calma, não vai haver conflito, é um direito seu querida. Você nunca me pediu nada nesses anos todos eu me sentiria feliz se você brigasse por coisas que deseja.

- vamos lá procurar pistas- mudo de assunto na cara de pau, sempre que tem uma oportunidade a Clair me cobra para que eu me posicione nos assuntos administrativos da escola mas isso é algo que eu não quero. Ela, o Renan e Cris dão conta de tudo e vem fazendo isso a anos, não vai ser agora que vou fazer alguma diferença. Só quero continuar na minha função de professora e coreografa.

***

- não tem nada aqui que indique que alguém anda entrando por essa parte- Clair me fala enquanto analisamos os arredores.

- Nada mesmo, nem marcas nos muros que indiquem que alguém os saltou sem contar que são muito altos.

- vamos querida já esta tarde amanhã tentamos achar alguma coisa.

Quando estávamos prestes a sair notamos uma movimentação atrás da lixeira ficamos em silêncio, encostamo-nos à parede e aguardamos, momentos depois a enorme lata de lixo e empurrada para o lado e de lá surge a garota, ela não nos vê de imediato, Clair e eu nos entreolhamos e quando estou prestes a dizer alguma coisa a menina nota que não esta sozinha.

- Luana não é?- eu falo suavemente pra ela, seus grandes olhos castanhos me encaram assustados e percebo que ela esta em pânico- não fique com medo querida não vamos te fazer mal.

Tento chegar de mansinho até ela para não assusta-la mas a menina se vira e entra atrás da lata de lixo eu vou até  lá e com a ajuda da Clair puxo a lata totalmente par o lado e ai vemos um pequeno buraco na parede próximo ao chão. Só consigo notar os pés da criança saindo pelo buraco eu grito para que ela espere, mas é inútil.

- é muito pequeno, não sei como ela conseguiu, se bem que pelo que pude notar ela é muito magra diria até que esta beirando a desnutrição. – Clair fala

- vamos dar uma volta ela não deve estar longe, e agora que nós a assustamos duvido que ela volte aqui.

- vamos.

Saímos da escola e vamos até a rua de trás por onde dava o buraco, mas como o esperado ela não esta por perto, caminhamos até o começo da noite pelas ruas ao redor a certa altura a Clair resolve chamar o filho dela e então ele vem com a noiva e juntos estendemos a área de busca até os bairros vizinhos, mas nada da garota.

Volto para casa me sentindo chateada por ter perdido ela. Tomo um banho quente, mas isso não me ajuda a relaxar ao contrario fico imaginando que aquela pequena nem tem como tomar um banho ou o que comer e isso me deixa realmente muito mal.

***

Nos dias que se seguiram ela não saiu da minha cabeça moro a apenas algumas quadras da vlv e por isso vou a pé para o trabalho, por esses dias busquei fazer rotas diferentes, passando por varias ruas que não são do meu trajeto normal somete para tentar acha-la.

Também pedi a algumas amigas próximas para ficarem de olho, mas parece que a pequena sumiu do mapa. Isso me faz sentir culpada talvez se eu e a Clair tivéssemos feito algo diferente ela não teia se assustado e sumido.

Chego à academia que frequento há anos e logo avisto a Mirella que também malha aqui, ela é professora na VLV a um ano agora e nesse tempo nós tornamos amigas, eu não sou uma pessoa muito aberta e para falar a verdade tenho muitos conhecidos mas amigos com quem me sinto a vontade somente a Tereza, a Clair e agora a Mirella. Nós duas tivemos o que a gente chama de "amizade a primeira vista" sabe quando você bate o olho na pessoa e afinidade e instantânea? Foi isso que aconteceu.

- amiga e essas olheiras ai?- ela me pergunta depois de me cumprimentar.

- eu não ando dormindo direito, o mês de maio sempre é difícil pra mim e a historia da garotinha também vem tirando meu sono.

- o meu marido está de olho por ai ele também pediu alguns colegas da polícia  para ficarem de olho, a gente vai achar ela. Percebi que é muito importante pra você.

- não sei o que esta acontecendo comigo, mas sinto no fundo do meu coração que devo achar a garota.

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