Capítulo 4

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Baila bela bailarina

Tua dança tão divina

Bailarino rodopia

Teu bailado é poesia

Um pra lá, dois pra cá

No balé que a gente dança

Dois pra lá, um pra cá

É preciso ser criança 

e girar e rodar

Ser feliz nessa dança...

(nessa dança- Mundo Bita)

Bônus Luane

Ontem quando acordei e percebi que estava no hospital, fiquei com medo. Hospitais são lugares ruim onde as pessoas morem, a última  vez que estive em um hospital eu fiquei sem a minha mamãe. Como eu sinto a falta dela.

Me sinto aliviada pois os moleques estavam tentando fazer coisas feias comigo, mas ouvi um policial falando que uma moça me salvou, ela deve ser um anjo por se importar de correr perigo para ajudar um garota de rua. Não sei dizer a quanto tempo estou pelas ruas, depois que a minha mãe morreu e o meu padrasto não quis ficar comigo eu fui mandada para o orfanato, logo uma moça muito bonita me levou para a casa dela. no começo era tudo tão lindo meu quarto era todo cor de rosa é cheio de bonecas eu achei que tinha ganhado outra mamãe, mas ai as coisas mudaram ela me obrigava a trabalhar, me batia e comecei a dormir na área de serviço no chão frio com apenas um cobertor velho, mas eu estava tão cansada todos os dia que nem me importava eu só queria dormir. Ela me dizia coisas feias que uma negrinha só servia para trabalhar e que meu cabelo era uma casa de piolho por isso ela ia raspar minha cabeça para eu não ser mais uma criança porca. Eu tinha muito medo todos os dias por isso fazia tudo que ela mandava. Até que um dia ela sem querer deixou a porta aberta mesmo com muito medo eu fugi, corri o mais rápido que pude até estar bem longe, fiquei por muitos dias andando pelas ruas até que a fome apertou e eu tentei roubar uma maçã na feira, mas o homem mal me pegou chamou a policia e assim voltei pra o abrigo.

Mas eu ficava com medo toda vez que alguém queria me adotar então eu comecei a fugir dos abrigos, morar na rua não parecia tão ruim quanto o que a bruxa má me fazia passar. A única coisa ruim é a fome, nem sempre eu consegui algo para comer ou alguém para me pagar um lanche. Mas qualquer coisa é melhor do eu terminar nas mãos de alguma mamãe malvada.

-Lua- tia Eloisa chama- tem alguém aqui querendo te fazer uma visita.

- quem é? Eu não conheço ninguém.

- ela disse que e chama Denise, vamos rápido que não é educado deixar as pessoas esperando.

Vamos até a sala de visitas que é também o lugar onde vemos televisão aqui no abrigo, quando entro vejo uma moça muito bonita eu conheço ela. Às vezes eu entrava escondida na escola das bailarinas e ficava vendo ela, lá nessa escola era um lugar legal, tranquilo e seguro para ficar, dormi por algum tempo até ser descoberta e ter que fugir.

- Lua essa é a senhora Denise, ela vai conversar com você um pouco eu vou estar logo ali, não seja respondona.

- ta bom tia Eloisa- me falo e sento na cadeira

- bom dia Luana você sabe quem eu sou?

- sim você é professora das bailarinas e você que achou meu esconderijo também.

- sim é aquele dia você correu de mim.

- você veio aqui para me castigar ou me denunciar para a polícia?

- não, claro que não minha linda eu nunca faria isso. E aquele dia eu só queria conversar com você é te ajudar.

Fico quieta, pois não sei se posso confiar nela, apesar de ser bem bonita e ter olhos bonzinhos eu não a confio e ela pode acabar me fazendo mal.

- sabe Luana fui eu quem te ajudou na outra noite quando os meninos te bateram.

- sério  que foi você?

- sim eu estava te procurando a alguns dias e aquele dia dei a sorte de estar passando bem na hora.

- por que a senhora estava me procurando?

- eu vi você quando estava dando aula para minhas alunas e achei você muito boa, eu gostaria que você  assistisse minhas aulas.

- mas eu não posso, não tenho dinheiro..

- não se preocupe querida eu já cuidei de tudo e conversei com sua assistente social e ela acha uma boa idéia  eu viria te buscar três vezes por semana para que você assistisse as aulas, mas pra isso vamos ter regras. Você tem que prometer ir para a escola e tem que prometer que não vai mais fugir do abrigo. E aí  você aceita?

Fico pensando um pouco eu queria muito fazer aula com aquelas meninas, parece ser tão legal e a moça Denise não tem cara de malvada e se algum dia ela desistir de mim e não quiser mais me dar aulas de bailarina eu posso fugir novamente.

- tudo bem senhora Denise eu quero muito isso.

***

3 MESES DEPOIS

DENISE

Chego em casa depois de um longo dia de trabalho estou exausta, além de dar aulas estou produzindo junto com o Arthur, outro professor da escola. Uma coreografia para se apresentada em um desfile, então todos os dias estou ficando além do meu horário normal para passar as bailarinas a coreografia. Outra coisa que esta me deixando cansada e que agora três vezes na semana eu tenho que dar uma volta até o outro lado da cidade onde fica o abrigo e no final do da aula voltar para levar a Luana. Mas esta valendo cada segundo, como previ a menina é realmente muito talentosa ela pega com facilidade os exercícios e tem uma postura natural belíssima ela nasceu para o bale, não me sentia empolgada assim com um novo talento a algum tempo.

É não e só isso eu me apeguei a pequena garota, ela é inteligente, engraçada, observadora e até um pouco sarcástica as vezes, os dia que não vou busca-la sinto falta de tê-la por perto, principalmente aos finais de semana. A uns dias atrás consegui uma autorização para que ela passasse o sábado e domingo aqui comigo e foi o melhor fim de semana que passei em anos. Eu realmente gosto muito da Luana.

Entro no banheiro tomo um banho demorado e lavo meus cabelos depois vou até  a cozinha e pego comida congelada e coloco no micro-ondas, eu sou péssima na cozinha então minha diarista vem aqui os sábados e deixa varias marmitinhas de comida para que eu só coloque no micro-ondas durante a semana.

Estou no meio da minha refeição quando o interfone toca, estranho eu não estou esperando ninguém nem nenhuma encomenda.

- alô

"oi dona Denise- Valdo o porteiro me cumprimenta- desculpa incomoda-la esse horário mas tem uma menina que insiste em subir"

- menina? Que menina Valdo eu não estou esperando ninguém.

- ela disse que se chama Luana.

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