Capítulo 11

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CADU

A três dia não vejo a Denise, desde que a levei para conhecer a casa, depois da confissão que fiz ela me pediu para leva-la embora argumentado que precisava pensar em tudo. Eu fiz a casa pensando na Denise e me senti feliz que ela tenha gostado. Comprei aquela casa com o pagamento do primeiro grande caso que venci, na época os antigos donos estavam falido e por isso venderam a casa bem abaixo do valor de mercado para mim era o começo de um sonho, um lugar nosso que eu pude comprar com o dinheiro provindo do meu trabalho, minha mãe quando morreu havia me deixando algum dinheiro e também tinha direito a parte do escritório que ela é o Otávio fundaram juntos, esse dinheiro era para pagar os meus estudos e me sustentar mas Otávio e Celine nunca me deixaram faltar nada e pagaram por toda minha educação nos melhores colégios, então esse dinheiro estava praticamente intocado, mas eu queria que a minha primeira casa fosse fruto do meu esforço e por isso foi uma realização conseguir tal feito. A casa estava em um estado deplorável de abandono, mas tinha grande potencial e eu pretendia usar o dinheiro que tinha guardado para a reforma.

Decidi então fazer um surpresa para a Denise no dia que completaríamos um ano de casados, mas na mesma semana o inesperado aconteceu, nos brigamos ela foi embora e eu não consegui nem mostrar o lugar para ela. À medida que o tempo foi passando pensei varias vezes em me livrar da casa, cheguei a mostra-la a alguns compradores, porém nunca conseguir ir em frente com a venda era como se algo me ligasse ao lugar. Então comecei a reforma, no inicio era difícil até mesmo entrar na casa eu ficava imaginando como seria nossa vida ali, como seria criar raízes, nossos filhos correndo pelo jardim, nossos fins de semana na beira da piscina, a Denise usando o estúdio de dança...

Não contei a ninguém que tinha o imóvel nem mesmo o Otávio sabia, foi uma coisa que guardei pra mim mesmo, quase como um segredo vergonhoso. Dizer pra outras pessoas o que eu estava fazendo seria admitir que eu nunca havia superado o fato da Denis ter me deixado. Apesar de levar uma vida de solteiro que rapidamente superou o termino, todo final de semana vinha e me trancava nesse lugar o reformando com minhas próprias mãos.

Paro de pensar sobre isso quando meu celular apita, verifico que é uma mensagem da Denise falando que já esta pronta e então subo par ajuda-la com as malas; hoje nos estamos nos mudando pra nossa casa, eu realmente duvidei que esse dia chegaria. A assistente social já marcou a visita pra saber se o ambiente em que vivemos é propicio para receber uma criança. Eu não disse nada para a Denise para não deixa-la ansiosa, mas falta pouca coisa para que o juiz nos de a custódia temporária da Luana o que vai nos permitir ficar com ela até que o processo de adoção seja finalizado. Se a visita da assistente social for positiva no mais tardar na semana que vem podermos levar a pequena Lua para casa.

Denise abre a porta do apartamento e não consigo para de admirar como ela esta linda. Vestida com uma blusa amarrada na cintura que deixa sua barriga de fora um short curto e seu cabelo amarado para o alto com uma faixa o segurando. Ela esta sem maquiagem alguma e posso ver as pintinha em seu rosto. Paro de analisar a beleza dela quando olho para além de seu ombro.

- Mas o que é tudo isso?

-Minhas coisas

- Tudo isso? – tem por volta de dez malas e umas quarenta caixas distribuídas na sala dela.

- É claro, minha vida toda esta aqui, é você sabe que odeio mudanças então vou fazer isso de uma vez, você se lembra de quando a gente se casou?

- É, você reclamou por todo o tempo que teve que arrumar suas roupas no armário e quando chegou na cozinha teve uma crise de choro

- Então você me deu vinho e abriu todas as caixas sozinho e organizou a cozinha- ela fala com um olhar nostálgico- eu te amei um pouco mais naquele momento...

- Eu- antes que eu possa falar alguma coisa a companhia toca.

- Como sabia que era muita coisa por isso chamei ajuda.

Ela abre a porta e sou apresentado para Teresa, Mirella e Mauro, eles nos ajudam a descer todas as caixas e malas, o Muro dirige uma caminhonete o que facilitou muito o transporte.

- Amiga você vai morara aqui?- Mirella fala quando entramos na casa- eu amei, quando o bruto do Mauro  me encher vou vir me abrigar aqui, você me recebe?

- ingrata a minha casa não serve mais né?- Teresa fala

- não se preocupe o Muro me enche toda hora vou poder dormir cada dia com uma amiga diferente.

- isso é intriga, eu sou um amor, a Mirella que aluga meu juízo. - mauro fala enquanto começa a carregar as caixas para dentro.

***

Demorou a tarde inteira e parte da noite para colocarmos todas as coisa do lugar, os amigos da Denise que agora são meus amigos, a não ser que eu a magoe pois ai o Mauro vai dar um jeito de sumir com o meu corpo depois da Mirella e a Teresa me matarem, eles fizeram tudo ficar mais divertido, até a Denise reclamou menos de estar desempacotando as coisas.

Depois que terminamos pedimos pizza e tomamos cerveja, mas assim que eles foram embora o clima mudou e a tensão ficou entre nos dois, é a primeira noite que vamos passar juntos depois de anos, ela me olha como se precisasse falar alguma coisa mas desiste e me diz que vai tomar um banho, pego mais uma garrafa de cerveja na geladeira e vou para os fundos me sento na beira da piscina e enfio os pés na água gelada e fecho os olhos sentindo meu corpo relaxar.

As próximas semanas vão ser intensa na nossa vida em breve uma criança estará aqui e eu serei o pai dela, mil medos e receios passam pela minha cabeça, criar uma criança é uma responsabilidade imensa ainda mais uma criança de oito anos que vem com toda uma bagagem de abandono e de sofrimento; eu li a ficha da garota é o que ela passou não foi nada fácil, ela precisa de amor é um lar estável para que possa a partir de agora finalmente ter uma infância feliz e segura. E tremo na base só de me imaginar fracassando nessa missão.

E paralelo a isso tem a Denise essa nova vida que vamos tentar junto, até agora foram pouca as vezes que tocamos no assunto do nosso passado e em todas elas a Denise ficou extremamente nervosa é se recusou a terminara conversa. Eu sei que só quando dialogarmos sobre tudo que aconteceu ha cinco anos vamos poder realmente começar uma vida em conjunto, uma relação de verdade não só de aparências.

- vamos conversar- a voz ela vem suavemente atrás de mim e então ela se senta ao meu lado, ofereço a ela a garrafa de cerveja que tenho nas mãos ela da um gole antes de voltar a falar- eu sei que você quer resolver nosso passado é o contrario do que minhas atitudes vem mostrando eu também quero isso mas eu não estou pronta ainda entende? Vamos nos concentrar em trazer a Luana para casa depois disso vamos resolver tudo entre nos dois, enquanto isso proponho que tentemos nos reconectar, nos conhecermos novamente passamos cinco anos separados e eu não sei nada da sua vida, vamos começar desse ponto por favor...

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