Capítulo 25

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DENISE

Nada melhor do que uma sessão de sexo durante a tarde, eu penso enquanto estou deitada sobre o peito do Cadu, tentando fazer meu corpo voltar ao normal depois do orgasmo que tive, com preguiça saio de cima dele apenas para que ele próprio consiga respirar direito, me deito no chão de tacos e o frio que ar condicionado proporciona ao ambiente ajuda a me acalmar um pouco.

- Eu tive uma visão privilegiada do eu fizemos - ele comenta e aponta os espelhos ao nosso redor.

- Não sabia que você era um voyeur - comento com humor.

- Só você desperta o meu lado pervertido.

- Eu gostei disso, esse seu lado sem duvidas e o que eu mais aproveito - esfrego meu pé sobre o dele e vou subindo pela sua perna, de repente ele esta sobre mim tomando minha boca em um beijo ardente que tem o poder de deixar meu corpo em chamas novamente. – Para Cadu, temos que descer e tomar banho pra ir buscar a nossa filha.

- O seu pai vai trazê-la ate aqui, mas você tem razão temos que ficar descente porque eles devem estar chegando.

Descemos completamente nus e vamos para o banheiro do quarto, tomamos banho em meio a caricias e acaba acontecendo uma rapidinha no chuveiro, me enrolo em meu roupão fofinho e vou para o closet e pego uma roupa confortável, ainda estou terminando de me trocar quando escutamos o som da campainha.

- Chegaram cedo, vou lá abrir- Escuto Cadu falar atrás de mim enquanto termina de vestir uma calça de moletom, ele sai ainda com a camiseta nos ombros e eu termino de me vestir rapidamente para ir receber a minha pequena.

Quando chego à sala a porta esta aberta e escuto a voz exaltada do Cadu vindo do portão e corro para fora, fico sem entender nada quando percebo dois policiais parados no nosso quintal.

- O que aconteceu foi algo com meu pai e a Luane? Eles sofreram algum acidente? – é a primeira coisa que passa pela minha cabeça e solto as perguntas uma atrás da outra.

- Senhora, recebemos uma denuncia anônima que a menor Luane dos Santos está sendo vítima de maus tratos – um dos policiais fala pra mim e eu paro de andar completamente chocada.

- O que? Isso é um absurdo é a mais pura mentira.

- Foi isso que eu acabei de falar- Cadu se pronuncia – mas os policias insistem em falar com a Lua.

- E queremos dar uma olhada na casa.

- Onde esta o mandato? Vocês não vão entrar assim na minha casa é.. – começo a ficar nervosa e o Cadu vem me abraçar pedindo calma.

- Senhores eu sou advogado e entendo que estão apenas fazendo o trabalho de vocês, nos não temos medo e nem temos nada a esconder então podem ficar a vontade para fazer a verificação – faço menção de falar, mas o Cadu olha par mim censurando essa tentativa. - Mas a Luane não está e casa agora ela saiu com o avô.

- O mais importante é falarmos com a criança e verificar a situação da mesma, se for preciso vamos leva-la em custodia.

- Mamãe por que esses policiais querem me levar? – escuto a voz da minha filha que entra pelo portão com meu pai- vocês não me querem mais é isso? Eles vão me levar embora?

- Não querida esses policias gentis só querem falar com você e fazer algumas perguntas - falo me aproximando dela, mas percebo seu olhar vacilar e de repente Luane solta a mão do meu pai, se vira e sai correndo pelo portão aberto.

- Lua - Cadu grita para ela e sai em disparada atrás da pequena não so ele, mas todos nós, até os policiais, saímos correndo para a rua.

Quando chego a calçada vejo o Cadu virando a esquina e me encaminho para lá, mas me esqueci que estou sem sandálias e só me lembro quando sinto uma dor aguda no pé e percebo que pisei em uma pedra pontuda, mas isso não me impede de continuar correndo na direção que o Cadu foi, mas quando viro a esquina não há sinal de nenhum dos dois. Começo a ficar desesperada uma sensação ruim toma meu peito.

- Onde eles estão?

- Meu pai pergunta ao se aproximar de mim?

- Eu não sei eles vieram nessa direção, mas os perdi de vista.

- Senhora volte para sua casa - o policial me fala apontando meu pé só então olho para baixo e percebo que estou pisando em uma pequena poça do meu sangue - isso ai parece estar bem feio. Nós dois vamos atrás do seu marido e filha. Gomes vai ai pela direita que eu vou por aqui.

Eles nem me dão a chance de responder e começam a correr em direções opostas, vivemos em um condômino fechado tem portaria para entrar e sair e por isso resolvo voltar para casa ar avisar aos vigias para segurar minha filha se ela tentar sair, meu pai me apoia e eu vou mancando até em casa, o que pra mim demora demais mesmo estando a poucos metros. Assim que entro vou direto procurar meu celular e ligo na portaria avisando da situação e sou informada que ela ainda não passou por lá o que me deixa mais calma, mas não aliviada.

- Denise vem aqui que eu vou fazer um curativo nesse teu pé, é seu instrumento de trabalho e você precisa cuidar dele - meu pai fala atrás de mim, eu vou negar, mas ele pega minha mãos e praticamente me arrasta até a cozinha me fazendo sentar sobre o balcão. - Onde esta o kit de primeiros socorros?

– No armário de cima em uma caixa branca. – falo e percebo o quanto minha voz denuncia o quanto estou tensa, observo papai abrindo as portas do armário e depois de achar o que queria vem em minha direção.

Meu pai puxa uma cadeira e se coloca a minha frente, enquanto ele limpa o ferimento e vai colocando um curativo, minha cabeça vai criando mil e uma teorias, a Lua é muito boa em se esconder ela já morou muito tempo na rua e ela pode até sair do condomínio sem ser vista já que é pequena e magrinha. Como ela ainda pode se sentir tão insegura ao ponto de pensar que podemos devolver ela a qualquer minuto, para mim essa questão já estava resolvida dentro de sua cabecinha, estamos a todo momento mostrando a ela o quanto a amamos e o quanto ela é importante. Mas o meu o principal pensamento é: quem fez uma denuncia de maus tratos contra a gente? Nem eu nem o Cadu jamais nem levantamos a mão par ela, alias a Lua é uma criança muito tranquila e quase não apronta a única vez que ela ficou de castigo foi por se comportar mal na escola, mas depois disso nunca mais recebemos queixas sobre ela, educar com punição física é uma coisa abominável para mim, eu nunca permitira tal coisa dentro da minha casa.

- Estou escutando daqui as engrenagens da sua cabeça filha, nem percebeu que já acabei o curativo.

- obrigada por isso papai - falo apontando o meu pé – estou preocupada, como ela pode siar correndo daquele jeito?

- ela se assustou é normal, não se lembra de uma vez que você ficou escondida por horas dentro do seu guarda roupas depois de aprontar? Eu e sua mãe ficamos loucos procurando por você e depois de horas te encontramos dormindo calmamente em meio suas roupas. Naquele dia meu coração perdeu o compasso. Crianças podem fugir e se esconder quando estão com medo.

- o que me intriga é quem foi capaz de fazer uma denuncia. Somos os melhores pais que podemos, fazemos de tudo pela nossa filha - falo angustiada passando as mãos pelo meu pescoço na tentativa de diminuir o bolo em minha garganta. – E se isso atrapalhar o processo de adoção? Ainda não temos a guarda definitiva dela.

- Calma filha , quando o Cadu a encontrar tudo vai ser esclarecido e isso não vai atrapalhar a guarda da minha neta, eu vou cuidar par que isso não aconteça, conheço algumas pessoas na policia e vou agora mesmo fazer umas ligações e tentar descobrir que tem por trás dessa denuncia.

Aproveito que meu pai me deixou sozinha e mando uma mensagem pra Mirella pedindo para que venha rápido até aqui com o Mauro, só tem duas coisa que quero nesse momento: que minha filha volte para casa e descobrir quem fez tudo isso para que eu acabe com a vida dessa pessoa.

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