Capítulo 12

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(SEM REVISÃO)

DENISE

- Por mim tudo bem, o que você quer saber?- fico aliviada que ele tenha aceitado, ainda não me sinto preparada para falar com ele das mágoas que carrego e muito menos estou preparada para lidar com as mágoas que causei a ele.

- então me conta com vai a sua carreira?

- Está do jeito que sempre sonhei, me sinto realizado, meu nome é bastante conhecido no meio, eu me especializei em direito do trabalho e até agora não perdi nenhum caso.

- você não queria atuar com direito penal, para segui os passos da sua mãe?

Vivian Antunes é uma verdadeira lenda, meu pai sempre falou dela com muito orgulho eles eram muito amigos, chegou o ponto de a minha me ter ciúmes da amizade dos dois. A mãe do Cadu tinha muito orgulho em ser uma mulher preta, mãe solteira que conseguiu sem apoio algum se formar em direito e abrir um firma de advocacia que em pouco tempo alcançou o sucesso, ela era muito competente no que fazia uma pena que morreu tão jovem por um problema silencioso e fatal. Desde seu primeiro dia na faculdade de direito ele afirmava que iria seguir os passos dela para honrar seu legado, então me surpreende muito que ele tenha mudado os rumos de uma vida.

- Esse era o plano mas no meu primeiro ano advogando vi um a mulher em hotel onde eu estaria participando de um seminário, ela era camareira e por algum erro qualquer estava sendo ofendida pelo gerente do local. Ele falou coisas horríveis para ela ali na frente de todo mundo, foi uma cena verdadeiramente lastimável. Eu me meti e me propus a ajudar aquela mulher processar o hotel se ela quisesse.

- não esparraria nada diferente de você- falo sinceramente, ele sempre teve um senso de justiça aflorado, mesmo no colégio não aceitava presenciar nenhum tipo de injustiça sem fazer algo a respeito.

- Ela aceitou e me contou que ha algum tempo vinha sendo vitima de abuso moral pelo gerente e que algumas vezes se sentia encurralada, a cada relato eu ficava com mais raiva e também com mais incentivo para fazer aquele miserável pagar.

- O que aconteceu?- já estou bastante curiosa com a historia.

- Entramos com uma ação contra o hotel, pedi indenização para ela por danos morais, perdemos em primeira instancia seu pai ficou puto por isso e exigiu que eu desistisse- típico do meu pai penso, mas me mantenho calada- mas alguma coisa na historia daquela mulher me tocou e eu não desisti, comecei a investigar algumas coisa e consegui achar cinco mulheres que tinham passado pela mesma situação que a marina, uma delas tinha até uma gravação de uma das vezes que foi intimidada, mas não tinha mostrado a alguém por medo. Com todas essas provas foi fácil vence.

- Que incrível.

- Foi ali que percebi o que realmente queria fazer, estudei para caramba e mudei totalmente o foco da minha carreira e hoje tenho a certeza que foi uma das melhores decisões que tomei na vida. A princípio seu pai não gostou muito, mas foi só eu começar a vencer um caso atrás do outro eu ele mudou de ideia.

- Você seria maravilhoso em qualquer área, pois é dedicado e competente em tudo que se propõe a fazer,

- Quantos elogios- ele fala olhando em meus olhos e eu me permito olhar de volta, me concentro na intensidade de seus olhos azuis, sempre achei tão lindo o fato dele ser um homem preto com olhos de um azul tão claro, me lembro dele contando que sua mãe falava que era a única coisa que ele herdou do pai.

- Agora é a sua vez- ele fala desviando o olhar e depois tomando o último  gole da cerveja- o que você fez nos últimos cinco anos?

- Trabalhei. Basicamente só fiz isso. Primeiro junto com a Clair reformei toda a escola que era da mamãe e ajudei a coloca-la em funcionamento, depois me concentrei totalmente em dar aulas, coreografar e produzir espetáculos. Minha vida é basicamente isso você sabe eu sempre fui uma chata.

- Você é tudo menos chata amor...- ele me chamou de amor? Há quanto tempo não escuto essa palavra direcionada a mim?- Denise me perdoe..

- Não tem importância- falo mas na verdade tem muita importância, me sinto super abalada por ouvi-lo me chamar assim.

Me lembro da primeira vez que ele disse que me amava, foi no meu aniversário de dezessete anos, um carinha que era da minha turma me levou até um canto escuro do jardim dos meus pai e quis me beijar, aquele seria meu primeiro beijo. Eu nunca tinha beijado menino algum pois sempre fui muito apaixonada pelo Cadu, mas ele não demonstrava sentir o mesmo, então cansei de espera por ele e resolvi que iria dar um chance ao Luiz que era da minha turma e vinha a tempos tentando ter alguma coisa comigo, assim que ele colocou as mãos na minha cintura o Cadu apareceu e botou o menino para correr, eu fiquei com muita raiva questionei o porquê dele ter feito aquilo. Foi então que ele disse que me amava e eu não suportaria ver outro me beijar, que tentou reprimir os sentimento mas não estava mais funcionando. Nunca me senti mais feliz e naquela noite dei o primeiro beijo mais perfeito de todos os tempos, pelo menos para mim.

.- Vou entra agora- declaro tentando soar descontraída, ele me em encara e me da uma vontade intensa de beija-lo fisicamente estamos muito perto, mas a distância emocional entre nós é enorme e sei que não seria uma boa ideia beija-lo agora, isso só confundiria mais as coisas.

Levanto-me da beira da piscina e ele faz o mesmo começo a caminhar em direção casa mas paro quando o escuto chamar o meu nome me viro e quase desfaleço com as palavras que saem de sua boca.

- Eu entendo que ainda é cedo mas eu quero deixar claro que você é e sempre será o amor da minha vida.

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