Capítulo 15

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DENISE

A ansiedade toma meu peito enquanto aguardo na sala da diretora do abrigo Cadu segura minha mão, pois está percebendo a péssima energia que emana de mim para mulher a minha frente, tenho vontade de grudar os cabelos dela e rolar no chão com ela bem ao estilo barraqueira de plantão. E pela cara dela quer fazer a mesma coisa comigo. Penso em uma dúzia de palavrões que tenho vontade de falar na cara dela mas mantenho minha boca fechada em uma linha fina.

Paro de me concentrar na vaca e me concentro no relógio a minha frente, quanto tempo demora para essa assistente social trazer Luane até aqui?

Fazem dois meses que não a vejo, dois fodido meses em que quase morri de saudades dela. Mas hoje finalmente o juiz deu a permissão para que possamos leva-la par casa, ainda não é a adoção oficial apenas a guarda provisória, como se fosse um período de adaptação para termos certeza se vai dar certo, mais já estou muito feliz com isso, segundo o Cadu e o Lucio, que é o advogado especializado em vara de família que contratamos, será muito difícil o juiz não permitir a adoção da Luane.

De repente ouvimos gritos no corredor e me parece à voz da lua, a diretora sai de sua cadeira e passa por nós indo até a porta. mas antes olha pra mim e diz:

- bem feito para você que está cometendo um enorme erro ao querer essa menina.

- você falou o que?- Vou em direção a ela mas o Cadu me para.

- olha o que conversamos- apenas serro meus dentes e concordo com a cabeça, ele deixou bem claro antes de sairmos que eu não podia em hipótese alguma entrar em conflito com a diretora principalmente perto da assistente social. A mulher sai sorrindo e minha vontade e de arrancar cada dente dela com um alicate, vaca.

Momentos depois a porta é aberta e ela entra logo atrás da assistente social que trás a Lua praticamente arrastada; a pequena menina chora tanto que nem nota nossa presença.

- por favor que não quero ir, eu não quero morar com ninguém, me deixe ficar aqui, e se eles forem maus comigo?- me parte o coração escutar ela falando aquelas coisa e solto a mão do meu marido e vou até ela.

- Luane meu amor- assim que ouve minha voz ela para de olhar para a mulher e vem em minha direção, me abaixo e ela rapidamente me abraça me apertando fortemente em seus frágeis braços, eu fico emocionada com o gesto.

- Tia Denise eles querem me dar par uma família- ela chora ainda mais em meus braços- mas eu não quero uma mamãe malvada. Por que você não me leva para ficar na sua casa eu prometo me comportar e ser boazinha.

- Mas meu amor eu vou levar você- ela se afasta para poder me olhar- eu que vou ser sua nova mamãe, é claro se você quiser isso. Esse é o Carlos Eduardo ele é o meu marido e nos dois juntos vamos cuidar de você.

- É verdade? - ela me pergunta cheia de esperanças.

- É sim- ele também se abaixa para falar com ela- nos dois queremos muito que você seja nossa, você quer?

- Sim- ela pula empolgada e um grande sorriso se abre em meus lábios, esse momento sem sombra de duvidas é o mais especial de toda a minha vida.

Conversamos com a assistente social e ela nos passa algumas instruções e me entrega uma pequena bolsa com as coisas da Luane, por falar nela em nenhum momento ela soltou a minha mão e quando a diretora veio se despedir ela se escondeu atrás de mim com medo da mulher que graças a Deus no insistiu pois minha cota de educação com ela já venceu faz tempo.

- Que carro enorme- a Luane fala assim que entramos no estacionamento e vamos para o carro do Cadu. – eu não consigo subir nisso não.

-  Calos Eduardo é um exagerado Lua nem eu mesma consigo entrar direito nessa coisa monstruosa.

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