Capítulo 3

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Londres, 1832

Gabriel viu a luz pela primeira vez pelos olhos de seu pai, o duque bateu em seu ombro ao lado da mesa de bebidas, e lhe mostrou o que ele pensou ser a coisa mais linda que já virá.

- Apresento-lhe a futura duquesa de Kahn. – Seu pai sussurrou.

- Não imponha tal ordem ao seu filho, embora deva deixar claro que fazemos muito gosto dessa união. – A duquesa se pronunciou.

- E quem seria ela? Achei que deveria casar-me com a filha do visconde de Montgomery.

- Está olhando para ela, meu filho.

Há muito tempo não via Lady Claire, sempre trocavam cartas, sempre lhe mandava presentes, mas há tempos não via. Quanto uma dama poderia mudar até sua temporada? Lembrava-se que ela sempre fora muito bela, mas quando partiu para a universidade sua futura noiva era pouco mais de uma menina, ainda sim sua melhor amiga. Ele sempre soubera que Claire era seu destino, sempre a preservou em sua mente como uma garota inocente, justamente por isso nunca manteve casos ou amantes, teve suas aventuras, mas nada que pudesse chegar aos ouvidos de Claire, ou que comprometesse seu orgulho. Nunca houve honra na libertinagem pública e assumida.

Sua noiva estava debutando, era a bela do baile, o tesouro da temporada e já comprometida. Todos sabiam que, fosse pelas terras ou pela amizade entre as famílias aquela união era certa. Nem mesmo o escândalo que perseguiu parte de sua família, provocado por uma prima distante abalou a confiança dos Montgomery.

- Vossa Graça, Vossa Graça, Lorde Gabriel. – Claire acompanhada de sua mãe cumprimentou a todos, que devolveram balançando levemente a cabeça.

- Imagino que gostaria de dar uma volta, com sua permissão é claro, Senhora Montgomery.

- Veja como é bom em anteceder suas necessidades, de fato será um ótimo marido! O acompanhe minha filha!

Gabriel sorriu do modo entusiasmado que a Senhora Montgomery falou, e ofereceu a mão a Claire e seguiram para uma caminhada pelo jardim.

- Devo admitir que quase não a reconheço.

- Não estou tão diferente assim.

- Não, sempre foi belíssima.

Ela corou.

- Agradeço.

- Lorde Kahn, se me permite, tem algo que preciso lhe perguntar.

- Diga, por favor.

- Devo crer que está tão apaixonado por mim, como eu pelo senhor?

Gabriel tossiu e recostou-se na sebe de teixos.

- Ora, o peguei desprevenido, não?

- Certamente, mas não é como se a resposta me faltasse a mente.

- Então responda-me, estou ansiosa.

- Se dissesse que não, desistiria de casar-se comigo?

- Mesmo que dissesse não milorde, casaríamos. É o nosso destino desde que sua mão teve um menino e a minha uma menina. Além do mais, creio que o faria me amar.

- Isso seria muito difícil, visto que já me encontro apaixonado.

- Resposta correta. Agora conte-me sobre a devassidão de Roma.

- Estive por lá a negócios, e só a negócios.

- Está me dizendo que...

- Que jamais sujaria seus ouvidos, ou seu orgulho tendo renomados casos.

Jamais engane um duqueOnde histórias criam vida. Descubra agora