Após um final de dia que poderia ser descrito como encantador, tudo pareceu tomar outro rumo, Lilian e Gabriel estavam vivendo como se de fato tivessem desejado aquele casamento, conversas espirituosas no café da manhã, beijos roubados no meio da tarde, noites calorosas... Ela quase poderia se ouvir suspirando toda vez que pensava no marido.
Passados três dias, era chegada a hora de enfrentar a sociedade, Lilian tentava ao máximo esconder seus segredos e preocupações, e estava se saindo bem, evitando uma conversa ou outra, rindo sem graça de mudando rapidamente o assunto quando Gabriel falava da noite que os uniu. Retornando de uma parada para trocar os cavalos, seu marido desviou o assunto da conversa para Claire. Lilian sentiu seu corpo tremer, e lhe respondeu que sua prima tinha ido para a Escócia visitar parentes – quando na verdade ela estava indo casar-se com Daniel, fato que ela havia omitido. Para dar uma basta no assunto, ela citou seu encontro com William, reforçando que agora estava conscientemente tranquila. Lilian esperava que Gabriel lhe perguntasse como foi o encontro, e então ela descreveria com muitos detalhes tediosos até pararem nas flores, e ela o dissuadiria enredando uma conversa sonolenta sobre arranjos preferidos. Mas isso não aconteceu, seu marido a surpreendeu questionando algo ela nunca imaginou que fosse de seu interesse.
- O que realmente aconteceu entre você e William Cavendish? Não que ache que você foi desonrada por ele, você claramente não foi, mas também não chegou a mim no maior exemplo de inocência...
- O que você está me perguntando exatamente? Até onde eu cheguei com William? Quais prazeres carnais ele me apresentou?
Lilian viu seu marido engolir em seco e soltar todo o ar do peito em um claro sinal de incomodo. Ótimo, veremos quanto mais ele se incomodará.
- William e eu... nós, tivemos momentos interessantes juntos.
- Prossiga, por favor.
- Ele me deu meu primeiro beijo significativo. E me ensinou sobre desejo, fogo, satisfação e paixão.
- Você era pouco mais que uma menina. – Gabriel parecia prestes a pôr os bofes para fora.
- Sim. Mas ele era tentador, lindo, encantador, charmoso, ele tinha... Eu mal consigo me expressar.
- Então era apaixonada por ele.
- Houve um momento em que eu pensei estar apaixonada. Mas era apenas desejo entende?
- Na verdade, não.
- William me beijava de um jeito que parecia que ele tomava minha alma, e eu sentia um calor percorrendo meu corpo, se alojando em partes secretas. A primeira vez que eu me toquei...
- Por favor, não! – Gabriel estava exasperado. E Lilian sentiu a satisfação acomodar-se no peito.
- Espere, não é nada assim. Talvez você até goste do que vai ouvir. A primeira vez que me toquei, que eu me descobri como uma mulher com anseios carnais, foi por causa dele. Nós estávamos nos beijando na biblioteca, nossos corpos tão colados, eu lembro que eu o sentia, o... você sabe...
- O pênis. Acho engraçado que não tenha constrangimento algum de contar essa história, mas não consiga falar pênis.
- Não sabia como você preferiria que eu me referisse. Retornando aos fatos, eu o senti pressionando minha barriga e fiquei vermelha da cabeça aos pés, com uma necessidade louca de me esfregar contra ele, de senti-lo, e eu sabia que estava muito próxima de algo grandioso quando papai bateu na porta, fiquei mortificada de vergonha, William pulou a janela e ganhou um corte na perna.
- Bem feito. – Ouviu seu marido resmungar.
- Mas ele sabia que eu ficaria em agonia por muito, muito tempo até que pudéssemos ficar a sós novamente, e me escreveu uma carta. Achei tão escandaloso e romântico, me dê algum crédito, eu era uma menina sonhadora, romântica e curiosa.
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Jamais engane um duque
RomansaLilian decididamente não queria ter nada a ver com a sociedade londrina e suas restrições, não necessitava ser aceita, não desejava ser aceita e o melhor, não precisava, tinha inteligência, fortuna e amor o suficiente de sua família para jamais prec...