Capítulo 11

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Era a manhã do seu casamento, do dia mais importante de sua vida e não existia maneira melhor de começar o dia do que ao lado de quem passaria o resto da sua vida. Gabriel tomou consciência do mundo a sua volta e abriu os olhos, a claridade quase o cegou. Inferno! Sua cabeça doía e latejava, pobre Claire, será que aguentaria ouvir a marcha nupcial? Já era a hora de acordá-la, alguém poderia flagrá-la saindo de seu quarto. Ele girou a cabeça para a esquerda, esperando ver cachos dourados espalhados pelo travesseiro... Seu coração deve ter parado por um segundo, sua boca secou e ele apertou os olhos com força. Gabriel não teve tempo de elaborar nada, a próxima informação que sua mente captou foi o barulho de uma chave girando, olhou para porta principal e imaginou que seria um criado, para o seu azar outra porta se abriu deixando aparecer a única mulher de quem estava se escondendo.

- Gabriel, meu filho, vamos está na hora acordar e começar a se preparar para... Gabriel? O que isso significa?

Sua mãe gritou e ele levou as mãos a cabeça. A mulher ao seu lado se espreguiçou e bocejou demorando a despertar até sua mãe se pronunciar novamente.

- Ora, Lady Lilian?!

- Oh céus, oh céus, maldita seja! Não, não, não, oh Deus. Duquesa, duque... Eu... nada, absolutamente nada aconteceu.

Lilian respirava com dificuldade e movia as mãos furiosamente pelo cabelo.

- Não é o que me parece senhorita, afinal encontra-se em trajes íntimos, ou deveria dizer sem trajes íntimos na companhia do meu filho, em sua cama na manhã do seu casamento.

- Eu, eu juro que eu não faço ideia do que aconteceu.

- Claro que não, senhorita, isso não é responsabilidade sua. Gabriel, eu estou decepcionada. Vista-se, temos um casamento para adiar e outro para começar.

Sua mãe recostou a porta e Lilian deu um salto da cama, enrolada em um lençol. Gabriel olhou para a mulher com cara de desesperada dando voltas ao lado da cama, e seu primeiro pensamento foi que ela acordava muito bonita, luz do sol e cabelos bagunçados decididamente eram para ela.

- Escute milorde, eu, eu realmente não sei como começar... – a respiração da mulher aumentou consideravelmente, e ele teve medo dela desmaiar.

- Creio que primeiro deva dizer bom dia, Lady Lilian.

- Bom dia? Não percebe que isso não deveria ter acontecido? Não é a mim que seus bons dias estão reservados. Cristo! Não era para isso ter acontecido, não era.

- Sim, eu imagino que não, mas como pode perceber não temos muita escolha, terá que conviver com meus bons dias.

- Não temos? Temos sim, você pode convencer a sua mãe, metade de Londres acha que eu não presto e a outra não tem certeza, ela já teve ter ouvido os boatos eu estou certa de que sim, e isso se manterá entre nós três.

- Lady Lilian, Lilian, eu a seduzi e a comprometi, embora não consiga me lembrar de muita coisa de ontem, acho que sua roupa rasgada possa ser um indício. É meu dever casar-me com a senhorita.

- Não, não é, o senhor não me comprometeu, nem seduziu. Além do mais não quero me casar.

- Não quero que pense que é um costume atacar damas indefesas. Mas não temos certeza de nada, lembra-se do que aconteceu?

- Se eu lembro... Não exatamente, mas deve haver alguma explicação.

- A única explicação possível é que eu a seduzi, fui um canalha e a arrastei bêbado para o meu quarto no meio da noite, lembro de cruzar com a senhorita ontem e só o momento que compartilhamos já era motivo o suficiente para não levar meu casamento adiante, devo ter me confundido...

Jamais engane um duqueOnde histórias criam vida. Descubra agora