Gabriel caminhou pelo Hyde parque, não a encontrou. Correu discretamente, passando por confeitarias e modistas, não a encontrou. Seguiu a cavalo para a casa Hastings, ela não estava. Ninguém tinha notícias de Lilian, por Deus..., o homem tinha uma revelação a fazer, enorme e impactante, uma que precisaria de folego e lágrimas, e mais de cem laudas de desculpas! Onde estava sua esposa, que não em qualquer lugar onde ele pudesse despejar o discurso minucioso que vinha repassando a cada minuto?
O duque se acalmou, afinal eles se encontrariam no baile a noite, e seria um momento mágico. Gabriel correu para a casa dos Norington e remanejou algumas coisas, com o respaldo do ducado e se comprometendo com um apoio ou outro em uma votação no parlamento, ele organizou um baile em homenagem a sua esposa. Ele faria tudo, daria tudo para ter Lilian novamente.
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Lilian estava distraída, diria até mesmo no mundo da lua, enquanto Nicholas e Caroline organizavam horários e falavam sobre os planos para próxima semana, sua mente voltava cinco horas. Quando Claire a surpreendeu com as crianças, quando Gabriel entrou e ficou congelado ao vê-la segurando uma criança como se isso fosse a coisa mais improvável do mundo, quando Gabriel se deu conta de Claire, de Claire e dos filhos de Claire... Naquela tarde ela teve um arrependimento, deveria ter ficado para ver a cara de seu marido ao fazer a associação. Cristo, ela queria presenciar o choque, saborear a decepção. Não que ela precisasse de tal coisa, mas seria interessante.
Quando chegaram a residência dos Norington, Lilian precisou piscar algumas vezes, ela estava diante de algo lindo, mágico, que há tempos não via. Ela observava o ambiente de cima, o salão decorado de vermelho e branco, havia arcos com mulheres penduradas que giravam e se balançavam, dançarinas e dançarinos exibindo muito mais pele do que se era esperado, labaredas de fogo crepitavam perigosamente altas... Ah, que maravilhoso! Era de fato o melhor baile de despedida.
Lilian ouviu quando Nicholas e Caroline pediram que ela aguardasse, eles sumiram por alguns segundos e a orquestra parou de repente. Palmas, aquilo eram palmas? Lilian vasculhou o salão procurando respostas, todos a olhavam felizes ou admirados. Ela notou Gabriel, até então seu marido, no pé da escada, esperando que ela fosse até ele, e ela colocou um pé após o outro, tomando um gole de ar após o outro, se mantendo firme o suficiente para que na hora que aterrizou ao lado de seu marido, perguntar entre os dentes, enquanto sorria "o que está acontecendo aqui?" Em resposta, ele sorriu, e a levou para o meio do salão.
- Muitos sabem uma coisa ou outra sobre nossas vidas, mas poucos sabem o que realmente importa.
Gabriel estava prestes a fazer um discurso? Que Deus tivesse piedade.
- Minha esposa, é um dos poucos membros da sociedade que conheço que de fato se importa com algo além do imediato para uma boa cena. A duquesa de Kahn, é responsável por um centro de acolhimento e educação daqueles que para a maioria de nós são invisíveis. E por isso, por ter um coração e uma mente inabaláveis, esse baile é em sua homenagem. Pelos serviços prestados discretamente, mas que causam grandes impactos. Um viva a Lady Lilian!
Em resposta, lordes e ladies ergueram suas taças e gritaram: Viva!
Um tambor soou
Atordoada descreveria como ela estava se sentindo.
- Por ser a pessoa mais generosa que eu conheço: um viva a Lady Lilian!
Outro erguer de taças, outro caloroso viva.
Um tambor soou.
- Por ser justa, paciente, e a pessoa mais fácil de amar. Por ser o melhor que o destino poderia me reservar, por me inspirar, por ser forte, e por provocar em mim a melhor das emoções.
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Jamais engane um duque
RomanceLilian decididamente não queria ter nada a ver com a sociedade londrina e suas restrições, não necessitava ser aceita, não desejava ser aceita e o melhor, não precisava, tinha inteligência, fortuna e amor o suficiente de sua família para jamais prec...