Capítulo 30

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HARRY

  Não sei quanto tempo estamos assim. Mas não me importo. Suas lágrimas diminuíram ao passar dos minutos. Continuo segurando seu corpo e ela continua agarrada a mim. Seu toque é um toque tranquilizador, doce e calmo, apesar de estar trêmulo e ferido. Espero que o meu toque faça o mesmo com ela. Que a acalme e a proteja.

Depois de mais alguns minutos percebo que ela dormiu mais uma vez. Durante esse meio tempo, ela cochilou algumas vezes. Acredito que seja o efeito da droga passando.

Olho para o relógio na parede. São quatro e cinquenta da tarde. Nossas roupas ainda estão completamente molhadas da chuva. Penso no que posso fazer e decido acordar ela.

"Ei." Falo com a voz baixa. Afasto ela um pouco para poder olhar em seus olhos. "Lia." Falo baixo. Ela abre seus olhos com dificuldade. Os mesmos se encontram inchados e cansados. "É melhor você tomar um banho. Antes que fique doente." Falo. Ela apenas nega com a cabeça e volta a fechar os olhos. Ela vai ficar doente assim.

Me solto dela e faço ela me soltar. "Vou tomar banho." Digo e me levanto a deixando deitada. Pego minhas roupas, uma toalha e vou em direção ao banheiro.

Enquanto tomava banho, fiquei imaginando oque Melissa tenha falado para ela. Foi algo muito sério para deixá-la nesse estado. Ela me contaria? Será que estou conseguindo desvendar os mistérios que ela guarda?

Agora eu sei o seu nome. Merlia. É um nome tão bonito. Por que ela o esconderia do mundo? Qual a lembrança que ela guarda por trás do seu nome?

A cada minuto, mais perguntas vão aparecendo em minha cabeça. Deixo as mesmas de lado e termino meu banho. Depois que vesti minhas roupas, saio do banheiro.

Lia se encontra no mesmo lugar, na mesma posição e com a mesma expressão. Acho que não tenho mais escolha. "Vem, você precisa de um banho ou vai ficar doente." Falo e pego uma outra toalha no armário.

Seguro seus braços e a puxo da cama com cuidado. "Me desculpe por isso." Falo e a carrego até o banheiro. Deixo ela sentada no vaso sanitário. "Consegue ficar de pé?" Pergunto. Ela olha pra mim e começa a se levantar bem devagar. Sinto que ela está fazendo força para conseguir manter o equilíbrio.

Infelizmente sei como é isso. Me lembro da primeira vez que usei droga. Eu tinha a idade dela, sei muito bem como funciona. Infelizmente..

"Me desculpa, mas é para o seu bem. Se você não tirar essa roupa molhada você vai ficar doente." Digo mais uma vez. Ela apenas concorda com a cabeça. Começo tirando suas rasteirinhas e as deixo na porta. Faço ela ficar de costas para mim e então começo a desabotoar seu vestido.

Quando termino, tiro o mesmo de seu corpo a deixando apenas de calcinha e sutiã. Viro ela para ficar de frente para mim. Com meus olhos fixados nos seus, passo os dedos pela alça do seu sutiã e o tiro.

Em seguida, ainda com meus olhos nos seus, tiro a única peça que impedia dela ficar nua na minha frente. Respiro fundo. Eu não vou olhar..

Entro no boxe com ela e ligo o chuveiro. A água morna cai em seu corpo a assustando um pouco. Olho para todos os lugares, menos para ela. "Por que lutar contra algo que você quer?" Ela diz bem baixo, quase inaudível.

Encaro seu rosto triste. Ela tem razão. Meus olhos descem por seu tronco. E novamente me perco nas curvas do seu corpo. Seus seios fartos, sua cintura fina e todo o resto de perfeição.

Já é a segunda vez que a vejo nua. E como na última vez, me sinto ruim comigo mesmo. Sei que ela não se sente bem, então eu me sinto péssimo.

Depois do que aconteceu com o alemão, ela deve se sentir exposta ou assustada. E eu vou respeitar isso. Continuo dando banho nela e faço o máximo para não olhar demais.

Sou homem, e infelizmente não posso evitar que tais coisas aconteçam em meu corpo. Tento disfarçar o relevo em minha calça de moletom o máximo que consigo. Mas é claro que ela já percebeu.

Passo a espuma por todo o seu corpo, e a imagem que tenho dela só me deixou ainda mais duro. Tento terminar o mais rápido possível.

Após terminar de dar o banho nela, a enrolo com a toalha e deixo que ela mesma se seque. Depois que ela terminou, entreguei uma cueca boxer e uma camiseta para ela. É oque eu tenho.

Por fim, saímos do banheiro. Tento não pensar na ereção que estou tendo nesse exato momento. "Você quer, hã, alguma coisa.. p..pra comer?" Gaguejo. Agora virei um adolescente de quatorze anos.

"Só quero água." Ela diz com a voz baixa. Vejo seu olhar cair para a minha calça. "Me perdoa, eu não controlo isso." Falo e cubro o volume com as mãos. Vocês tem noção do quanto isso está sendo vergonhoso?

"Tudo bem." Ela diz e volta para a cama. "Posso ficar aqui um pouco? Só até que as paredes parem de rodar?" Ela pergunta. "É claro." Digo com sinceridade. "Já pego sua água."

Antes de ir atrás da água dela, corro até o banheiro. Não posso ficar desse jeito.

Estou me sentindo péssimo por fazer isso ao pensar nela. Mas no momento, a única coisa que imagino é ela completamente nua em cima de mim.

Ops..

DUNKIRKOnde histórias criam vida. Descubra agora