•Capítulo 16•

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HARRY STYLES

Entro na casa da minha mãe com a minha chave. Observo que ela e Gem estão na sala conversando. "Filho, onde vocês se meteram? Cadê a Lia?" Minha mãe pergunta.

"Espera ela não tá aqui!?" Pergunto e meu coração se acelera ainda mais. "Ela foi atrás de você, o que aconteceu?" Ela pergunta mudando o tom de voz. "Harry cadê ela!? Ela acabou de sair de uma cirurgia!" Gem pergunta se levantando.

Então minha cabeça entra em colapso.

"Eu vou procurar ela!" Falo saindo. "Vamos com você." Gem fala. "Não! Fiquem aqui ela pode aparecer." Falo e saio de casa apressado.

Isso foi culpa minha. Ela não merecia ouvir uma palavra do que eu disse contra ela. Eu fui um idiota! Eu não a consolei, não fiquei ao lado dela! Eu nunca vou merecer ter ela comigo.

Não me importo com as lágrimas que estão caindo, eu só quero encontrá-la e pedir perdão. Não posso perder ela também. Eu já perdi meu irmão e minha filha, sem ela eu não vou conseguir suportar.

Saio quase correndo pelos cantos da cidade atrás dela, não a encontro em nenhum beco ou praça e o sentimento de angústia vai dominando meu peito de uma forma que não consigo respirar.

Eu preciso dela.

Ignoro a minha falta de ar e continuo correndo pela cidade escura e silenciosa. Uma leve neblina cobre a rua deixando tudo mais embaçado.

Então o pensamento de tê-la perdido toma a minha mente e a culpa é só minha. Só minha. Eu não deveria ter me apaixonado por ela, não deveria ter feito nada com ela. Eu apenas causo dor e sofrimento em sua vida.

Eu quis deixar isso claro desde o começo, mas ela não me deixou abandoná-la. E eu não sei se teria coragem.

Por frações de segundos vários lapsos de memórias que vivemos passam por meus olhos. Tudo que passamos juntos, todos os nossos momentos felizes e tristes. Tento controlar a dor que se forma em meu peito, mas é impossível.

O dia já estava clareando, mas o frio ainda era recorrente e gélido.

Quando eu estava perdendo as esperanças de encontrá-la, meus olhos são arrastados para uma pequena ponte de madeira que eu conheço bem. A ponte fica ao meio de um pequeno rio que passa por Holmes Chapel.

Lia está lá sentada com uma expressão morta em seu rosto ainda mais pálido agora. Corro até a sua direção o mais rápido que consigo. Passo pela grande árvore que tem ao lado da ponte e chego perto da minha pequena garota.

Nenhuma palavra sai da minha boca, por mais que eu queira me desculpar por tudo que eu fiz e falei, não consigo dizer nada.

Me sento ao seu lado e nossos braços se encostam levemente, sinto sua pele gelada e percebo que ela está molhada. "Por que você tá molhada?" Falo baixo, espero alguns segundos mas ela não diz nada. Observo seu rosto. Ela parece estar petrificada, seus olhos estão morteiros e não piscam nem uma vez.

Observo sua roupa suja de sangue e aquela dor é lembrada mais uma vez. "Me desculpa, deixei a dor me dominar." Falo sentindo as lágrimas caindo novamente.

Ficamos em silêncio.

"Por que isso tá acontecendo com a gente?" Ela pergunta com a voz quase irreconhecível. "Eu não sei. Realmente eu não sei." Falo com sinceridade. "E o que fazemos agora?" Pergunto.

"Eu só quero ficar sozinha." Ela diz deixando uma lágrima escorrer por sua bochecha. "Mas eu não vou te deixar sozinha, nós dois fizemos e nós dois perdemos. Não vou te deixar agora." Falo a puxando para o meu abraço. "Ta doendo muito. Como pode doer tanto?" Ela chora em meu peito.

"Vamos sair daqui, você tá uma pedra de gelo." Falo e a seguro em meus braços como o meu bem mais precioso, que é realmente oque ela é pra mim.

Tenho cuidado de não piorar a situação de sua cesária. Sua barriga está encharcado de sangue. Ver isso acaba com o psicológico de qualquer um.

Quando entro em casa com ela em meus braços, Gem e a minha mãe vem preocupadas em nossa direção, mas peço em silêncio para elas não falarem nada.

Levo minha garota direto para o banheiro. Ligo a água quente e deixo a banheira encher. Enquanto isso tiro suas roupas sujas de sangue e a deixo sentada na tampa do vaso sanitário.

Tiro minhas roupas e desligo a água quente quando a banheira enche. "Vem." Falo baixo e seguro suas mãos.

Deito na banheira e puxo seu corpo para deitar em cima do meu.  Pego uma esponja com sabonete e passo por seu pescoço já que ela está de costas.

"Não tenho mais saída." Ela sussurra entre o choro baixinho. Ver ela tocando sua barriga enquanto chora faz com que eu deixe minhas lágrimas fugirem dos meus olhos. "Eu também não meu amor." Falo a abraçando e deixo minhas lágrimas caírem sem pudor.

Não falamos nada no momento seguinte. Apenas choramos juntos com a dor da perda da nossa filhinha.

{...}

Depois que saímos da banheira, chamei a minha mãe para me ajudar com os pontos da Lia. Por sorte não parece estar nada grave.

"Vamos descansar um pouco, precisamos dormir." Falo cobrindo nossos corpos e a aconchegando em meu peito. "Me desculpa por tudo, eu só te trouxe coisas ruins. Fiz da sua vida um inferno." Falo baixo. "Minha vida já era um inferno Harry." Ela diz.

Oiee, eu sei que disse que iria atualizar ontem desculpa ): Aconteceu umas coisas aqui e acabei ficando ocupada, mas ta aii.

DUNKIRKOnde histórias criam vida. Descubra agora