Capítulo 15

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Talvez, pessoas são forçadas a fazer coisas que não querem por necessidade. A maioria gosta sim, ou pelo menos "suporta" oque fazem da vida. Mas sempre terá uma minoria que faz todo esforço por necessidade.

Eu tomei uma decisão. Acho que a melhor decisão que já tomei. Estou cansada, física e principalmente mentalmente. Estou cansada de ser a única pessoa positiva nesse lugar, estou cansada de precisar sorrir ou tentar animar alguém.

Me perdoa Margareth, mas não vou seguir aos seus conselhos.

Acho que o melhor que eu posso fazer, é apenas aceitar a realidade. E é isso que vou fazer. Cansei de ser a garota que apenas escuta e chora. Deveria ter tomado essa decisão a muito tempo.

"Bom dia! Como você tá se sentindo?" Jack me tira do meu devaneio. Ele vem até o meu lado e começa a examinar os ferimentos em meu rosto. "Tudo bem?" Ele pergunta. Olho nos seus olhos.

Acho que para tudo tem uma primeira vez não é?

Aproximo meu rosto do seu, e no mesmo segundo toco seus lábios com os meus. Dou apenas um selinho rápido.

Sinto ele ficar completamente confuso. Desencosto nossos lábios e olho pra ele. Ele está completamente chocado.

Quando comecei a me arrepender do que fiz, vejo seu sorriso branco e tímido aparecendo. Ele coloca uma de suas mãos no meu rosto e acaricia minha pele. E então chega ainda mais perto e começa a me beijar novamente. Fecho os olhos sentindo tudo isso. Na minha vida, beijei apenas duas pessoas. O primeiro foi com um menino do orfanato e o outro foi com um menino da igreja que eu ia na época.

Sua língua pede passagem para entrar em minha boca e eu apenas me entrego ao beijo. Nossas línguas começam uma dança fervorosa e suave. Suas mãos se encontram na minha cintura, ele toma todo cuidado do mundo com meus machucados. 

Jack foi o único aqui que eu considero ao menos amigo, não queria fazer isso..

Paramos o beijo por falta de ar e então nos olhamos bem nos olhos. Jackson ri de um jeito tímido, mas malicioso ao mesmo tempo. Ele acaricia meu rosto. Ao invés de "sorrir", apenas beijo ainda mais os seus lábios.

{...}

HARRY

"Irmão?"  Chamo quando vejo ele vindo em minha direção. Ele voltou! Mas como!? O abraço com força quando ele chega perto de mim. "Liam!" Choro ao sentir meu irmão ao meu lado. "Harry, eu to decepcionado com você irmão." Ele diz sem retribuir o abraço. O olho, "O que? Por que?" Pergunto chorando. "Você á tratou mal Harry. Você não é assim." Ele diz. Choro ainda mais. "Me perdoa Liam." Choro ainda mais. Eu não sou assim! "Não sou eu que precisa te perdoar." Ele diz e então some.

Acordo desnorteado. Estou suado e lágrimas involuntárias saem dos meus olhos. Eu não sou assim. Liam se decepcionaria se visse como eu á trato.

Saio do buraco que eu estava e faço meu caminho para a enfermaria. Ela vai perdoar tudo o que eu falei?

Quando passo pela porta, procuro ela entre as macas. Não encontro. Olho para o canto do local e a vejo.

Jackson e ela estão se beijando.

Ele percorre suas mãos em sua cintura exposta pelo fato da blusa estar rasgada. Eles não perceberam que entrei aqui. Observo eles juntos por alguns segundos. Me viro e volto por onde vim.

Acho que ela não se importa com a minha opinião mais. Ignoro o incômodo que sinto pela cena que vi. Eles estão se engolindo enquanto estamos no meio de uma guerra! Não é possível que só eu sei disso.

Eu sabia que ele queria comer ela. O jeito que ele a olha diz tudo. E pelo jeito ela também. Apenas saio de lá em silêncio. A vontade de beber me aparece de novo, mas ao invés de fazer isso, vou para o refeitório.

Depois que começo a comer, uma mulher chega e se senta ao meu lado. Se não me engano é a tal da Melissa. Seus sorriso cheio de provocação e malícia me dá nojo. "Olá. Qual o seu nome?" Ela pergunta pra mim. Tento ignorar de primeira mas não dá. "Styles." Falo grosso.

"Ah entendi. Vi que você estava sendo cuidado esses dias. Como está?" Pergunta se aproximando. Melissa não é uma velha, sua personalidade parece bem viva. Pra falar a verdade ela parece ainda mais viva que a Garota.

"Ótimo." Falo comendo minha torrada. "Fico feliz." Ela ri. Pelo contrário dela, sua boca que parece estar morta. Depois de desviar o olhar dos seus dentes extremamente escuros pela nicotina e bebida, olho para frente. "Sabe, eu poderia te ajudar com qualquer coisa." Ela fala. Sinto sua mão em minha coxa por cima da calça.

"Não encontrei meu pau no lixo." Falo. Simples. Ela fica abismada com minha resposta e sai bufando.

Não vejo a hora de chegarmos em Dover..

DUNKIRKOnde histórias criam vida. Descubra agora