Capítulo 24

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HARRY

As cinco e quarenta eu já estava pronto e meio nervoso. Nunca fui muito de sair com garotas. Pelo menos nunca convidei nenhuma, a não ser a garota.

Não entendo esse seu medo de falar seu nome. Ela não confia em mim? Algum dia ela vai chegar a falar? Por que esconde? Todas essas perguntas ficam presentes na minha cabeça quando saio do meu quarto.

Porém, todas elas desaparecem assim que vejo ela parada na sua porta mexendo com as unhas em um ato nervoso. Ela está linda com um vestido azul claro com detalhes em um tom pastel. Seus olhos estão concentrados e nervosos ao mesmo tempo. Sorrio vendo a cena.

"Esperando por mim?" Pergunto a assustando. Ela tenta não rir, mas acaba deixando escapar um sorrisinho. Estou com saudade do seu sorriso.. "É acho que sim." Ela olha para o chão desconcertada. Em seguida ela volta a olhar pra mim. Tento fingir que seu lindo olhar não me abalou e sorrio. "Bom, eu pensei que a gente podia, não sei, caminhar um pouco e comer em um restaurante." Digo. Ela concorda com a cabeça.

Começamos a andar em direção a saída da pensão. E de uma forma discreta, observo o quanto ela está linda. Seu cabelo está preso em um coque em cima da sua cabeça. Duas mexas caem na frente dos seus olhos. Uma vontade enorme de colocá-los atrás da orelha me domina, mas eu me controlo.

"Então, você é da Inglaterra não é?" Ela pergunta. "Sim, e acho que você também não é?" Falo. Percebi que ela tem um pouco de sotaque. "Nasci em Surrey." Ela diz. Concordo. "Eu vim de Holmes Chapell." Falo e ela se surpreende. "Não é tão longe." Ela diz. "Verdade. Quem sabe não nos vemos por lá." Digo e rimos. O som da nossa risada juntas é muito bom.

"Me fala um pouco de você.." peço. Ela olha pra mim e depois desvia. "Passo." Ela diz. "Mas, como vou te conhecer? Vai que você é uma espiã." Digo e ela acaba rindo. Isso! O sorriso! "Eu não tenho nada pra falar na verdade. Sou de Surrey, moro ou morava com a minha tia, tenho dezesseis anos e ajudante de enfermaria aspirante a prostituta." Fala. Dessa vez eu dou risada. "Ótimo, menos a última palavra. Você não precisa disso." Falo.

"Eu sei. Mas quem sabe, eu não queira um pouco de diversão?" Percebo na sua cara que ela está mentindo. "Ah então você quer se divertir?" Entro no seu joguinho. "É, talvez." Ela diz. "Se divirta comigo então. Nos meus planos incluem algodão doce e parque de diversões." Eu falo. Ela ri.

"Acho que, bom, já tentei não é?" Ela olha pra mim e desvia o olhar por vergonha. Fico calado. "Eu não iria fazer nada com você daquele jeito." daquele jeito....

"E se eu não estiver bêbada?" Ela pergunta me olhando nos olhos. Paramos na calçada olhando um para o outro. Fico sem saber o que dizer. "Você não quer se divertir. Quer provar uma coisa pra você mesma. Uma coisa que não precisa ser provada." Digo com convicção.

"Você não respondeu a minha pergunta." Ela diz baixo. Olho para a sua boca por alguns segundos. É linda. Tem um formato perfeito. É avermelhada naturalmente. Uma vontade de beija-la me passa rapidamente. Ao invés de fazer isso, apenas coloco uma mexa do seu cabelo atrás da sua orelha.

"É melhor a gente continuar andando." Falo. Ela concorda.

Andamos em silêncio por alguns minutos. Mas logo começamos a conversar de novo.

GAROTA

Agora foi a vez dele de falar sobre ele. Ele falou bastante da sua mãe, Anne. Ela parece ser uma mulher incrível por tudo que ele disse. Acho que ele mencionou sobre sua irmã, se não me engano seu nome é Gemma. A família deles parece ser bem feliz.

Queria saber oque é isso..

"Vamos entrar?" Ele pergunta assim que passamos por um restaurante que o cheiro nos prende. "Vamos." Falo.
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DUNKIRKOnde histórias criam vida. Descubra agora