HARRY
"...por isso não contei." Termino de contar tudo para a Lia. Estamos sentados na frente da casa abandonada enquanto comemos.
"Então o General queria que só cinco soldados fossem? Só para não 'desperdiçar' vidas!?" Ela pergunta chocada. Concordo com a cabeça.
"É meu amor, você nem imagina o quanto algumas ordens são podres." Digo pensando. "Vocês ainda precisam obedecer. Isso é ridículo." Fala olhando para a mata.
O céu já começa a escurecer. O fim da tarde faz com que tudo fique um tom laranja escuro. "Você acha que vamos conseguir?" Ela fala. Olho para o seu rosto pensativo. "Você acha que vamos sair vivos?" Pergunta.
Chego mais perto dela e coloco meu braço por cima do seu ombro. "Eu não sei." Sou sincero. "Mas, se não conseguirmos.. Vou ficar feliz em saber que morri com a mulher mais incrível que já conheci." Falo. Nossos olhos ficam fixados.
Ela deixa um selinho calma em minha boca e se aconchega em meu abraço. Aprecio seu cheiro natural.
"Se sairmos daqui, para onde você vai?" Pergunto. "Eu não sei. Talvez voltar para o orfanato de onde saí. Vou fazer dezessete anos daqui uns dias eu acho." Ela fala. Olho para ela.
"Por que não me disse?" Pergunto. "Na verdade eu não sei em que dia estamos. E não vai fazer diferença." Ela diz. Faço uma conta rápida em minha cabeça. "Vinte sete de agosto." Falo.
Ela pensa por alguns segundos. "Amanhã eu faço dezessete." Ela diz. Sorrio. "Alguém tá virando mocinha." Falo como minha mãe dizia. Lia dá gargalhadas. Sorrio com o som.
"Falando nisso. Como vai o seu ciclo menstrual?" Pergunto propositalmente. Vejo ela corar e sorrio. "Harry!" Ela cobre o rosto. "Não precisa ter vergonha, eu já disse." Falo. "Por que você quer saber?" Ela pergunta com deboche na voz. Dou risada.
"Bom.." coloco uma das minhas mãos por baixo do seu vestido, em sua coxa. Sinto ela se arrepiar. Sorrio. "Ambos sabemos que vamos acabar transando a qualquer momento." Falo. Ela cora ainda mais.
"Você não tem filtro não é?" Ela pergunta e eu sorrio. "Mas você tem razão." Ela diz e começa a pensar. "Está normal, eu acho." Fala. Sorrio. "Ótimo. Caso precise de algo, me fala. Posso pedir para algumas mulheres da cidade que estão por perto." Falo e ela concorda.
"Mas voltando ao assunto. Você quer voltar para o orfanato?" Pergunto. Presto atenção em seu olhar. Ela parece pensativa e aérea.
"Eu.. não gosto muito de lá. Mas, talvez encontre algo que me ajude." Fala olhando para frente. Observo atentamente os seus olhos.
Percebo que pequenas lágrimas se formam nos cantos. "Eii, o que foi?" Pergunto puxando seu rosto com delicadeza. Ela me olha com tristeza em seu olhar. "O que aconteceu?" Pergunto.
"Eu não posso falar, é melhor a gente entrar." Ela diz e se levanta me deixando sozinho. Saio da porta e entro. "Merlia o que foi?" Pergunto.
Ela está de costas pra mim. Escuto seu choro baixo. "O que aconteceu?" Sussurro atrás dela. Ela se vira pra mim. "Eu não quero voltar pra lá Harry." Apenas com essas palavras, ela desmorona. Lágrimas pesadas caem dos seus olhos.
"Você não precisa voltar se não quiser meu amor." Falo quando a abraço. "Você vai ficar comigo." Digo e acaricio seu cabelo. "Você não entende Harry. Ninguém entende." Ela diz.
"Então me explica." Peço. Nos levo até a cama. Deito e puxo ela para ficar em cima de mim. Deixo seu rosto encostado em meu peito. Em momento nenhum paro de acariciá-la. "Me diz. Tudo que está te matando aí dentro." Falo apontando para seu coração.
"Não sei se consigo." Ela diz com a voz trêmula. "Estou com você amor." Tento te passar confiança com minha sinceridade. Ela fecha os olhos por alguns segundos.
"Eu tinha cinco anos. Foi antes de encontrarem a minha tia. Todas meninas dormiam juntas. Tudo sempre foi separado dos meninos. Aprendemos sobre todas as coisas necessárias para a idade. Onde não podem nos.. tocar ou sempre dizer se algo acontecer." Ela diz quando se acalma.
"As freiras sempre foram incríveis, um pouco rígidas, mas sempre bondosas. Eu gostava delas." Fala.
"O que aconteceu para você odiar tanto lá?" Pergunto. Ela se levanta um pouco para me olhar nos olhos.
"Tinha o.. porteiro." Ela diz e no mesmo segundos suas lágrimas voltam. Meu coração se acelera no mesmo instante. "O que ele fez?" Pergunto me levantando devagar pra ficar sentado. Ela de senta na minha frente.
"Sempre fomos amigos, mas.. uma noite.." ela chora ainda mais. Seguro sua mão com delicadeza. "Ele entrou no nosso quarto e.. ele me tocou Harry." Ela fala entre suas lágrimas pesadas e cheias de dor.
Lágrimas que eu nem sabia que estavam comigo caem dos meus olhos. "Ele me tocou e colocou aquela coisa nojenta dele na minha boca." Ela chora. Fecho os olhos sentindo a raiva e o ódio dentro de mim.
Seguro seu corpo com carinho. "Lia.." sussurro. "Eu sinto muito. Eu juro que isso nunca mais vai acontecer. Eu não vou deixar. Não importa aonde ou como. Eu vou te proteger pra sempre." Falo chorando.
"Eu te amo Harry.." essas palavras saem dos seus lábios trêmulos.
Fic nova p vcs!! Se gostarem vão lá dar uma olhadinha ( ;
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DUNKIRK
Fanfiction*EDITANDO* Ao meio do caos total, um simples sorriso, uma risada, pode mudar tudo. Talvez para você seja apenas "mostrar os dentes". Mas para uma pessoa que precisa vê-lo é totalmente diferente. Um sorriso é confortante aos olhos de quem precisa del...