Capítulo 27

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- Você é uma idiota sabia? - É a primeira coisa que ele diz e não posso discordar.

- Eu sei. - Digo sem parar de jogar as pedrinhas no lago, Jonathan se abaixa e joga também, então eu olho para ele e digo:

- Veio aqui apenas para me insultar? - Após um tempo em silêncio ele responde:

- Na verdade não, vim aqui para conversar com você. - Então ele se senta ao meu lado.

- Não temos nada para conversar, você já sabe de tudo lembra? - Falo magoada, mesmo sabendo que quem deve estar magoado é ele.

- Tudo bem, se é assim estou indo embora. - Diz se levantando e saindo, penso um pouco e decido que é melhor resolver as coisas agora.

- Espera! - Grito.

- Sabia que mudaria de ideia. - Diz se virando com um sorriso maroto em seu rosto.

- Não me faça se arrepender de ter mudado de ideia.

- Pode deixar madame.

- Eu odeio quando me chama assim.

- Tá bom princesa. - Diz se aproximando.

- E assim. - Reviro meus olhos, estamos parecendo duas crianças implicando uma com a outra.

- Tá bom Any. - O olho surpresa.

- O que? Também não posso te chamar assim? - Fala rindo de minha reação.

- Poder você pode é só que... Me lembra muito do meu pai.

- Quando está com ele se lembra do seu pai né? - Pergunta ele mudando o tom de voz para mais suave que o normal, ele sabe que esse assunto é sensível para mim, está acontecendo tanta coisa que nem viver meu luto eu posso.

- É. - Abaixo minha cabeça e paro de jogar as pedrinhas.

- Não deveria ter agido daquela maneira ontem a noite. - Diz mudando de assunto. - Me desculpe.

- Você não precisa se desculpar por nada, quem errou fui eu.

- Não temos nada Any e eu agi como de tivéssemos. - Então ele volta a se sentar ao meu lado.

- Eu não fui sincera.

- Eu sei, você já disse que odeia política. - Riu.

- Não foi só isso. - Ele me olha com expectativa.

- Me virei por que não consegui olha-lo por mais um segundo sem beija - lo. - Se me arrependo de ter sido sincera? Provavelmente, mais de todas as vezes que não fui sincera as coisas só pioraram e a conversa de ontem com Jake me fez perceber que tudo pode ser diferente se eu tiver medo e falta de coragem.

- Já é alguma coisa. - Diz ele se contendo para não sorrir.

- Preciso de tempo Jonathan, não quero lhe iludir e muito menos te magoar como fiz ontem, não sei ao certo o que eu sinto por você, mais só quero ter algo se te amar e eu não o amo.

- Estamos kits então por que eu estou apenas apaixonado por você, isso não significa que eu a amo. - Essa doeu.

- Certo, o que faremos? - Pergunto.

- Daremos tempo ao tempo.

- Ok. - Digo dando um pequeno sorriso.

- Amigos até lá? - Pergunto estendendo a mão.

- Amigos até lá. - Então rimos e voltamos para o treino, eu e Phelipe ajudaremos Jonathan a aprender a mirar, todos nós aprenderemos a lutar e atirar, mais eu apenas aprenderei a controlar minha magia por enquanto.

2 semanas depois:

Duas semanas já se passaram desde a minha conversa com Jonathan, eu estou bem melhor em relação a controlar a magia, minha relação com Jonathan vai bem e Phelipe e eu já nos consideramos mais amigos do que outra coisa, Larissa continua insuportável e se recusa a aprender a lutar, minhas memórias ainda não voltaram mais tenho reflexos de como usava minha magia, Rogério continua com aquelas tosses e cada vez piora, mais não sabemos o que é ainda e não consegui arrancar essa informação de Phelipe, muito menos de seu pai, Jake tem se mostrado de grande ajuda e Jonathan está fazendo amizade com ele, Phelipe bom, ele já fez a algum tempo. Temos mantido um plano de vigilância acaso algo aconteça, agora eles são oficialmente procurados pela polícia e usar nossa magia para fugir está fora de cogitação, temos que agir como humanos se não quisermos que nos casem de outra maneira, a qual seria bem dolorosa. Ouço um barulho anormal, levanto da minha cama e acordo minha mãe, é madrugada e isso não pode ser bom, abro a porta e avisto Jake correndo com uma lanterna avisando a todos de quarto em quarto:

- O que está acontecendo? - Pergunto ainda com minha visão embaçada, levantei às pressas afinal.

- Eles estão aqui.

- Eles quem? - Pergunto.

- As pessoas que estão atrás de você infelizmente descobriram que estava de volta.

- Mais o que? Ainda temos tempo para sairmos né?

- Não, nós estamos encurralados, há um iate a nossa frente na água e cinco carros na floresta, venha ver.

- Mais como isso aconteceu? Ela não estava vigiando? - Ele me olha e entendo que não.

- O que iremos fazer agora?

- Temos que fazer o plano B de fuga.

- Mas é muito arriscado Jake.

- É a nossa única opção Any.

Rapidamente estamos todos prontos para a partida, a minha vontade de jogar a Larissa para eles é muito grande, ela nos meteu nessa situação, ela deveria também nos tirar dela.

- Any, consegue colocar fogo no iate? Vai atrasa-los. - Respondo que sim e então o faço, mais nada acontece.

- Não está dando certo! - Digo.

- Se concentra. - Eu tento de novo mais não dá certo.

- Tem algo errado.

- Vai ver é você que não presta nem para isso né? - Me irrito e coloco fogo perto dela que grita.

- Viu! Está dando certo. - Jake tenta colocar água perto dos carros mais não consegue, então ele tenta dentro da casa e assim como eu funciona.

- O que isso significa? - Pergunto para ele.

- Que eles tem bloqueio de magia, nada funciona com eles ou no que é deles.

- Só pode estar de zueira né? - Pergunto não querendo acreditar, mais Jake faz minha ficha cair.

- Não há como fugir.

A Deusa da Chama: A Dona da Vida e da Morte (EDITANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora