- Eu não sei como fazer isso. – Digo ao perceber que eles estão me colocando naquele tipo de maca meio poltrona e irão me amarrar mesmo eu já estando mobilizada.
- Sabemos disso, mas por sorte, temos um vídeo de você ressuscitando alguém pela primeira vez. – Diz sorrindo para mim, como se fosse essa a resposta que eu esperava ouvir, mas, embora não escaparei de fazer isso, por outro lado, saberei o por que não posso ressuscitar as pessoas e talvez de tempo de conseguir me mexer e pegar o anel.
Uma televisão desce do teto e me surpreendo com a tecnologia deste lugar, a TV para na altura da minha cabeça e um vídeo começa a rolar.
- Vem cá criança. – Disse a uma menina negra, de olhos esmeraldas, baixinha e com um vestidinho azul claro, com babado nos ombros e no final do vestido, seus cabelos crespos estavam soltos e uma badana que combinava com sua roupa fazia com que parecesse uma pequena princesa, ela calçava uma sandália na cor dourada.
- O que... Você quer... Comigo? – Falou a garota e tenho a impressão que estava com medo de mim.
- Há, não se preocupe. – Disse sorrindo para a garota, mas... Não é um sorriso generoso, é o meu sorriso traiçoeiro, queria alguma coisa com essa garota e tenho medo do que seria, não conheço a antiga Any, mas sei que ela não era como eu sou hoje, acho que ela era cruel, poderosa e não tinha remorso do que fazia.
- Eu quero minha mãe. – Dizia a garota se encolhendo.
- Você a terá, contanto que faça um favor para mim. – Não sei o que pensar, o que eu irei fazer? O que a antiga Any seria capaz? Por que eu não sei e não estou preparada para descobrir, eu achava que estava, mas agora, percebo que nunca estive preparada.
- O quê... você quer que... Eu faça? – Então eu sussurrei algo em seu ouvido. A menina olhou para mim chorando, dei uma faca para ela, uma faca enorme e a pobre garotinha colocou sobre seu peito.
- Filha! O que está fazendo? – Perguntou uma mulher gritando, ela é negra também, sugiro ser a mãe da menina.
- Precisa de um empurrãozinho? – Perguntei cruelmente.
- Filha não faça isso. – A mãe tentou correr até a filha, porém, eu lancei chamas contra ela que começou a gritar de dor.
- Faça ou ela morre. – Disse eu autoritária. A menina chorando segurou a faca mais firme e atingiu seu coração.
- Para. – Digo para o homem que assiste junto a mim. – Não quero mais ver isso. – Ele pausa o vídeo e vem até mim.
- Você realmente era cruel, era capaz de tudo para conseguir o que quer e bom, sou igual a antiga você. – Sinto meus pelos se arrepiarem com o som dessas palavras. Então ele solta novamente o vídeo.
Jurei que ela não faria isso, mas a menina caiu morta no chão, sua mãe começou a gritar desesperadamente e a Any, pareceu não se importar, eu não me importava, não consigo conter as lágrimas que descem sobre o meu rosto agora, elas atingem meus lábios e sinto um gosto salgado em minha boca.
- Traga a pedra para mim agora! Posso resolver esse problema. – A mãe correu o mais rápido que pode e instantes depois ela e Jake apareceram.
- Que merda você fez Any? – Perguntou pasmado.
- Me dê a pedra e eu resolverei o problema. – Disse eu como se não tivesse feito a garota se matar, sinto nojo de mim mesma agora.
Jake pegou a pedra do bolso, uma pedra vermelha, meus olhos brilharam de uma forma indecifrável quando eu a vi, o mesmo me entregou, sentei no chão e coloquei a pedra em minhas mãos.
- Sei como fazer isso, não deve ser difícil. – Disse, Jake parecesse receoso, ele sabe que algo acontecerá, ele sempre sabe.
- Lorayne, tem certeza disso? – Perguntou na última tentativa de me fazer desistir.
- Vai querer que essa pobre mãe enterre sua filha? Acho que não. – Então eu continuei.
- Por todas as forças que tenho e que os Deuses me permitem ter, uso a minha autoridade, força e poder para ressuscitar essa pobre criança. – Então um vento muito forte começar e todos ali presentes se seguraram no que puderam para não saírem voando.
- Ressuscite essa criança, para que sua mãe não precise enterra-lo, deve ser o contrário, essa é a lei do equilíbrio.
- Lorayneeee. – Ouvi Jake gritar para tentar chamar a minha atenção, apenas o ignorei, mas sei que o ouviu.
O vento cessou de maneira tão rápida quanto veio, um silêncio profundo tomou a população ao redor, Any olha para a garota e a mãe começa a chorar ainda mais quando percebe que ela não respira, se passam alguns segundos e a mãe se soltou do guarda que a prendia e foi até a sua falecida filha.
- Meu amorzinho. – Disse ela tocando seu rosto. A mãe olhou para o peito da filha e chorando arrancou a faca, fechou os olhos da menina e se virou, tomada pela fúria em direção a assassina de sua filha.
Vejo, sinto que estou arrependida, só era como ainda sou orgulhosa de mais e jamais admitiria isso ou demonstraria a alguém.
- Você a matou! – Disse me empurrando.
- O experimento deu errado, ela escolheu participar dele.
- Escolheu? – Falou a mulher com nojo e desprezo.
- Ou ela participava, ou você morria, ela tinha opção de escolha. – Disse eu na maior ironia, se eu pudesse me matar faria isso agora mesmo.
- AAA. – A mulher começou a gritar.
- Lorayne, o que você está fazendo? – Me perguntou Jake.
- Não estou fazendo nada. – Disse e pareceu mesmo que eu não sabia.
- Parece que o experimento deu certo. – Uma mulher disse e ao olhar para a garota, vi que ela respira. Então o vídeo acaba.
- O que aconteceu? Quem fez aquilo com a mãe da menina? – Pergunto, mas o homem não me dá nenhuma resposta.
- Eu exijo saber. – Praticamente grito para ele.
- Você não está no direito de exigir nada. – Diz para mim, tento não parecer intimidada com sua voz autoritária, mas como ele está de costas para mim, não acho que importa muito.
- Você agora, vai pegar essa pedra. – Diz me mostrando a pedra Vermelha e sinto um conexão imediata com ela. – E vai ressuscitar minha família.
- Nossa família. – Diz o homem que apanhou de Richard em outro dia.
- E se eu me recusar? – Pergunto arqueando as sobrancelhas.
- Então você morre, assim como sua mãe e seu pai morreram.
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A Deusa da Chama: A Dona da Vida e da Morte (EDITANDO)
FantastiqueE lá estava eu, novamente sentada sozinha em meio a grama da floresta mais perigosa e deserta de toda a cidade de Tanzânia (situada na região sul brasileira), é uma floresta escura e sombria, conhecida por suas grandes árvores que vão até o céu e o...