Capítulo 52

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Ouço alguém bater na porta;
Ignoro

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Ouço alguém bater na porta;

Ignoro.

Alguém bate novamente e pelo jeito não é Jake, ele não se atreveria a isso.

- Sou eu. – Meu coração acelera ao perceber que é Jonathan, estava tão estressada que nem liguei para ele, mas ainda estou estressada e a última coisa que eu quero é machuca-lo então digo:

- Vai embora.

- Eu não irei a lugar algum, não antes de entrar aí e conversar com você. – Fecho meus olhos e respiro fundo, mas não me mexo, continuo sentada no chão na forma de perna de índio, com a pedra em minha mão.

- Preciso que me deixe fazer isso, preciso traze – Los de volta. – Tento convence – lo.

- Pessoas irão morrer para que isso aconteça. – Ele diz, me lembro das pessoas queimadas, passei por elas como se não fossem nada, e se minha mãe fosse uma delas? Balanço minha cabeça afim de espantar esses pensamentos.

- 4 pessoas somado as centenas de pessoas que matei não são nada. – Nem acredito que essas palavras saíram da minha boca, eu realmente sou um monstro.

- Lorayne... Você não precisa deles.

- Eu preciso! – Digo aumentando o tom de voz, eu preciso deles, preciso.

- Eles já cumpriram o que tinham que cumprir aqui na Terra, eles não irão te perdoar se traze – Los de volta sabendo que alguém morreu para que isso acontecesse. – Ele tem razão, mas não posso desistir agora, estando tão perto.

- Mas e seu pai? Não o quer de volta? – Pergunto, óbvio que ele quer seu pai de volta.

- Claro que sim, mas ele estava doente e morreu por uma boa causa, se ele voltar, irá morrer do mesmo jeito. – Isso ele tem razão, só que... A menina voltou curada, ela não tinha a marca da faca em sua pele, ele estava bem.

- Acho que ele voltará sem a doença. – Consigo sentir que isso o desestabiliza. Ele demora alguns segundos para responder.

- Você acha, não tem certeza. Colocaria a vida de alguém em risco por um “ acha “ ?

- Ainda não percebeu quem eu sou não é? Sou uma assassina Jonathan, desde que me tornei a Any eu sou. Essa é a minha natureza, matar e não sinto remorso disso. – Então me levanto e abro a porta, ele da 3 pequenos passos para trás, quase caindo por não usar a muleta.

- Você não pode mudar o que você foi, mas pode mudar o que você é. Se ressuscitar essas pessoas terá escolhido o seu caminho, escolherá continuar matando, e ninguém a não ser as suas chamas ficará ao seu lado. – Então ele sai de vagar, olho para baixo sem saber o que pensar ou o que fazer. Ele falou de 3, mas a quarta pessoa Jon não disse nada. Eu ainda quero ressuscita-lo, pelo menos ele.

Tomo um banho e troco essa roupa horrorosa que estou, abro a gaveta e encontro uma tesoura, penso por vários segundos se devo fazer isso ou não e na louca corto o meu cabelo em cima do ombro, o seco e penteio, passo uma maquiagem para disfarçar minha face abatida. Então saio do quarto.

- Tomei uma decisão. – Digo a todos que estão na sala, todos  exceto Jake me olham com medo, surpresa e expectativa.

- Cortou o cabelo, eu até que gostei. – Diz Larissa, mas não tenho tempo para isso agora.

- Irei ressuscitar apenas 1 pessoa e ela é o meu filho. – Disparo.

- Mas e Roberto? – Mariana se levanta e pergunta.

- Ele já teve a sua jornada, Luka mal começou a dele.

- Luka é o seu filho? – Larissa pergunta com certo receio.

- É sim, ele tem 3 anos. – Digo esbanjando um pequeno sorriso, carregado de tristeza.

- Any... Não pode ressuscita – lo. – Jake diz ainda de cabeça baixa.

- Você não me impedirá disso. – Digo sem me abalar.

- Temos que sair daqui o mais rápido possível, Anthony é um traidor. – Diz.

- Acho que poucos saíram vivos de lá, eles não são um problema. – Rebato, acho que todos perceberam que não há remorso ou arrependimento em mim, ao menos é o que tento demonstrar.

- Alguém com sede de vingança com certeza é. – Bonny diz, a menina está começando a ficar esperta. – Você matou a família dele, Anthony com certeza quer te matar agora.

- Se ressuscitar seu filho, vão pega-lo para usar como refém, ele está mais seguro longe daqui.

- Você quer dizer que ele está mais seguro morto! – Que ironia.

- É bem mais difícil ressuscitar pessoas que não estão mais em forma humana, exige muito mais esforço seu. – Jake diz se levantando. – Esforço e tempo.

É por isso que não estava conseguindo ressuscita-lo.

- Não posso me comunicar com eles? – Parece uma pergunta idiota, mas é o que sai da minha boca.

- Até pode, porém, não conseguirá toca-los, apenas vê-los.– Isso já é o suficiente, ao menos, por agora.

- Você pode puxa-los por um tempo, mas você nunca tentou fazer isso, nunca precisou. – Continua Jake.

- Quanto tempo? – Pergunto.

- Teremos que testar para ver. – Ótimo, eles concordaram que eu posso fazer isso.

- Para fazer isso você precisa imaginar a pessoa que você quer ver, ela sentirá isso e te dará passagem, assim você consegue puxa-los para cá.

- E se eles não derem?

- Vai precisar de muita mais força para traze-los para cá. – Eu consigo, repito em minha mente várias vezes seguidas, então, pego a pedra em meu bolso.

- Vamos começar. – Me sento no chão e com a pedra na mão tento me concentrar. Penso nele, mas não é com clareza, afinal, fazem 4 anos que ele morreu, mas também, o vi hoje, foi como se fosse hoje.

Me lembro do dia em que ele conseguiu encher um copo de água pela primeira vez, ele tinha 2 anos, ele queria água por que estava com sede e eu ao avistar um copo vazio em cima da mesa lhe disse:

- Você pode criar sua própria água, imagine ela nesse copo.

Ele me olhou surpreso, pensando que apenas o seu pai conseguia fazer isso. Por várias vezes ele tentou, demorou alguns minutos mas ele conseguiu, Luka pulou de alegria e me encheu de beijos.

- Sou como o papai.  – Diz sorrindo, eu dou um sorriso também ao olhar seu dentes ainda mal formados, ele era tão fofo.

- E como a mamãe. – Completo. Ele tem o meu poder e o de Jake, assim como nossos dois poderes extras, por isso cada geração é mais forte do que a outra, os filhos de Deuses são mais poderosos do que seus pais.

- Mamãe? – Ouço e percebo que não é mais nos meus pensamentos.

- Filho?

A Deusa da Chama: A Dona da Vida e da Morte (EDITANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora