Capítulo 9

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- RESPONDAM! Que merda aconteceu entre vocês dois? - Diz a jovem já angustiada e super irritada com nosso silêncio, mas a verdade é que nenhum de nós quer ser responsável por falar isso a ela e não queremos mentir, pois uma coisa nós três fazemos muito bem: assumir nossos erros e não oculta-los, pois, a verdade sempre aparece e quando isso acontece...  - RESPONDAM. - Grita ela, mas eu e Phelipe não mexemos um músculo sequer, exceto Jhonatan que pulou de susto.

- O que está acontecendo aqui?  Que gritaria toda é essa? - Pergunta a mulher ao se aproximar de nós. - Podem chamar muita atenção, já não basta a fogueira para revelar nossa localização? E seu filho Lari, quer acorda - ló? Demorou tanto para ele dormir! - Diz olhando para o menino, perto da fogueira, deitado e dormindo. - Mesmo sendo pequeno ele está ainda muito assustando com o recente ocorrido, tadinho, ele quase morreu hoje. - Diz Dona Mariana, a minha ex sogra e atual salvadora do momento, ou quase isso, por que nem se um meteoro cair perto daqui acho que Larissa evitaria essa conversa.

- Você tem razão, não podemos chamar muita atenção. - Digo tentando desviar do assunto, mas Larissa não está ligando muito para as circunstâncias, ela só quer saber a verdade. Embora ela merecesse muito mais que isso, pois ela me traiu de uma maneira muito pior, eu ainda sim me envergonho da verdade.

- Você sabia que seu filho, MEU MARIDO, resolveu perder toda a dignidade que ele tem, todo o respeito e a educação que lhe foi dado por causa de uma menina que tem idade para ser filha dele? - Ela realmente acha que aconteceu mais do que um beijo? Como é que faríamos algo alguém disso?  E Phelipe não tem idade para ser meu pai, Larissa realmente acha que eu ainda tenho 18 anos? Que tola, 10 anos se passaram, eu tenho 28 anos de idade e ponto final.

- Não estou entendendo. - Diz a mulher de olhos escuros como as trevas e cabelos da mesma cor ao meu lado, Jhonatan é a pura cópia da mãe, enquanto, Phelipe, de seu pai.

- ELE ME TRAIU! - Grita ela e pulo um pouco para trás de susto, acho que ninguém percebeu.

- Como é que é? Filho! Como você pode fazer isso? Eu sempre te ensinei a ser um homem de respeito, um homem leal, eu te criei e te eduquei como um exemplo de homem a ser seguido, para as pessoas se inspirarem em você, e agora você coloca tudo isso a perder? Sei que ama Lorayne e nunca deixou e nem vai deixar de ama-la, mas você tem uma família, uma esposa e um filho agora, Lorayne não é mais sua namorada, entenda isso! - Ela acabou de falar verdades doloridas de uma vez só, podia ter pegado mais leve.

- Mãe, sei que errei, mas nós não fizemos o que vocês estão pensando, eu não transei com ela. - É a verdade, mas sei que Larissa não acreditará em nós.

- Não seja irônico, não precisa transar com essa vadia sem vergonha para me trair. - Eu iria dizer que entendo a raiva dela, mas ela acabou de me chamar de vadia.

- Você me chamou do que? - Pergunto com um olhar mortal para ela. Eu não sou isso e não vou deixar que digam que sou.

- Está surda por acaso? - Deveria ir em um médico, 10 anos sem limpar o ouvido não é brincadeira né? Mas se assim deseja, falarei mais alto para que a surda aqui possa me ouvir. - Diz Larissa com um sorriso torto e macabro, mas o que ela não sabe, é que o meu é bem pior do que o dela. Ela está muito enganada se acha que pode me ameaçar e me fazer ter medo dela. - Eu te chamei de VADIA. Ouviu agora ou preciso falar mais alto? - Não me contenho e parto para cima dela disferindo todos os xingamentos possíveis para ela, Jhonatan me segura ou ao menos tenta fazer isso e Phelipe segura Larissa que nem fazendo força consegue mexer um músculo do braço dele, me solto facilmente de Jhonatan e sem querer acabo jogando-o para o outro lado e começo a bater e a chutar a escrota da minha ex melhor amiga sem pensar nas consequências disso.

- Para filha! Vai matar ela. - Diz minha mãe desesperada com medo de tal fato.

- Seria um prazer fazer isso. - Digo realmente querendo fazer aquilo e sorrio ao vê-la sangrar, eu não sou assim, mas Larissa também não era, as pessoas mudam e eu não sou uma exceção disso.

Todos tentam me segurar de uma só vez na tentativa de evitar a morte de Larissa, eu me esperneio e os bato como se eu fosse ainda uma criança, eles começam a me sufocar mesmo sem a intenção, o ar começa a faltar e estou prestes a explodir.

- AAAAAA. - Grito de raiva e todos pulam para trás de uma forma sobrenatural e enormes chamas se formam e se espalham por todo o caminho a minha frente.

- Mas que merda é essa? - Pergunta Phelipe assustado e eu também, não é possível que eu tenha colocado fogo na igreja é? Como isso é possível? Que merda está acontecendo? Como fogo está saindo das minhas mãos? Meu olhar certamente está assustado agora, por que eu estou assustada. Eu realmente explodi aquela parede.

- Lorayne não é humana. - Diz minha mãe como se soubesse que esses tipos de seres existissem. Quer dizer... Ela sabe.

- Você sabia disso? - Pergunto olhando nos olhos dela, mesmo sabendo da resposta.

- Sabia. - Ela olha para os lados procurando refúgio, tem mais por trás disso do que eu possa imaginar.

- Você também é sobrenatural? - Pergunto tentando manter a calma que acabei de perder. Eu deveria estar surtando, por dentro estou, mas não irei demostrar isso na frente de ninguém.

- Não. - Diz ela com lágrimas nos olhos, tudo bem estar assustada, mas parece que ela está escondendo algo terrível que não pode mais ocultar de mim e isso a assusta.

- Então meu pai é sobrenatural certo? Por que ele nunca me falou? - Digo desapontada com ele. Meu pai deveria ter me contado isso, me ajudado a controlar...

- Era você quis dizer né? Ops, não era para ter falado? Juro que não foi a intenção. - Diz Larissa fingindo pena. Mas o que ela quis dizer com "era"?

- Como é que é? - Pergunto inacreditada.

- Ele morreu em um acidente de carro, uma tragédia que chocou a todos nós. - Diz a víbora revirando os olhos.

- Ele não pode ter morrido em um acidente de carro, ele é sobrenatural não é mãe?

- ...

- Não é mãe? - Me desespero, não é possível que ele não seja, ele tem que ser, preciso falar com ele.

- Tem uma coisa que você precisa saber filha. - Começa ela a falar.

- E o que seria? - Não pode ser pior do que tudo o que já aconteceu né?

- Seu pai não era um ser sobrenatural. - Então ele realmente morreu. Abaixo a cabeça e começo a pensar, até que uma coisa cai sob os meus pensamentos.

- Mas se meu pai não era sobrenatural isso significa que... Ele não é meu pai de verdade.

A Deusa da Chama: A Dona da Vida e da Morte (EDITANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora