Nos alojamos nos quartos, um ficou para mim, Lipe e Nando, outro de Jake e obviamente Lorayne tem um só para ela, Mariana insistiu em ficar com o filho, então ela dormirá em uma maca da enfermaria, não a julgo, também faria isso para estar perto de meu filho. Bonny, a menina negra, tem um para ela e o ruivo, um só para ele, porém, está sendo monitorado, pelo menos até ele acordar, o que não deve demorar muito.
- Vou tomar um banho, não aguento mais esse cheiro. – Digo não só de mim mas de todos, nunca fiquei tanto tempo sem tomar banho na minha vida.
- Está bem, te darei umas roupas, venha comigo. – Jake diz e meio receosa vou com ele, o mesmo abre um armário e encontro muitas roupas, da onde vem tudo isso? Eu não sei.
- Da onde tem um armário tão completo de roupas assim? – Não me contenho e pergunto.
- Não é da sua conta. – Me responde com grosseria.
- Nem queria saber mesmo, seu idiota. – Pego uma calça de moletom branca, uma blusinha de alça rosa bebê, um tênis branco e saio dali antes que ele me congele viva.Aquela garota me estressa, porém, tenho coisas mais importantes para me preocupar agora, como por exemplo, salvar a Any, por que nem que eu tenha que ir sozinho, eu vou resgata-la.
- Tomem banho e venham na sala, reunião, tenho algumas coisas a falar e esclarecer. – Grito para que todos ouçam.
Então tomo um banho também, tirando todo o sangue da Any do meu corpo, a água quase congelada caindo sobre a minha pele diminui a dor que estou sentindo por dentro, eu a abandonei, não tive escolha mas eu poderia ter tentado, poderia ter vencido. Abro meus olhos para parar de imaginar com ela está, o que estão fazendo com ela, podem estar a torturando, ou a forçando fazer algo que não queria, droga! Desligo o chuveiro, não posso ficar pensando nisso.
- Estão prontos? – Pergunto após sair do quarto, verifico pelas câmeras e o ruivo ainda não acordou, ele devia ser mais fraco do que imaginei.
- Quase, estou tentando fazer alguma roupa servir em Nando. – Paro imediatamente em frente a porta que está aberta.
- Posso resolver esse problema. – Digo e vou até meu quarto, abro a cama que é baú e olho a imensidão de roupas e coisas de criança, fecho meus olhos me permitindo sentir essa dor.
- Está tudo bem? – Phelipe aparece na porta e pergunta.
- Sim, está tudo bem. – Digo fechando imediatamente o baú.
- Não sabia que era uma cama com baú, mas como isso resolve nosso problema? – Me contenho a responder.
- É... – Eu abro e revelo a ele o que tem embaixo da cama.
- Mas como você tem isso? – Pergunta ele com os olhos arregalados.
- Não comente nada com ninguém, apenas escolha, algo deve servir. – Então saio sem conseguir ficar mais ali. Depois de um tempo todos estão a esperar o que vou falar.
- Temos regras, separei as tarefas domésticas e os horários de treino, é necessário também que alguém fique com Jonathan, Será entre Phelipe, Mariana, Bonny e eu, nós sabemos mais coisas e será melhor.
- Terei que limpar e cozinhar? – Pergunta Larissa fazendo careta.
- Sim, como todos. – Respondo e ela não consegue contestar.
- Segunda – feira será Larissa a limpar a casa. Terça, Mariana. Quarta, eu. Quinta, Phelipe. Sexta Bonny, Sábado o novato e domingo é descanso. – Ninguém ousa me contestar.
- Em relação a fazer a comida, como que fica? – Pergunta Bonny interessada.
- Hmm, Segunda, Mariana. Terça Larissa. Quarta Phelipe. Quinta, eu. Sexta o novato e sábado, Bonny. Domingo a gente vê, pode ficar com Lorayne os domingos quando ela voltar. – Todos duvidam que conseguirei traze-la de volta, ignoro os olhares que trocam entre si.
- As 10:00 da manhã até às 12:00 horas é treinamento, das 15:00 às 16:00 também, o horário das refeições serão café da manhã 7:00 às 7:30, almoço das 12:30 às 13:00, café da tarde das 4:30 às 5:00 e janta das 9:00 às 9:30. Entenderam?
- Sim. – Diz Mariana, Bonny e Phelipe.
- Larissa? – Pergunto querendo ouvir o seu sim, ela reluta um pouco e diz:
- Está bem. – Então ela revira os olhos.
- ME TIREM DAQUI! – O ruivo grita batendo na porta.
- parece que nosso hóspede acordou. – Digo e saio junto a Phelipe, vamos juntos interroga – lo. Abro a porta de vagar.
- É assim que trata a pessoa que te salvou de sentir aquela imensa dor? – Pergunta para mim se sentando na cama.
- Sinto muito mas era necessário, se ponha em meu lugar, o que você faria? – Antony abaixa o olhar e diz:
- Provavelmente o mesmo.
- Essa era a resposta que eu esperava ouvir.
- O que aconteceu com a Lorayne? Estou preocupado com ela. – Diz Phelipe.
- Agora você está preocupado? Quem escolheu abandona-la foi você. – Digo estressado, como ele ousa dizer que está preocupado com ela depois do que fez?
- Aquilo também era algo necessário. – Não consigo nem mais olhar para ele, saio dali batendo a porta forte.
- Já está ficando tarde, sugiro irem dormir, assim como eu vou. – Digo a todos que ainda estão na sala.
- Mas e a comida? Não irá jantar? – Pergunta Larissa.
- Perdi a fome. – Então vou até meu quarto e deito na cama, tento dormir mas não consigo, penso em Any a cada segundo e não consigo suportar a dor nem ao pensar em perde-la. O cansaço me vence e adormeço.
O despertador toca às 6:30 da manhã, me levanto e vou até a cozinha.
- Café da manhã está pronto. – Diz Mariana, hoje é segunda – feira, ou seja, a vez dela de cozinhar.
- Que bom. – Não vejo simpatia em seu olhar, ela deve me odiar por querer proteger Any.
O dia se passa mais devagar do que eu esperava e até mesmo queria, quanto mais rápido melhor, assim não penso tanto, preciso de um plano para tirar a Any de lá, só que tem que ser um plano bom e não imprudente. Talvez Anthony possa nos ajudar, mas ainda não tenho certeza se podemos confiar nele, por isso tudo o que ele faz fora do quarto estou o acompanhando, não colocarei em risco a vida de ninguém que ela ama por descuido.
- Em que está pensando? – Pergunta Anthony para mim, estou sentado no banco em que Lorayne quase demorou um ano para colocar a tala, estou me lembrando desse dia que parece ter sido há séculos mas foi a apenas 2 dias atrás.
- Em nada. – Respondo.
- Quer salva-la não é? O pouco tempo que passei com os dois foi o suficiente para mim perceber que se amam, ela parecia muito preocupada com você, assim como você está com ela agora.
- Não posso simplesmente deixar ela lá. – Digo para ele sem demonstrar a fraqueza que tanto sinto nesse momento. Então inesperadamente ele diz:
- Vamos resgata-la, eu acho que sei como.
Um
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A Deusa da Chama: A Dona da Vida e da Morte (EDITANDO)
ParanormalE lá estava eu, novamente sentada sozinha em meio a grama da floresta mais perigosa e deserta de toda a cidade de Tanzânia (situada na região sul brasileira), é uma floresta escura e sombria, conhecida por suas grandes árvores que vão até o céu e o...