Capítulo 54

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Não o deixarei fazer isso por mim, e o Jake... Ele ocultou as coisas de mim de novo. - Cansei disso, cansei dele mentir e ocultar as coisas de mim.

- Acho que ele não fará isso nunca mais. - Diz e abaixa a cabeça.

- Como? - Pergunto não entendendo.

- Ele foi embora a algumas horas.

- Como é que é? Como ele... - Naquela hora, ele não estava falando de ir embora para seu quarto por exemplo, ele estava falando de ir embora mesmo, para sempre. - Ele...  Não podia ter ido embora assim. - Digo.

- Ele deixou um bilhete para você, está no quarto dele. - Jon mal termina de falar e já estou encarando a carta, em cima do criado mudo de Jake.

- Vou deixa - lá sozinha. - Jonathan diz fechando a porta.

Eu pego a carta de papel branco e delicadamente a abro. Acho que estou com medo de lê-la. Respiro fundo antes de começar.

Querida Any;

Sinto muito ter ido embora assim, sem me despedir e entendo que esteja com raiva de mim. 
A verdade é que só lhe fiz mal desde que cheguei, menti para você e ocultei coisas que você deveria saber. Sinto muito por tudo o que te fiz e espero que um dia possa me perdoar por isso e também por ter matado nosso filho. Agora a deixarei em paz, peço que não me procure por que não me achará. Quero que saiba que sempre estarei ao seu lado, mesmo não estando fisicamente.
Pode ficar com o bunker para você, insisto que fique na segurança dele. Seus inimigos foram derrotados, você não precisa mais fugir, agora você pode viver. Peço apenas que tenha cuidado com Anthony, mas acho que ele não voltará tão cedo, ele sabe que não pode derrota - lá.

Te amo.

Ass: Jake Parker

Me ajoelho no chão e começo a chorar, eu disse que precisava dele e ele me prometeu que sempre estaria comigo. Mas ele não está mais aqui. Necessitava dele, por que me apoiava nele. Vou cair sem ele ao meu lado.

Lorayne já está a alguns minutos dentro daquele quarto, não sei o que ele escreveu, mas pelo corredor consigo escutar o choro dela, e isso, parte o meu coração

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Lorayne já está a alguns minutos dentro daquele quarto, não sei o que ele escreveu, mas pelo corredor consigo escutar o choro dela, e isso, parte o meu coração. Ela passou por muitas coisas e agora, por mais isso. É claro que ela pode encontra-lo, Lorayne tem a eternidade para isso e espero, que eu também tenha. Mas para isso, preciso que ela concorde comigo e precisamos arranjar um vampiro que me transforme.

- Está tudo bem? - Minha mãe pergunta ao me ver chegar na sala. Não consigo mais ouvi-la, não suporto saber que ela está chorando.

- Sim, mãe. Já me acostumei a andar com essas belezinhas aqui. - Digo levantando uma das muletas.

- Espero que não precise usá-las por muito tempo. - Eu também, sinto saudade de andar normalmente, odeio essas muletas.

- Já estou melhorando, talvez daqui 1 ou 2 semanas eu já possa andar sem elas. - Espero que isso realmente aconteça.

Se passam alguns minutos e Lorayne finalmente sai do quarto, diferentemente do que eu esperava, sua cara não está vermelha, porém, percebo o inchaço causado pela crise de choro.

- A partir de agora, eu assumirei o controle de tudo isso daqui. Quero que me respeitem entenderam? - Eu, Bonny e Lipe respondemos que sim.

- Caso não concordem a porta está ali, é só abrir e ir embora. - Diz ela olhando para minha mãe e Larissa.

- Parece que não temos escolha, concordo. - Diz minha mãe.

- É, estou de acordo.- Diz Larissa. Lorayne esbanje um grande sorriso com isso.

- Treinaremos até que todos estejam aptos para lutar caso necessário. Alguém sempre ficará de olho nas câmeras de seguranças caso Anthony volte e as tarefas domésticas será divida de diferente maneira com a que Jake organizou.

- Qual será essa maneira? - Pergunta Larissa revirando os olhos.

- Seguimos com os antigos horários, mas agora, todos irão arrumar a escotilha todos os dias, cada um lava, seca e guarda o que usou de louça, coloca para lavar suas roupas, deixa seu quarto organizado e nada espalhado. Sobre as refeições, cada um terá seu dia, e seguirá, repetindo isso, por sermos em menos agora, os dias irão se diferenciar.

- Nós poderemos sair para fora? - Meu irmão pergunta.

- Assim que determinar ser seguro, sim. Agora, se me dão licença, vou treinar. - Me levanto do sofá e devagar sigo ela.

- A minha resposta continua sendo não. - Diz sem sequer olhar para ver quem estava ali.

- Como sabia que era eu? - Pergunto.

- Instinto. - Ela responde.

- Por que não quer? Ficaremos juntos.

- Mas você sofrerá, não só com a transformação, mas com tudo, você terá sede de sangue, talvez chegue a matar pessoas e não temos uma bruxa para criar um Anel do Sol para você.

- Estou disposto a passar por tudo isso para estar ao seu lado. - Digo dando um passo desajeitado em direção a ela.

- Mas eu não estou disposta a arriscar tudo isso, não estou disposta a deixar você estragar a sua vida por mim. - Ela diz, não sei o que posso fazer para convence-la.

- Não desistirei de você, nunca. - Digo e então saio, preciso pensar em um jeito dela me deixar fazer isso, por que se eu fizer sem ela saber, Lorayne não me perdoará e então terei que viver a eternidade com isso, ou enfiar uma estaca em meu coração e morrer sem ela.

- Está tudo bem meu irmão? - Pergunta Phelipe baixinho para mim.

- Na verdade, não.

- O que aconteceu? A Lorayne está bem? Vi que estava conversando com ela. Não deve estar sendo fácil para ela.

- Tenho certeza que não está, mas ela insiste em ser durona. - Digo desabafando, mas não sei se isso é o certo a fazer, desabafar justo com ele.

- Ela sempre foi assim, desde quando namorávamos. - Diz e sinto uma pontada de ciúmes, sinto que ele ainda a ama, ele sempre a amará, Phelipe e Lorayne eram um para o outro, porém, o destino os separou, Lorayne pode até gostar de mim, mas nunca me amará como amou ele, assim como Phelipe nunca amou Larissa como amou a Any.

- Queria virar um vampiro, para ficar com ela. - Meu irmão me olha pasmado. - Ela não quer deixar.

- Você não pode fazer isso! Está louco? - Pergunta quase gritando e então coloco minha mão em sua boca.

- Fale baixo, a mãe vai surtar se ouvir. - Digo sussurrando.

- Vou surtar se ouvir o quê? - Ouvi minha mãe perguntar atrás de mim.

- Não entendi mãe, surtar se ouvir o quê? Você está bem? - Pergunto me fingindo de desentendido.

- Não se finja filho! Eu te conheço melhor do que você mesmo. - Não posso contar a ela, minha mãe vai surtar.

- Acho melhor falar para ela. - Diz Phelipe e minha vontade e de socar a sua cara na parede.

- Você não irá sair daqui antes de me contar. - Diz ela para mim.

A Deusa da Chama: A Dona da Vida e da Morte (EDITANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora