Epílogo

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1 mês depois

Nós, nos estabilizamos na Europa Setentrional, Localizada na porção Norte do Continente Europeu. Escolhemos o agrupamento do Reino Unido, Phelipe e sua família foram para a Escócia e eu para a Inglaterra, minha maior paixão. Vendemos nossas antigas casas para conseguir esse dinheiro, com nomes falsos é claro, ainda somos procurados pela polícia e a PIB, nunca deixou de tentar me encontrar, por esse motivo, saímos do Brasil.

- How are Miss News? – A secretária do prédio que comprei um apartamento me cumprimenta. Agora meu nome é Samantha Leblanc News se é da curiosidade de vocês saberem disso.

- I’m fine. – Digo com um sorriso agradável em meu rosto, pelo que sei de inglês consigo sobreviver aqui. Devo agradecer meu pai por isso. Vou até o elevador e aperto o botão para subir para o 25° andar.

O prédio é todo de vidro espelhado, os elevadores levam para cada apartamento, tudo aqui é de mármore preto e branco, os lustres são azuis pastéis e o tapete da entrada é de um vermelho deslumbrante. O prédio Antonelli II é um dos mais chiques da cidade, fica em frente a praia, a vista do meu apartamento da direto para o Mar, será bom viver aqui, está sendo bom, mas... Me sinto sozinha. Queria que Jake estivesse comigo, já que Jonathan não pode mais estar. Sinto falta de todos eles, queria que tudo pudesse ter sido diferente.

O elevador se abre e logo já estou dentro dele. Algum pouco espaço de tempo passa e logo já estou no Hall de entrada do meu apartamento. O que adianta ter 3 quartos enormes se estou aqui sozinha? Ou uma mesa para 12 pessoas se apenas um lugar é ocupado? Mas eu não podia ficar com a família de Phelipe, só atrapalhei a vida deles.

Vou para o banheiro e encho a banheira. Depois disso, tiro minha roupa e entro dentro da água quentinha e perfumada, me afogo na água. Faço isso toda vez que me sinto sozinha, ou seja, sempre. Não sei o por que exatamente, mas não posso me machucar, cura rapidamente, a dor se vai rapidamente. Acho que sentir a dor no meu corpo diminui a que sinto dentro do meu coração.

Saio do banho e pego uma calça legging preta colada, um tênis Branco com plataforma, um blusa de alcinha, branca. Seco o meu cabelo e me olho no espelho. Vejo uma garota sozinha, que vive em um Mundo que não se encaixa e não pertence a ela. Quero ser humana, mas, por mais que eu tente, eu não sou uma, e daqui 10 anos eu vou ter certeza disso, por que não vou envelhecer. Tenho 28 anos e minha aparência é de 18. Terei 38 e minha aparência continuará sendo de 18. Para sempre serei uma garota de 18 anos para qualquer um que me ver. Uma lágrima escorre, e eu a deixo descer, até molhar a minha boca e eu sentir o gosto salgado dela, acho que deveria ser amargo, por que essas lágrimas são de amargura.

Pego a pedra vermelha, a qual todos os dias invoco meu filho, já tentei invocar Jonathan, mas não consigo, a Flecha Dourada provavelmente proíbe essa conexão. As vezes consigo fazer meus pais aparecerem junto com Luka, eles sempre me dizem que não é para mim ressuscita-los, todos os dias luto contra isso, por que sei que irei matar pessoas. Luka aparece e sorri para mim.

- Mamãe! Estava com saudade de você. – Diz aquela voz doce que tanto me acalma.

- Desculpe não ter o invocado ontem, estava sem forças, fraca. Mas não precisa se preocupar comigo. – Digo ao ver que sua feição mudou ao dizer isso.

- Tentar invocar todos de um vez está sugando sua energia mamãe! Talvez seja melhor você dar um tempo disso.

- Não! – Rapidamente respondo, não posso deixar de vê-los, é o que me mantém de pé, me faz acordar todos os dias sem enfiar aquela flecha dourada em meu peito. É claro que estou com ela e é claro que já cogitei enfia – lá em meu coração. De morrer como ele morreu, de sentir o que ele sentiu. Pode parecer um pensamento doentio, mas as vezes, esse é o meu real desejo. O telefone toca.

- Acho que você tem visita. Te amo mãe. – Então eu o faço desaparecer, não tenho forças suficientes para manter alguém comigo se não estiver me concentrando nisso. Vou até o telefone e atendo.

- Miss has a visitor, it’s the Lord CampiBelI. He says it’s urgent, can I send it up? – A senhorita tem uma visita, é o Sr: CampiBelI. Ele diz que é urgente, posso mandar subir? CampBell é o sobrenome que Phelipe escolheu para ele, mas o que ele faz aqui?

- You can send it up. – Pode mandar subir. É isso o que eu respondo. Estou nervosa e ando de um lado para o outro, até a porta do elevador se abrir.

- O que você está fazendo aqui? – É a primeira coisa que pergunto ao vê – lo.

- Tenta encontrar o Jonathan. – Franzo a testa confusa.

- Já tentei um milhão de vezes invoca-lo, você sabe que não tive sucesso em nenhuma tentativa.

- Acho que ele está vivo. – Diz e meu coração acelera.

- Como? Eu vi ele morrer, nós enterramos ele! – Digo já gritando, não sei por que estou gritando.

- Ele estava com um frasco de sangue de vampiro pendurado no pescoço. – Meu coração para! Jonathan não seria burro de não tomar antes de se atirar na minha frente, seria?

- Eu não lembro se o frasco estava vazio ou não e a flecha... Ela não mata de vez? – Pergunto.

- Acho que precisaremos voltar para o Brasil para descobrir. – Ele diz.

- Acho que não será necessário. Demorou mas eu encontrei vocês. – Vejo a cara de Phelipe, ele está com os olhos arregalados, ouço a voz e a reconheço, lentamente me viro e o vejo:

- Acho que a Flecha não funciona com vampiros. – Eu ainda estou paralisada, não consigo dizer uma palavra, até que involuntariamente ela sai da minha boca:

- Jonathan? – Eu sorrio, ele sorri. Então eu corro até ele e o beijo, o segundo beijo de muitos outros.

- Você nunca mais se sentirá sozinha, por que para a eternidade estarei ao seu lado.

Fim.

A Deusa da Chama: A Dona da Vida e da Morte (EDITANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora