- Acha que nunca mais vamos sair daqui? - Pergunta Larissa apoiada em meus ombros, estamos sentados em um colchão no chão e Nando dorme tranquilamente em nosso colo.
- Eles irão nos achar, vão nos tirar daqui assim que puderem, isso não é uma suposição e sim uma afirmação Lari. - Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos.
- COF, COF.
- Pai você está bem? - Pergunto a ele notando sua piora.
- Eu vou ficar bem. - Diz para me tranquilizar, mais ambos sabemos que isso não é verdade.
- Estou com sede. - Reclama minha mãe, estamos em celas separadas mais são apenas de grades, então conseguimos ver uns aos outros.
- Aguenta firme mãe.
- Eu vou meu filho, eu vou...- Tive uma ideia. - Falo a Jake na fila para o almoço.
- E qual seria ela? - Pergunta de certa forma curioso.
- Vou usar o meu dom para encontrá-los, acho que consigo libera-los sem entrar no lugar.
- Acha isso mesmo possível? - Pergunta.
- Improvável, mais possível, não estou dizendo que não vamos entrar, estou dizendo que podemos liberar a cela e esperarmos eles em algum lugar, igual fiz quando Marley me levou.
- Marley te sequestrou? - Pergunta ele de olhos arregalados.
- Não exatamente, mas falamos sobre isso depois.
- Ok, como você pretende fazer isso?
- Bom...
- O que você está aprontando Rayana? - Pergunta desconfiado.
- Me encontra na ribanceira depois do almoço e eu te conto. - Então saio e me sento em uma das mesas de madeira que ali tinha, elas foram feitas por eles mesmos aparentemente, tem algumas brechas mais isso não é problema, os bancos são de troncos de árvores, tudo aqui é bem simples, mais de certa forma aconchegante, mais nossa estadia por aqui acabará logo.
- Está gostando daqui? - Uma menina negra de curtos cabelos crespos na cor marrom escuro e olhos esmeraldas me pergunta.
- Não é algo que estou acostumada mais estou gostando sim, a comida também é diferente, mais é boa.
- Aposto que garotas da cidade acham isso aqui um horror. - Eu riu e ela me olha.
- Falei algo de errado? - Pergunta com medo de que a resposta seja sim.
- Não é só que... Eu sou da cidade..- Ela arregala os olhos e tampa a boca, riu ainda mais com sua reação.
- Muito prazer eu sou a Lo... Rayana. - Dou uma leve risada constrangida com meu deslize. - Rayana Lourdes, algumas pessoas me chamam de Lo. - Digo e acho que consigo disfarçar.
- Tudo bem Lo, eu sou a Bonny. - Diz estendendo a mão e a aperto em um gesto de empatia.
- Pensei que os índios fossem morenos de cabelos pretos e lisos. - Digo após colocar um pouco de peixe em minha boca.
- É o que a maioria acha, mas os índios se casaram com Europeus, Russos, Japoneses, Italianos... Enfim, acho que entendeu.
- Sim. - Então nós duas rimos.
- É um milagre você ter sobrevivido sabia? - Diz.
- Também acho, ainda estou zonza, tonta e enjoada mas está tudo bem.
- Como não perdeu a memória? Você parece uma Deusa sabia? - Riu um pouco e digo:
- Quem dera eu fosse uma. - Tentando transparecer realmente não ser tal.
- Você e seu namorado vão embora quando? - Faço uma careta tentando lembrar se tenho namorado.
- O Alan! Ainda está meio drogues não é? - Ela ri e eu apenas digo um: - deve ser. Então Reviro meus olhos sem que ela perceba.
- Pretendemos ir embora em breve, estávamos em uma viagem pelo mundo sabe e pretendemos continuar seguindo ela.
- Legal, eu nunca sai daqui. - Responde mudando sua expressão alegre para um olhar triste e desanimado.
- Eu até levaria você conosco mas... É complicado. - E coloca complicado nisso.
- Tudo bem. - Me responde sorrindo, ela muda sua expressão rapidamente, o que mais faz acreditar que ela esconde muitas coisas e tem um passado sombrio, não estou a julgando mas sim dando minha opinião sobre ela, Bonny é misteriosa, sinto isso, mas para não causar nenhum desconforto resolvo não perguntar nada a ela.
- Bom, agora eu preciso ir, vou me encontrar com Jake.
- Jake? - Paro e raciocínio que falei merda.
- Estava brincando, queria ver sua reação, me desculpe. - Foi a única coisa que veio em minha mente e por mais que ela assina que sim, sei que está desconfiada. Assim como combinado me encontro com Jake na ribanceira, nos sentamos no chão empoeirado e o garoto começa a suar com o quente Sol, comigo não acontece isso e acho que nem preciso dizer o por que.
- Pode me contar o que está planejando agora?
- Posso. - Então lhe conto tudo, cada detalhe...
- Isso realmente pode dar certo, mas de qualquer maneira é arriscado.
- Todas as pessoas que me importo estão lá, minha mãe pode estar lá, viva, não medirei esforços para saber se eles a mataram ou não, mais não posso viver com essa incerteza e muito menos com a culpa deles estarem lá por minha causa, espero que realmente me entenda Jake.
- Eu te entendendo Lorayne, mas não estamos preparados, não sabemos quem eles são e ir exatamente para a toca do inimigo não me parece sábio.
- Eles vão usa-los contra mim uma hora ou outra, irei para lá de qualquer modo, então ou os resgatamos e corremos o risco de ser pegos, ou esperamos a chantagem e vou por vontade própria em direção a morte.
- Eu não sei o que são e nem o que estão planejando, mais é bom me contarem agora por que não vão sair vivos daqui se descobrirem que mentiram sobre sua verdadeira identidade.
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A Deusa da Chama: A Dona da Vida e da Morte (EDITANDO)
ParanormalE lá estava eu, novamente sentada sozinha em meio a grama da floresta mais perigosa e deserta de toda a cidade de Tanzânia (situada na região sul brasileira), é uma floresta escura e sombria, conhecida por suas grandes árvores que vão até o céu e o...