Capítulo 41
- Quem é você? - Pergunto, mas logo percebo ser o homem que aprisionou Jonathan e o torturou, uma imensa raiva é tomada por todo o meu ser, me seguro para não queimar esse cara vivo agora mesmo.
- Por que tanta raiva pequena chama? - Então ele conhece meu apelido por aqui.
- Você quase o matou idiota. - Seu sorriso se desfaz no mesmo instante que meu grito chega a seus ouvidos. - Quase matou Jonathan e tirou a vida da minha mãe. - O homem se contorce de medo, mas não de mim e sim dele: Marley.
- Ele fez o que Lorayne? - Pergunta Marley enfurecido, tomado pela raiva, porém, não mais do que eu.
- Foi o que você ouviu. - Então Marley parte para cima dele diferindo vários socos contra o homem que caí no chão e leva um soco atrás do outro. Eu não o impeço, afinal, a morte de minha mãe está em suas mãos, as feridas de Jonathan e a situação que meus amigos estão vivendo agora também é culpa dele. Esse homem merece muito mais que a morte, não respirar é pouco para ele.
- Falei para não machuca-lo. - Grita meu pai de sangue.
- Não resisti. - Diz rindo, mas logo para ao levar mais um soco, o homem está todo ensanguentado, há sangue por todo o chão, seus homens não o ajudam, apenas ficam parados olhando.
- Tem alguma coisa errada. - Digo baixo apenas para Marley ouvir.
- O que disse? - Pergunta o mesmo para mim após me chamar em um canto.
- Eles estão nos enrolando, querem tira-los daqui. - Digo em seu ouvido. Marley é esperto o suficiente para rapidamente entender o que tem que fazer, ele precisa enrola-los o máximo possível.
- Tenho uma proposta. - Respiro forte, tentando entender o que ele fará, mas não imaginei ficar tão abalada com as palavras que viriam a seguir. O homem morde os lábios já imaginando o que será. - Um duelo, se eu vencer deixará Lorayne e todos os que vivem perto dela em paz.
- E se eu ganhar, matarei a todos eles e Lorayne fará o que eu quero. - Fecho meus olhos tentando não acreditar no que ele acabou de dizer, esses duelos só podem sair com 1 pessoa viva e se Marley perder irei perder tudo.
- Não quero ver isso. - Meu pai se aproxima de mim e me abraça fortemente, me permito estar tão próxima dele, embora eu sinta nojo e um imenso desgosto, ele está colocando sua vida em risco por mim e Marley será meu pai de sangue para sempre, isso eu jamais poderei mudar, ele é tudo o que me resta, minha única família e se ele morrer, tudo o que tenho de mais precioso morre junto. Então eu saio dali tentando não pensar muito nisso e prossigo com o plano, se Marley morrer vou garantir que não seja em vão.
- Preparem a arena. - Ouço alguém gritar, a Cidade em instantes vira um verdadeiro caos, todos são convocados para ir até o centro, onde haverá um grande espetáculo, obviamente eu não vou, é a distração perfeita e eu espero conseguir resgatar meus amigos com isso e chegar a tempo de salvar Marley. Meu pai pode ser mais forte do que ele, mas não tenho ideia de qual é o seu poder e isso me assusta, não tenho a mínima ideia de onde o meti.
Reconheço o lugar, quer dizer, sei que ele é familiar, estar aqui talvez me ajude a lembrar de tudo, mas não sabendo nada daqui, para onde devo ir fica muito difícil. Me assusto com o surgimento dele em minha frente, ele com certeza estava invisível esse tempo todo, me vigiando, apenas esperando o momento certo para falar comigo.
- Me siga. - Não contesto com o homem que apontou uma arma para a minha cabeça a alguns minutos atrás, sinto que posso confiar nele, então sem dizer nada eu apenas o sigo.
- Eles estão tirando seus amigos pela tubulação, essa é uma passagem, vá em direção ao Norte. - Não me sinto confortável de um homem que sequer sei o nome saber todos os meus passos, mas me sinto agradecida em que ele tenha me ajudado.
- Obrigada. - Digo olhando a passagem que ele me levou, ela fica no teto de um banheiro público.
- Por que está me ajudando? - Pergunto, não poderia deixar de perguntar.
- Não se lembra de mim mas bom, eu amo a você e ao meu filho.
- Jake? - Pergunto franzindo o cenho.
- Bom, eu o criei, não sou pai de sangue mais de criação. - Essa resposta já basta para mim, meus instintos dizem que eu posso confiar nele, talvez seja por que a antiga Lorayne confiava.
- E mais uma coisa, isso lhe pertence. - Diz o homem me entregando algo, olho para a minha mão e nela há um anel branco com uma joia prata no centro, ele é lindo, mas não acho que seja a sua joia que valha para mim.
- Isso é o que eu estou pensando? - Pergunto torcendo que a resposta seja sim.
- Antes de ir atrás de você, Jake me pediu que fizesse um, caso demorasse para se lembrar. - Sorrio.
- Obrigada. - Agradeço novamente e começo a me estranhar, não sou de agradecer e é algo que estou fazendo muito, com pessoas que não deveria confiar, mal conheço ou que não merecem meu agradecimento.
- Não o coloque agora, ficará dias desacordada lembrando de tudo o que aconteceu. - Diz fechando o anel em minha mão. - Use com sabedoria, a menininha em chamas era perigosa e continha informações valiosas.
- Por que me chamavam assim? - Pergunto mais indignada do que curiosa com o inusitado apelido.
- Porque quando chegou você era frágil, mas logo se tornou muito forte, porém, o apelido já tinha se espalhado. - Ele dá uma enorme gargalhada.
- Obra de Jake né? - Ele sorri assentindo que sim, Jake adora me provocar e eu sei muito bem disso, espalhar um apelido de mal gosto é algo que ele com certeza faria.
- Agora tenho que ir. - Digo já me apressando, preciso fazer isso o mais rápido possível.
- Tome cuidado e não ressuscite as pessoas. - Então ele some e mais uma vez não sei o motivo de todos não quererem que eu faça isso. Então eu subo na tubulação.
Aqui é quente, escuro e apertado, mas não será isso que me impedirá de alcançar meu objetivo, que mudou ao chegar aqui. Vou seguindo na direção Norte, assim como me foi instruído, bem lentamente, estou rastejando no chão, se isso pode ser chamado de chão, já que é praticamente o teto desse banheiro. Encontro uma grande decida onde não tem apoio, ilumino rapidamente com as chamas para ver a profundidade e constato que não irei morrer, apago ficando novamente na escuridão, não posso chamar atenção em hipótese alguma.
- Fiquem quietos, tem alguém aqui! - Ouço alguém dizer e congelo no mesmo instante ao me lembrar que: não estou aqui como um fantasma, por tanto, não sou invisível.
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A Deusa da Chama: A Dona da Vida e da Morte (EDITANDO)
ParanormalE lá estava eu, novamente sentada sozinha em meio a grama da floresta mais perigosa e deserta de toda a cidade de Tanzânia (situada na região sul brasileira), é uma floresta escura e sombria, conhecida por suas grandes árvores que vão até o céu e o...