CAPÍTULO QUARENTA E QUATRO

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Agustín

Eu não podia mais adiar isso.
Tenho que ir até eles ou...

Só tenho que ir lá e tudo vai ficar bem.

Elas tem que estar bem.

Minha filha e Lisa.

As duas não...

Ninguém vai machucá-las

Ninguém...

Preciso fazer isso para o bem delas,ou nunca vou me perdoar, já perdi o amor da minha vida. Não posso perder minha filha e a Lisa não tem culpa de nada que estar acontecendo.

Eu acho que vou enlouquecer se algo acontecer com a Luz.

A minha pequena.

Deus.

Que elas estejam bem.

Por favor.

Enxuguei as malditas lágrimas que insistiam em cair.

Não consigo nem proteger as pessoas que amo.

Por que continuar vivendo?!

Eu não quero.
Mas preciso entrar lá.

É a única saida.

Eles vão me ajudar. Afinal faço parte dessa merda de sociedade agora! Se bem que nem sei pra quê existe ao certo.

Não importa!

Nada mais importa.

Somente que elas fiquem bem.

— Finalmente resolveu aparecer, Senhor Bernasconi. – um homem alto de cabelo cacheado me cumprimentou com um sorriso sinistro.

Até me deu calafrios.

— Tá. Preciso falar com o líder dessa tal sociedade. – ele me deu espaço para entrar. – Minha filha foi levada e  preciso de ajuda.

O mesmo olhou para mim com um olhar sombrio e frívolo.

Nesse instante me arrependi amargamente de ter vindo para cá.

Isso não foi a coisa certa a se fazer e eu descobri tarde demais.

Depois que algo me acertou em cheio, não vi mais nada.

Horas antes...

Precisava pensar um pouco em tudo que vêm acontecendo na minha vida.

Estou tentando seguir em frente.

Viver a minha vida com a minha pequena Luz que deixa os meus dias mais felizes,e a Lisa, que tem sido uma ótima pessoa tanto para mim, quanto para minha filha, que é muito amada por ambos.

Mas eu ainda sinto que falta um pedaço. E esse pedaço não vai mais voltar para nossa vida.

Ela simplesmente não tem como estar aqui fisicamente, mesmo que meu coração insista em bater toda vez que penso, ouço sua voz na minha mente,as vezes sinto que ela está viva e bem e logo vai voltar pra casa.

Sai pra caminhar um pouco pelo bairro, afinal não posso deixar minha filha e a Lis sozinhas por muito tempo. Não quero que nada aconteça com elas,ainda mais agora que não decidi se vou ou não entrar para a sociedade que me enviou a carta com algumas instruções sem sentido.

Passei por uma senhora sorridente e virei a esquina para chegar a fonte próxima a um parque aonde crianças brincavam animadas. Olhei em volta e pensei ter visto ela...

Não.

Lina

Andei até estar de frente para a fonte que jorrava água clarinha e cristalina, olhei para água e a vi novamente olhando para mim.

Virei o corpo lentamente e a encontrei olhando nos meus olhos agora, tão linda.

Mas , não pode ser real.

Ela sorriu pra mim e ,eu sorri de volta. Lágrimas começaram a cair por meu rosto e ela tocou no mesmo ainda olhando no fundo dos meus olhos e acariciando meu rosto. Meu corpo todo começou a tremer e um soluço alto escapou dos meus lábios enquanto às lágrimas insistiam em cair embaçando minha visão por completo, fechei os olhos tentando conter as mesmas de caírem e senti o vazio novamente. Quando abrir os olhos ela não estava mais ali, olhei em todo lugar e não a encontrei.

Isso não pode...

Não é possível que...

Não foi real!

Eu... Eu

Estou ficando maluco.

Que droga!

— T-tô...ficando maluco! – limpei as malditas lágrimas com força querendo arrancar essa dor enorme de dentro do meu peito. – Sinto...tanto a sua... falta. Volta pra mim, meu amor.

Cai de joelhos no chão.

Ela está morta,seu burro!

Preciso voltar pra casa.

***

Cheguei aos tropeços por causa da dor de cabeça que agora estava latejando.

Ótimo!

Ainda mais isso.

Merda.

Subi os últimos degraus e estranhei a porta estar aberta. A Lis não seria tão descuidada assim.

Tem alguma coisa errada.

Muito errada.

Um sentimento ruim toma conta de mim. Entro correndo e vejo tudo no lugar.

Ufa!

Porém, ao entrar no quarto da minha pequena vejo tudo revirado de ponta cabeça e a porta no chão com marcas de sangue. Um medo aterrorizante me assombra nesse momento.

Elas estão bem.

Tem que estar tudo bem.

— Onde vocês estão? - gritei desesperado. – Luz. Elisa! Apareçam, agora!!! Não tem graça nenhuma.

Procuro por todos os cômodos,mas é inútil. Elas não estão em lugar nenhum.

Encontrei um bilhete. Só tinha uma coisa escrita.

Vingança.

— O que eu faço agora? – Perguntei pro nada batendo as mãos na parede até sangrarem.

Isso não deveria estar acontecendo, não comigo.

Não posso perder a minha filha também.

Hello pessoas!!

Como estão?!

Tadinho do Agus...

ANTES DO AMANHECEROnde histórias criam vida. Descubra agora