CAPÍTULO DOIS

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Ruggero


Durante anos venho tentando seguir em frente, tentando recomeçar como uma pessoa normal. Longe de tudo que me faz lembrar o passado e as dores que ele me causou.

Por isso mudei para bem longe.

Essa escolha não foi fácil, só sei que foi a melhor para mim.

Não poderia ter escolhido lugar melhor

Lua Escura é uma cidade muito tranquila e relaxante. Apesar das histórias que se ouve por aí.

Estou sentindo algo diferente no ambiente. Não sei explicar. Um sentimento novo, bom de algo ou alguém.

Pensei que nunca mais iria sentir isso!

É tão forte, sinto que devo proteger. Seja lá o que esse meu protegido possa vir a ser.

Não tenho muito pra falar sobre a minha vida. Pelo menos agora não!

Vou dizer só que trabalho numa floricultura, sou o dono na verdade.

Estou indo para lá nesse momento.

...Minutos depois...

— Ruggero, que bom te rever. – sorrio ao ver meu amigo Agustín entrar na loja.

— É bom revê-lo também. E aí, me conta como estão as coisas por lá? – Desvio o olhar para o jarro que antes estava limpando.

— A mesma coisa de sempre. Vim aqui somente pegar as flores e levar na casa dela! – sua voz soou um pouco triste.

— Brigaram de novo?– pergunto o olhando sério.

— Cara, juro que não fiz nada. Ela tá muito paranóica. – afirma parecendo irritado.

— Mas porque você acha isso? O que ela inventou agora?

Ajeito o jarro com cuidado.

— A Carolina passou dos limites, mano. Imagina que ela insiste em dizer que viu um vampiro de "verdade". Ainda disse que você esconde algo e não quer contar pra ninguém.

— Agustín, ela pode está certa! Talvez tenha acontecido alguma coisa. – Sussurei um pouco incomodado.

— Amigo, você não está falando sério, né?!

Sua expressão era de crédulo.

— É-é… V-você... você tem razão! – Respondi rápido, por causa do nervosismo. – Deve ser besteira. Mas conversa com ela e tenta resolver as coisas, não gosto quando a minha irmã fica triste e você sabe! – tento disfarçar ao perceber o que disse anteriormente.

— Claro. – Me lançou um sorriso amarelo. – Não se preocupe, você sabe que amo aquela mulher. Não concordamos em muitas coisas, porém acima de tudo nos amamos muito. – Dizia tudo com um sorriso largo.

— Hum... As mesmas de sempre? – melhor mudar de assunto.

— Sim. Ela ama lírios! Você bem que podia ir lá vê-la mais vezes.

Ele insiste nisso toda vez.

— Sabe que não gosto de ir naquele lugar. A melhor decisão que tomei foi sair de lá! – Lembrar disso me incomoda. – Esse é meu país e minha cidade agora, Agus.

— Tudo bem então. Foi bom falar contigo, Irmão. – fizemos um toque e nos abraçamos.

— Aqui estão as flores. – Entrego junto com outro arranjo. – Essas são as minhas, diga a Lina que a amo muito.

ANTES DO AMANHECEROnde histórias criam vida. Descubra agora