Deidara

Dattebayo!

Solitário e pensativo, Naruto observa a vila da Folha sentado sobre a cabeça de um dos monumentos dos hokages. Seu olhar é triste e sem brilho, seus cabelos oscilam bastante com a força do vento.

Quanto a Deidara, sobrevoa a vila tediosamente em outro ponto. Sentado sobre o pássaro, sente-se arrependido de ter saído de casa, pois não iria fazer diferença.

─ Que tédio. ─ suspira cansado. De repente vê alguém sentado sobre a cabeça do monumento de Minato, então decide aproximar-se. ─ Naruto? ─ fica surpreso em vê-lo.

O Uzumaki olha para o pássaro percebendo a aproximação, em seguida olha para Deidara de pé sobre o mesmo. Ele salta do pássaro para a cabeça de Hiruzen esculpida na rocha, e o pássaro permanece voando.

─ Que noite mais tediosa, hun. ─ tenta puxar assunto.

─ Sim. ─ assente Naruto desviando o olhar para frente.

Os dois não são amigos, muito menos estranhos, sabem apenas o básico um do outro, porque uma ou duas pessoas comentou.

─ Tem falado com a Hinata? ─ olhava para ele quando perguntou isso, mas deu os ombros quando sua franja começou a bater no rosto com a força do vento.

─ Faz muito tempo que não tenho nem notícias dela. Hinata se distanciou muito, não parece mais a mesma. Nem eu sou mais o mesmo. ─ forçou um largo sorriso com olhos fechados. Deidara olhava pelo canto dos olhos, seus lábios se forçam em uma linha reta.

─ Ela também se afastou de mim. ─ abaixa a cabeça colocando a mão na bolsa de argila ─ Quem sabe ela só precise de um tempo.

─ É, quem sabe. ─ falou sem ânimo.

Retira a mão da bolsa, ela mastiga a argila moldando um pequeno pássaro, quando abre-a, ele esta pronto. Joga-o no ar e faz dois selos que o grandifica.

─ Suba! Vamos dar uma volta. ─ convidou-o.

O pássaro posiciona-se próximo aonde Naruto esta, enquanto Deidara se joga, e cai certeiramente sobre a ave lá em baixo, voa para cima na espera do outro. Naruto então pula para o pássaro recém criado, e eles passam a voar lado a lado.

─ Agora entendo porque gosta tanto de voar nesses pássaros sobre a vila. ─ disse Naruto com um sorriso fraco, olhando para baixo.

─ É divertido mesmo. ─ ele sorri de canto, sentando-se. Naruto permanece de pé, olha para Deidara curioso.

─ Ei, Deidara. ─ falou em voz baixa, como se alguem fosse os ouvir.

─ Hum? ─ olha para ele aguardando uma suposta pergunta. O Uzumaki senta sobre o pássaro com as pernas cruzadas, sorri um pouco cínico.

─ Você gosta da Hinata-chan? ─ perguntou curioso. Deidara franze a testa e dá risada.

─ Sim, muito... ─ respondeu ao parar de rir. Naruto arregala os olhos surpreso, com a boca aberta ─ Como uma irmã mais nova. ─ desvia o olhar para frente com um sorriso de canto.

─ A-Ah... Pensei que era como mulher, dattebayo.

Ele nega com a cabeça, erguendo o olhar para o céu.

─ Gostei de uma pessoa, mas não era para ser, hun. Acho que nasci para ficar sozinho. ─ abaixa a cabeça com olhar triste.

─ Então somos dois, dattebayo.

─ Muitas coisas ruins aconteceram ultimamente, as boas foram bem poucas. ─ dá um longo suspiro erguendo a cabeça para frente ─ Quem sou eu para ficar falando dessas coisas com um cara que mal conheço, hun. ─ olha para ele com um fraco sorriso de canto.

─ Tudo bem. ─ assente ─ Eu entendo que você não tá legal. ─ olha para o lado ─ Eu também ando solitário.

─ Ouvi dizer que você é um idiota e cabeça oca. ─ ergue uma sobrancelha com leve bico.

─ O que?!

─ Isso deve ser o seu problema, hun.

─ Talvez você tenha razão. ─ abaixa os ombros pensativo.

─ Você tem qualidades, Naruto. Não mude por ninguém. ─ boceja longamente.

─ Verdade. ─ assente confiante ─ Se alguém vai gostar de mim, que seja pelo o que eu sou, dattebayo! ─ sorri mostrando os dentes e olhos apertados, com o polegar erguido, mas logo esse sorriso se desfaz. Deidara desvia o olhar para frente. ─ Mais quando?

Deidara olha para ele sem saber o que dizer.

─ Será que ainda estarei vivo até lá? A cada missão é um desafio diferente, e o mais importante é voltar com vida.

─ Missões são importantes. Também servem como aprendizado, hun. ─ mantinha-se sério enquanto fala ─ Minha última preocupação é voltar vivo. ─ olha para frente.

─ No que você pensa, Deidara? ─ perguntou curioso. Deidara desce o olhar para o pássaro com um pequeno sorriso.

─ Não tenho parentes, não tenho ninguém para me receber quando chego de uma missão. ─ sorri de canto, um sorriso que disfarça toda sua tristeza ─ Penso apenas em mostrar a verdadeira arte para as pessoas. E é isso que me dá forças para me manter vivo, hun. ─ assente confiante.

─ Ah, entendo. ─ olha para as casas lá em baixo ─ Quando chego na minha casa, minha mãe nem sempre esta lá, então é mesmo que morar sozinho. ─ falou com pesar. Deidara olha para ele um pouco supreso. ─ Minha mãe é sempre muito ocupada com missões e as coisas dela, nem sei se ela lembra so próprio filho. ─ uma lágrima escorrer pela bochecha dele, enquanto mantém a cabeça baixa, mas logo trata de passar a costa da mão parar secar ─ Não quero incomoda-la pedindo atenção. ─ dá um largo sorriso, erguendo o rosto para o outro ─ No fundo eu sei que ela me ama, e isso me basta, dattebayo.

Deidara assente forçando o lábio em uma linha reta, quem diria que Kushina é assim.

─ Por que não conversa com ela assim que surgir uma oportunidsde? ─ olha para frente ─ Ao menos uma vez na vida vocês devem se acertar, hun. Não concorda?

─ Sim. ─ assente.

Mais tarde os dois despediram-se, e cada um foi para sua casa. Tiveram uma boa coversa, e esta serviu para tirar um peso enorme das costas.