Solidão

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O homem caminha tranquilamente por uma das ruas de Konoha, com um largo sorriso estampado no rosto. Esta sem máscara e lê o seu livro favorito, Icha Icha Violência. Anko esta sentada em um banco, quando vê Kakashi aproximando-se.

─ Kakashi? ─ franze o cenho analisando-o para ter certeza ─ Tem o mesmo cabelo, anda como ele, lê o mesmo livro, tem cicatriz no olho esquerdo... Mas... ─ fica de pé, impedindo-o de seguir caminho. Ele ergue o olhar para ela.

─ Anko. ─ fecha o livro guardando-o dentro do bolso da calça.

─ Então esse é o seu rosto sem a máscara. ─ sorri maliciosa. ─ Atrativo, como pensei.

Sorri de canto aos poucos revelando os dentes.

─ Gosta do que vê? ─ perguntou curioso.

─ Sim. ─ assentiu. ─ Na verdade eu sempre te achei bonito, desde a primeira vez que te vi, imaginava um rostinho bonito debaixo daquele pano. ─ olha para o lado pensativa. Hatake senta no banco enquanto ela fala. ─ Mas tivemos contra tempos. Tive que me acostumar com muitas coisas. ─ toca na curva do ombro ao lembrar-se da marca da maldição.

─ Anko. ─ ela olha para ele. ─ Sente-se aqui. ─ suspira. Ela atende seu pedido, Kakashi deixa um dos braços sobre o banco mantendo o olhar para frente. ─ Você é uma mulher muito bonita, atraente e suas habilidades são diferentes de qualquer outra mulher da vila. ─ a Mitarashi olha para ele surpresa ─ Isso me atrai bastante. Mas eu sou do tipo que prefere não me relacionar com ninguém, porque não quero perder mais pessoas.

─ Eu entendo. Tambem perdi tudo, se não fosse por... ─ hesita ─ talvez estivesse morta agora. Mas ele também desgra-

─ Shhh... ─ interrompeu-lhe com o indicador sobre os lábios dela. Eles se olham nos olhos, aproximam-se cada vez mais até seus lábios se tocarem iniciando o beijo. Só pararam para recuperar o folego, sorriram bobos um para o outro, ele acaricia seu rosto.

─ Vamos para minha casa? ─ convida.

─ Agora?

─ Sim. ─ pega na mão dela ficando de pé.

─ Esta bem. ─ ela dá um sorrisinho.

Na casa dele, vão diretamente para o quarto aos beijos. Sobre Anko, ele revela um lado que ela nunca conheceria se tivesse dito não esta noite.

No lago, Deidara boia sobre a água pensativo, ao fechar os olhos sua mente fica limpa assim como o céu esta essa noite. Ele não quer aceitar, mas esta entrando em uma depressão sem volta. Seus amigos somem, e também não quer ir incomoda-los ou que apareçam só para encher o saco. Ele abre os olhos vagarosamente, com a boca semi aberta.

─ Até quando isso vai durar, hun? ─ perguntou-se.

No dia seguinte, a Mitarashi sai da cama pegando suas roupas, Kakashi acorda com tanta movimentação.

─ Desculpa. Não queria acorda-lo.

Ele senta cama piscando algumas vezes, mantendo o olho esquerdo sempre fechado.

─ Você já vai?

Ela não responde, continua a se vestir. Hatake começa a procurar alguma roupa dele pela cama.

─ Não deviamos ter feito isso, Kakashi. ─ dizia isso claramente arrependida.

─ Hã? Por que? ─ perguntou com o cenho franzido, sem entende-la.

─ Vou embora, esqueça da noite passada. ─ caminha para fora do quarto.

─ Espere! ─ pega o leçol mesmo e envolve na cintura.

─ Você não gostou? ─ perguntou ao segura-la pelo braço. Ela não consegue olha-lo nos olhos, mas responde-o.

─ Não é isso, sou eu... ─ ele solta seu braço. ─ Estava namorando a tão pouco tempo e de repente me entreguei para outro cara. ─ mantém a cabeça baixa.

─ Não sabia que estava namorando. Se soubesse não teri-

─ Não se culpe. ─ interrompeu. ─ Também tenho culpa. E... ─ destranca a porta e sai, sem terminar de dizer o que pretendia ─ Tchau.

Kakashi encara a porta fechando-se e os passos dela distanciando-se.

A noite Deidara resolve fazer uma caminhada pelo vale, afim de mudar um pouco a rotima. Observando os monumentos ainda em pedaços, estavam restaurando, mas ainda levará um tempo para terminarem e deixar como estava antes.

Resolve sentar-se sobre a parte reconstruida da cabeça da estátua de Hashirama, alguns minutos passam-se com lembraças levando a outras. Olha para frente, e vê uma garota de longos cabelos negros encarando alguma coisa distante dalí, talvez seja o céu. Ela suspira abaixando a cabeça, em seguida olha para onde Deidara esta.

─ Hinata? ─ perguntou-se, sua boa visão não mente. Ela caminha em sua direção, para com o rosto erguido para ele, seu semblante é inexpressivo.

─ Oi, Deidara-nii.

─ Você sumiu. ─ salta para o chão.

─ Queria dar um tempo de tudo e de todos. ─ fica de lado para ele ─ Na verdade ainda estou fazendo isso. Não esperavs te encontrar aqui.

─ Então eu vou embora. Desculpa incomodar. ─ vira-se para ir embora.

─ Não, espara! ─ pede virando-se para onde ele esta. O loiro para, atendendo o seu pedido, vira os calcanhares ficando de frente para ela.

─ Agora que estamos aqui, ao menos me faça companhia.

─ Tudo bem. ─ ele assentiu, aproximando-se.

Deidara a abraça apertado, como se nunca mais fosse solta-la. A Hyūga então retribui com um sorriso fraco.

─ Estava com saudades. ─ aos poucos cessavam o abraço, ele dá um passo para trás para olha-la melhor.

─ Eu também.

Ela parece mentir, ou talvez seja o sofrimento que a deixa assim, mas ele não questiona, pois esta mais preocupado com seu semblante inexpressivo.

─ Aconteram muitas coisas ultimamente, hun. ─ cenho franzido, lábios precionados em linha reta.

─ Sim. ─ assentiu olhando para o lado. ─ Muita solidão também. ─ acrescentou.

Deidara abre os braços com dúvidas na cabeça, talvez Hinata podesse dar uma resposta para elas.

─ Hinata, o que você vê?

Ela vira o rosto vagarosamente para ele.

─ Um garoto bonito, e cheio de qualidades. ─ volta a olhar para frente.

Ele fica surpreso com a resposta, não esperava por um elogio sobre sua beleza. Abaixa os braços ficando de lado para ela.

─ Sabe o que eu vejo quando te olho? ─ dá um leve sorriso de canto.

─ Uma garota estranha e problemática.

─ Não. ─ balançou a cabeça para os lados ─ Uma garota que sofre com as perdas da vida, que se isola para não se ferir novamente. Se joga de cabeça nas oportunidades, na busca desesperada de socorro pela felicidade, hun.

Ela olha para o maior com seus olhos arregalados, boca aberta de surpresa.

─ Você é o unico que me conhece e me entende de verdade, Deidara-nii. ─ abaixa a cabeça, se tivesse lágrimas, choraria, mas já chorou tanto que suas lágrimas secaram.

DeidaraOnde histórias criam vida. Descubra agora