Luzes do amanhã

To Build A Home

Pov. Draco

— O quanto você estaria afim, se eu falasse para trocarmos contato?

   Estávamos deitados sobre aquela cama, havia passado mais de uma hora desde o momento que entramos naquele quarto, contudo era imperceptível o tempo passar. Não olhávamos um ao outro, porque eu estava com as mãos entrelaçadas e depositadas sobre o meu abdômen, enquanto Potter estava com as mãos atrás da nuca, dando apoio para a sua cabeça pesada e dessa forma, ambos olhavam despretensiosamente o teto branco vibrante acima de nós.

   — Você fala conversar por mensagem? — questiono-o.

   — Sim.

   Rio.

   — Por quê?

   — Ah, da última vez eu esqueci e como você já disse que vai ficar longe por um tempo, poderíamos trocar mensagens enquanto isso. — ele explica. — Bom, só se você quiser.

   — Não vejo problema nenhum. — respondo-o calmo. — Você vai me mandar mensagem de madrugada?

   Ele riu.

   — Com certeza.

   — Não prometo responder. — exclamo com sinceridade. — Mas pode mandar sim, vou ler todas e responder depois.

   — Só não me deixe sem resposta por muito tempo. — ele diz e me cutuca com o cotovelo, sorrio. — Eu sei onde você trabalha.

   A última coisa que eu quero é que Potter vá ao meu trabalho.

   — Pode deixar. — respondo-o.

Era fácil estar com ele e era isso que mais me surpreendia. Poucas pessoas faziam eu me sentir em paz e muitas delas acompanharam meu crescimento ao meu lado, vivenciando coisas que eu não queria que elas soubessem ao meu respeito. Acredito que seja por isso que Potter é tão confortável de se estar ao lado, porque ele está me conhecendo aos poucos e eu a ele, sem a obrigação de sabermos tudo um do outro, era natural e eu gostava disso. Não esperava encontrar alguém como ele, principalmente em um lugar como esse, era uma experiência nova, uma experiência que acredito estar sendo muito importante para mim nesse momento.

Esqueço-me de Lucius. Esqueço-me do Dr. Riddle. Esqueço-me das Horcruxes. Não penso em nada. Minha cabeça está em silêncio.

— Você tem medo de algo? — pergunto despretensiosamente.

— Você diz tipo uma fobia? — ele questiona de volta. — Ou um medo qualquer?

Penso por alguns segundos e digo.

— Uma fobia.

— Não. — de imediato ele responde. — E você?

Suspiro pesado.

Eu havia começado um assunto que eu não gosto muito de conversar. Então por que eu havia feito isso?

— Sou claustrofóbico.

— Não esperava. — ele diz compassivo e pela visão periférica vejo-o se deitar de lado e me olhar atentamente. — Como é essa sensação?

— De ser claustrofóbico?

Pergunto e viro minha cabeça para olhá-lo, Potter assente em positivo.