Goodbye

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Pov. Draco

Estávamos todos reunidos na sala, era tarde. Guilherme estava escorado no canto da parede, com o braço cruzado sobre o peito e um olhar cansado enrugando sua face. Fred e Jorge estavam um ao lado do outro, praticamente idênticos, sentados nas cadeiras em frente a minha mesa, observando inquietos a conversa que estava acontecendo. Enquanto isso Ronald e eu debatíamos sobre o que iria acontecer, cada detalhe que seria colocado em prática no dia seguinte. Havíamos perdido às horas de a quanto tempo estávamos pontuando tudo, esclarecendo cada mínimo detalhe para que não haja nenhum problema e todos estavam ali em silêncio, acompanhando a discussão.

— Precisamos entender até que ponto vocês podem ultrapassar, dei-me o mapa. — exclamo com seriedade.

Escuto Ronald suspirar pesado e Jorge ajeitar o mapa em cima da minha mesa. Debruço-me sobre ela e analiso o mapa com cuidado, apontando com o dedo indicador uma área florestada.

— Já falamos sobre isso. — Ronald diz com uma voz entediada. Ignoro-o e continuo.

— A mina fica dentro dessa floresta, vocês disseram que tem câmeras nessa área.

— Não sabemos se estão ativas. — Guilherme pontua em desdém. — Mas eles podem andar pelos pontos cegos, sabemos onde fica.

— Nossa melhor opção. — exclamo. — A mata é densa, deve ter armadilhas.

— Com certeza. — Fred assente com a cabeça.

— Ou não, porque se algum transeunte estivesse passando e fosse atingido por alguma armadilha, provavelmente a polícia já tinha investigado. — Jorge complementa, trazendo um ponto importante. — Nós nunca ouvimos falar sobre a mina e armadilhas até hoje.

— Jorge está certo. — Guilherme concorda, esfregando as mãos sobre o rosto. — É algo a se pensar.

— Mas não podemos descartar armadilhas. — reafirmo o que foi dito. — Não é porque não saiu em um jornal, que não haja vítimas.

— Concordo. — Fred exclama.

   — Ficaremos atentos. — Ronald diz com firmeza, olho para ele. — Não faremos nada precipitado, certo, Fred?

   Fred olha para o irmão mais novo e assente em positivo com a cabeça, Ronald inclina brevemente a cabeça para mim, como quem diz eu não disse. Suspiro pesado e esfrego a mão pesadamente sobre a nuca. Será que ele não entende? Eu me preocupo com a vida deles, eles são importante para mim. Entendo que tenho dificuldade em confiar nas pessoas, contudo eu não estava preocupado com a minha grande falta de confiança, eu confiava em Ronald, disso eu tinha certeza, eu só não confiava no plano. Era arriscado. Por que eu colocaria em perigo os dois, sendo que eu posso entrar sozinho? Sendo que podemos organizar outras maneiras de acelerar e concluir o processo?

   Atravesso para o outro lado da mesa e aproximo-me de Ronald, carinhosamente colocando a mão sobre o seu ombro. Sinto-o tenso, estou tenso também, entretanto tento lhe tranquilizar com um sorriso compassivo.

   — Eu confio em vocês, Ronny. — exclamo calmamente, ele parece relaxar o corpo, enquanto presta atenção em mim.  — Está bem?

   — Eu sei. — ele responde, com os cantos dos lábios erguidos em um sorriso juvenil. — Passamos o plano diversas vezes agora, sabemos o que fazer. Vamos entrar e sair sem ninguém perceber, não se preocupe.

   — Como não me preocupar? — digo. — Vocês são a minha família. Não posso perder mais ninguém.

   — Você não vai. — Guilherme exclama firmemente, pela primeira vez desencostando daquela parede e parecendo presente na conversa. — Fred é furtivo e Ron inteligente, são os caras perfeitos para esse trabalho.

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