Luzes do amanhã

SOS

Pov. Draco.

Assim como todas as coisas na minha vida, à minha estadia em Londres foi breve. Cumpri meus afazeres, visitei a obra e averiguei o terreno, haviam tantos trabalhadores que por um instante considerei ter me enganado em ter enterrado a horcrux naquele solo, entretanto quando deixei minha assinatura na papelada e assisti rígido eles esfalfarem toda aquela área, percebi que foi uma estratégia luxuosa. Admito que se todos que fazem parte da sociedade de Lucius mexerem uns pauzinhos, eles irão perceber a minha visita à Londres, verão a minha assinatura naquelas papeladas e associarão aonde eu posso ter deixado a horcrux, por isso fiquei com aqueles papéis e por isso os queimei em uma pequena fogueira, junto com aquelas roupas ainda sujas de terra.

Além disso, havia me programado para esse hipótese inoportuna. Vindo para Londres, havia comprado mais três passagens de trem, uma para Birmingham, outra para Cambridge e a última para Manchester e havia entregado essas passagens em um local seguro para três homens que se passaram por mim, tudo pago em dinheiro, ou seja, irrastreável. Temo somente as câmeras, isso realmente não pude fugir, contudo em breve resolveria essa questão e imagino que os outros farão o mesmo o quanto antes.

No momento estou em Liverpool, direcionando-me para a sala de Lucius.

Harry
Está em Liverpool?

Draco
Estou!

   Bom, quase tudo foi resolvido. Na minha realidade ainda existia Harry e onde existia Harry, eu não poderia apagar, esconder ou sumir com isso. Ele havia se tornado meu ponto fraco.

Harry
Foi difícil a viagem?
Trem é uma coisa cansativa.

Draco
Até que não!
Estou bem.
Acabei de chegar na Accio.

Harry
Rápido! :)

Draco
Infelizmente :)

Eu não consegui queimar aquelas roupas. As roupas compradas num posto, as quais o Harry deixou secando em sua varanda. Elas estavam dobradas no fundo da minha mala, enterradas por dentro do tecido do forro e escondidas de qualquer pessoa, nem Dobby as encontraria. Eu sei. Eu deveria ter as queimado, junto com a papelada e o terno sujo de terra, mas eu não o fiz, eu não queria apagar a única lembrança física que eu tenho da minha estádia em sua casa. Eu sabia o quanto isso seria um problema caso alguém descobrisse, mas ninguém iria descobrir, eu me certificaria disso.

   Entro no ambiente assim que me identifico e quando ponho os meus pés para dentro da sala, vejo Severus Snape, Ronald, Guilherme e Fred Weasley parados em silêncio, aguardando-me. Percebo que pelas suas expressões o trabalho havia sido concluído, cada um havia feito a sua parte pelo tempo estipulado. Ponho-me ao lado de Ronald em passos rápidos, que me cumprimenta discretamente com um aceno de cabeça, retribuo, contudo percebo que alguma coisa não estava certa, assim que o vejo franzir o rosto, como quando ele fazia quando éramos crianças, ele estava preocupado com alguma coisa.

   — Está de volta bem a tempo, Draco.

   Ouço Lucius exclamar e direciono minha atenção toda a ele.

   — A tempo para o quê? — questiono-o com a face expressiva, curioso.

— O lobo despertou há um tempo. — Snape diz com uma voz vazia, olho para ele e vejo que mais ninguém faz isso, todos já sabem. O que eu não sei? — Ele nos disse algumas coisas.