Fickle Game

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⚠️AVISO DE GATILHO: O capítulo a seguir contém cenas focadas em transtorno psicológicos e abusos de substâncias, tais como: Depressão (atitudes depressivas), alcoolismo. Tais cenas podem gerar crises, então peço que leiam com cuidado e tenham consciência dos seus limites!! ⚠️

Importante iniciar com uma conversa aqui. Eu como escritora, apenas relato o que o meu personagem está passando e temos que pensar que Draco Malfoy é um personagem psicologicamente problemático. Ele teve uma vivência desde seu nascimento completamente problemática e isso resultou nas suas atitudes e questionamentos enquanto um homem adulto. Não estou aqui para romantizar alcoolismo, problema com drogas, sejam elas cigarro, álcool, e afins, depressão, ansiedade e abusos. São apenas relatos da VIDA DE DRACO e como tudo isso acabou levando ele para esse lugar.

Qualquer problema psicológico que vocês estão sentindo ou passando, indico buscarem uma ajuda, seja em terapia, psicólogo ou psiquiatra. Vocês são incríveis e podemos passar todos por isso. Estou aqui para o que precisarem ❤️

Boa leitura, pimpolhos.

Pov. Draco

Desço as escadas com calma, estava exausto. Havia sido uma viagem cansativa, mas principalmente, eu só conseguia pensar no que estava por vir. Todas essas memórias que retornaram de novo para a minha mente, memórias que estavam adormecidas, atormentam-me de uma maneira inexplicável. Estava estressado, impaciente. Sentia a minha cabeça latejar e pulsar, com certeza a veia da minha testa saltava, intensificando ainda mais esse sofrer. Eu detestava esse lugar, essa cidade, esse quarto, essas escadas, esse piano, tudo aqui dentro me causava a mais profunda gastura e eu não podia nem revidar, não podia nem me indispor, eu não tinha mais controle sobre minhas escolhas, eu só tinha que continuar.

No primeiro andar a mesa de jantar estava posta  com as refeições daquela manhã, bolos, frutas, ovos mexidos e outros alimentos que eu ainda não pude ver com precisão. Havia um vaso no centro da mesa com lírios, óbvio, sempre foram as flores favoritas da minha mãe e Lucius nunca deixou de colocar essas flores em todos os lugares, percebo que não mudou seu hábito irracional. Pratos e talheres estavam sobre a mesa de modo tradicional, Lucius também sempre gostou de uma boa etiqueta e olhando pra toda essa comida, percebo outra vez o quanto os Malfoy são dissimulados, afinal, o único que comeria essa comida será unicamente eu.

— Mestre, Draco. — Dobby apareceu com um sorriso gentil na boca. — Sente-se, preparamos os seus pratos favoritos.

— Não precisava. — respondo-o com educação.

Sento-me à mesa e Dobby se aproxima com o guardanapo, colocando-o em meu colarinho para eu não me sujar. Não intervenho em relação a essa sua atitude, sabia ser inútil.

— Fez bem, obrigado.

— Mestre é muito gentil em agradecer Dobby. Irei me retirar agora.

Sem dar as costas para mim, ele caminhou para trás e desapareceu por entre as portas da cozinha, porque era junto com os outros empregados que ele comeria, jamais comigo, eu sempre comeria sozinho.

Suspiro pesado e abaixo meu olhar para o prato branco em minha frente, ao lado de uma taça de água à direita. O garfo e a faca estavam dentro de um guardanapo verde, colocados à esquerda e à direita respectivamente, com a lâmina voltada para dentro. Era todo muito metódico, as regras de etiqueta eram uma forma sagrada de manter nossas raizes e Lucius fez me ensinarem isso desde quando eu nasci, era uma obrigação e por isso acho que jamais esqueci como me portar.

Em minha frente observo melhor e vejo pratos com linguiças defumadas, formando uma pirâmide espetacular. Ao seu lado chouriço e ovos fritos esbanjavam gordura e proteína para uma semana inteira. Tomate grelhados e cogumelos salteados expeliam aquele aroma que dava água na boca, como se eu estivesse a um passo do paraíso. Em duas panelas, com uma chama acesa embaixo, estava o feijão branco assado e o bacon frito respectivamente. Pão torrado, pão francês, pão australiano, ciabatta, brioche e mais outros três tipos de pães estavam distribuídos dentro de uma cesta gigante. Três jarras de suco, que eu acreditava ser de laranja, acerola e morango, estavam ao lado do chá preto com leite e o café puro. Além de tudo isso, ainda haviam múltiplas frutas em numerosas quantidades e um mingau de aveia, que eu costumava comer quando eu estava triste, talvez Dobby tenha pedido propositalmente.

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