XXIV - Abuelita e Abuelito.

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Quando a semana começou, antes que Camila pudesse ir para escola sua mãe recebeu uma ligação.

— Mama, estou indo pra esco... - ela parou quando sua mãe ergueu o dedo indicador para que ela ficasse calada, se aproximou de sua mãe e esperou que desligasse o telefone - o que aconteceu?

— Suba e faça uma pequena mala - sua mãe falou passando por ela - e não demore muito, vou falar com seu pai.

— Me fala o que aconteceu - falou indo atrás de sua mãe - era a abuelita?

— Isso - parou no começo da escada e olhou pra cima - ALEJANDRO CABELLO DESÇA AQUI AGORA... - olhou para Camila que estava de cenho franzido - vamos passar a semana lá, corra logo e faça sua mala Karla.

— O que aconteceu? - o homem vinha descendo a escada abotoando a camisa - a casa tá pegando fogo?

Camila correu escada a cima, deixou sua mochila no canto do quarto e foi até o guarda-roupas e escolheu algumas roupas e foi colocando em uma pequena mala, ela estava ansiosa pra ir à escola e encontrar suas amigas, e principalmente encontrar Lauren, queria saber se ela ainda seria a mesma do jantar, que gostava dela e tudo mais, só que não iria dar, estava indo passar toda a semana na casa de seus avós e nem sabia o motivo, desceu a escada com a mala em mãos, seu pai já estava em pé com a porta aberta.

— Vamos, sua mãe já está no carro - falou sinalizando com a cabeça - já ligamos pra escola e avisamos que você não irá essa semana.

— O senhor vai me dizer o que aconteceu? A mama não fala - deixou a mala no chão e esperou seu pai fechar a porta - tô ficando preocupada papa.

— Calma meu bem - acariciou seu rosto assim que fechou a porta e pegou a mala de sua filha, guardou a chave - parece que sua abuela precisou ir ao hospital, ela caiu, não sei explicar direito, sua mãe diz as coisas pela metade.

Ele revirou os olhos e deixou a mala no carro e Camila entrou e seu pai logo em seguida, ela pegou o celular para ver se tinha alguma mensagem, mas não tinha nada, ela ficou olhando pela janela do carro até que dormiu, só acordou quando ouviu sua mãe chamando com a porta do carro já aberta.

— Já chegamos - sua mãe falou acariciando seu ombro - vamos.

Desceu do carro e ajudou seu pai com as malas, na verdade ela levou a dela que era pequena e maneira, adentrou a casa vendo sua tia e tio sentados no sofá da sala, sua mãe se aproximou dos irmãos e os abraçou, Camila deixou a mala num canto da sala e se aproximou de seus tios.

— Como ela está? - sua mãe perguntou e Camila se aproximou para ouvir alguma coisa do que falavam - já está aqui em casa?

— Ela está bem - a tia falou com um sorriso sem graça - me desculpa ligar tão nervosa, mas ela caiu e foi tudo tão rápido e você sabe como eu sou nervosa...

— E exagerada - o tio falou revirando os olhos e recebendo um tapa de Sinu - aaaaai, que foi que eu fiz? - alisou seu braço - só estou falando a verdade, não precisava desse alarme todo.

— De qualquer forma - Sinu falou olhando para os irmãos - já estamos aqui, onde ela está?

Camila olhou para seu pai sentado no sofá despreocupado, ela respirou fundo e subiu a escada sem que alguém ali presente percebesse, ela caminhou pelo corredor até o quarto que sabia ser de sua avó, abriu mais a porta que já estava aberta e viu sua avó sentada na cama com o óculos no meio do nariz e os olhos atentos em um livro velho.

— Abuelita? - chamou baixinho chamando a atenção da mulher que ergueu os olhos do livro e deixou um sorriso escapar quando viu quem estava ali - atrapalho?

— Jamais mi cariño - deixou o livro do lado e bateu a mão na cama para que sua neta se aproximasse e sentasse - sente-se aqui comigo...

Sentou ao lado de sua avó que repousou a mão sobre a dela com um carinho, elas se olharam por um momento e Camila se aproximou abraçando sua avó com carinho, ficou ali por alguns minutos sentindo o cheiro de chá de alguma erva que vinha de sua avó, ela estava com saudades daquele abraço.

Depois de tudo esclarecido, sim, a irmã de sinu quase a matou do coração quando ligou em desespero, a avó de Camila apenas tinha escorregado na cozinha, foi levada ao hospital e foi examinada para saber se tinha quebrado alguma coisa, no fim só precisou tomar alguns remédios e voltou para casa, não demorou para o avô de Camila se reunir com eles na cozinha, chegou com os remédios e algumas compras.

Camila tentou fazer sua mãe mudar de ideia e voltar para casa antes da semana acabar, o que foi em vão, apelou pelo seu emprego mas sua mãe também disse que tinha falado com Keana e seu pai e eles tinham aceitado, ou seja, ela não tinha mais nada para fazer.

— Um Danone por seus pensamentos - ouviu a voz de seu avô - posso sentar?

— Claro abuelo - viu o senhor sentar ao seu lado no banco que tinha na varanda na frente da casa - onde está o Danone?

— Lá dentro - ele disse acariciando seus cabelos - você me diz o que está deixando esses tracinhos na sua testa - passou o dedo na testa da neta - e eu te dou quantos Danone você quiser.

— Proposta tentadora - ela disse sorrindo e alisando a barba branca de seu avô, ela se inclinou e deitou a cabeça no ombro dele - eu vou aceitar e não é nada demais, apenas a escola, meu trabalho...

— E um amor - ele falou arrastado e Camila levantou a cabeça para olhá-lo - o que? Sou velho mas não estou cego ainda, essa sua carinha não nega...

— Eu dei meu primeiro beijo esse final de semana - ela falou baixinho como se fosse um segredo e ouviu a risada gostosa de seu avô soar na varanda - não ria de mim abuelito, eu tô falando sério.

— Eu sei que está - ele pincelou seu nariz com o dedo - é que você falou tão baixo que até parecia que estava me confessando um crime mi amor - e ele te trata bem? - ela se afastou um pouco e mordeu seu lábio inferior com um pouco de força.

— E quem disse que é ele? - ouviu a voz de sua avó vindo da porta, ela veio andando devagar e sentou ao lado de Camila, deixando assim sua neta ao meio dos dois.

— É ela? - seu avô perguntou olhando para a esposa que confirmou com a cabeça - e quem te disse isso fofoqueira?

— Ninguém - ela fez uma carranca e bateu na cabeça do marido por cima de Camila - e não me chama de fofoqueira, apenas sou observadora - olhou sua neta e sorriu.

— Vocês sabem que eu estou aqui ainda né? - disse Camila envergonhada - não vou nem perguntar como a senhora sabe, eu tenho uma noção de quem abriu a boca - semicerrou os olhos e sua avó ergueu as duas sobrancelhas e ergueu os braços em rendição - sua filha é fofoqueira...

— Fofoqueira a mulher e fofoqueira a filha - seu avô falou olhando pra frente - tá complicado pro seu lado mi amor, mas conta como foi seu primeiro beijo com sua novia...

— Ela não é minha novia - "não ainda" pensou Camila - mas ela é tão fofa sabe? Ela fez um jantar, mac and cheese - sorriu ao lembrar do nervosismo de Lauren ao dizer que aquilo era o único prato que sabia fazer - e ela também disse umas coisas muito bonitas sabe? - olhou para seu avô e em seguida para sua avó - a gente olhou as estrelas, comemos donuts e ai rolou... - disse envergonhada e ajeitou seu óculos no rosto - eu queria ter visto ela hoje para ter certeza se tudo que vivemos naquela noite ainda continua da mesma forma...

— Vai está mi cariño - sua avó a abraçou pelos ombros - se ela for tudo isso que você falou e você gosta dela, creio que ela seja uma ótima garota, você não iria gostar tanto assim dela se ela não fosse... - olhou para seu avô que concordou com a cabeça sobre o que sua mulher dizia.

Camila amava passar dias com sua abuela e seu abuelo, eles eram engraçados e sabiam o que dizer e como dizer na hora certa, ela se sentia bem, iria aguentar a ansiedade de ver Lauren, iria curtir o resto da semana com seus avós e o resto de sua família, quando voltasse para casa saberia se as coisas voltariam a ser como antes ou se seria como no encontro que tiveram.

•••

vooooltei, estou morrendo de sono e de cólica, tendo uma amostra grátis de um parto pra melhor dizer.

vou postar mais um ou dois, não sei...

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