Camila - Point of View
Hoje meu dia foi cansativo, já que não ia ao jogo, Dinah e Ally veio para minha casa, passamos a tarde assistindo filmes e comendo besteira, quando elas foram embora a bagunça ficou pra quem arrumar? Isso mesmo, pra mim, já era quase oito da noite quando eu terminei de arrumar toda a sala e lavar tudo que havíamos sujado, se não fizesse isso minha mãe não me deixaria mais fazer sessão de filmes, era o combinado, eu subi e tomei um banho demorado e fui jantar, minha mãe deixou minha comida dentro do microondas, depois que terminei de comer e lavei o meu prato, subi para o meu quarto.
— Ai minha coluna - resmunguei me deitando na cama logo após apagar a luz do meu quarto, me ajeitei e fiquei olhando os pontos florescentes que tinham no meu teto - estou com 16 anos e a coluna de 105, mereço.
Fiquei mexendo meus pés de um lado para o outro, minhas mãos estavam em cima de minha barriga, se minha mãe me visse deitada assim ela iria falar tanto "deita direito menina, tá parecendo uma morta, tira essas mãos de cima da barriga" essas mães, eu ri sozinha, de repente ouvi um barulho na minha janela e me sentei na cama olhando assustada na direção da mesma, ouvi o barulho novamente e fiz o sinal da cruz.
— Senhor me ajuda aqui - falei descendo da cama e pegando meu console sem fio em cima do meu criado mudo - eu odeio filme de terror, eu odeio assombração, sai de retro - me agachei atrás da minha cama olhando pra janela e ouvi o barulho novamente - ótimo, quem veio puxar meu pé?
— Camila - ouvi chamar meu nome baixinho e eu franzi o cenho - se você não abri essa janela eu vou cair - eu que não vou abrir janela pra uma voz qualquer me chamando, minha mãe já me falou que se eu ouvi alguém me chamando assim do nada eu devo não responder - por favor, eu juro que vou cair - eu acho que conheço essa voz - Camila sou eu, a Lauren...
Ai caralho, me aproximei devagar da janela e deixei meu console que eu ia usar como arma, em cima da cama, tirei o ferrolho e subi a janela vendo Lauren se segurar, ela estava com o rosto vermelho de tanto fazer esforço, segurei em seus braços e a ajudei a entrar no meu quarto.
— Você tem juízo? - falei de olhos arregalou e ajeitando meu óculos - o que está fazendo aqui uma hora dessas? - olhei meu relógio e faltava pouco para as dez - se minha mãe te pega aqui, eu não digo é nada, amanhã a gente tem aula sabia? - falei enquanto andava no meu quarto de um lado para o outro - deveríamos está dormindo nesse momento, na verdade você deveria está na sua casa, como foi o jogo? Vocês ganharam?
— Camila - ela me chamou baixinho se aproximando e segurando meus dois braços e sorrindo - respira, por favor, sim, eu sei que está tarde e também sei que temos aula amanhã - cruzei meus braços, ela colocou as mãos no bolso de sua calça - o jogo foi ótimo, e ganhamos mais um - e por que não está lá comemorando com aquela dementadora que quase sugou sua alma na sexta?
— Hum - me mantive seria - mas o que você está fazendo aqui no meu quarto uma hora dessas? - meu Deus, a Lauren está no meu quarto a noite, eu vou morrer, comecei a sentir o suor em minha testa e passei minha mão esquerda limpando a fina camada, ela me olhava receosa.
— Eu queria me explicar com você - ergui minhas duas sobrancelhas em surpresa - eu queria ter falado com você ontem, mas teve treino e eu cheguei em casa cansada e dormir, daí pensei que hoje na hora do jogo iria conseguir falar com você - ela deu um sorriso de lado como se estivesse decepcionada com alguma coisa - eu até tentei falar com o mascote, mas não era você...
— Era a Cindy - falei mudando o peso de meu corpo para a perna direita - pedi a Normani pra falar com ela - que desgraça de garota bonita no meio do meu quarto, que ódio - mas que explicação que você tem pra mim?
— Sobre o beijo - eu fiquei mais séria do que eu já tava e acho que ela percebeu, eu tenho que trabalhar nessa minha transparência urgentemente, eu não quero saber sobre beijo nenhum, eu vi, não preciso saber de detalhes não mulher - olha, eu não sei o que é essa minha necessidade de te explicar sobre isso, eu só sei que quero me explicar, tudo bem? - eu apenas concordei com a cabeça - eu fui pega de surpresa, eu não esperava o beijo, eu nem tenho intimidade com a Lucy - ah, o dementador tem nome então - a gente só se viu algumas vezes e trocamos sorriso, da minha parte apenas por educação, eu não sei o que deu nela, mas hoje eu já conversei com ela, falei que não gostei da atitude dela - enquanto ela falava eu ficava olhando pra boca dela que parecia mexer em câmera lenta na minha visão, que boquinha linda, iti - que ela não pode sair beijando as pessoas assim sem permissão...
— Lauren - ela parou de falar e me olhou com um vinco na testa - eu já entendi, embora você não me deva explicação, talvez ache que deva por eu ter saído daquele jeito do campo - ok, o que eu vou dizer para explicar esse meu pequeno surto? - vamos apenas esquecer isso?
— Vai ficar tudo bem entre a gente? - eu fiz que sim com a cabeça - eu posso te dar um abraço? Sabe, de reconciliação - ela me deu um sorriso amarelo, e eu travei ali mesmo, ela quer me abraçar - sim?
Apenas confirmei com a cabeça e ela se aproximou de mim, retirou suas mãos do bolso de sua calça e tocou meus braços descruzando-os com cuidado enquanto me olhava com um sorriso que deixava seus olhos um pouco fechados, por que tão linda? Ela deixou meus braços ao lado do meu corpo e passou os dela ao redor de minha cintura, colando nossos corpos, o que me causou uma sensação tão maravilhosa, a sensação era a mesma que pegar um gelo e colocar em uma frigideira com o fogo ligado, eu me derreti todinha, se ela não tivesse me segurando eu teria caído, passei meus braços por seu pescoço e retribui o seu abraço, ficamos assim durante um tempo, até ela se afastar e me olhar.
— Muito obrigada por abrir a janela - falou e deixou um beijo rápido na ponta do meu nariz, ela quer me matar, eu tenho certeza, o plano dela de vir aqui não foi me explicar nada e sim me levar a óbito - eu trouxe uma coisa pra você, tinha lá em casa - ela me soltou e eu senti falta do corpo dela no meu, então ela retirou a bolsa de suas costas e retirou um pacote pequeno de confeito e estendeu na minha direção - não é Danone e nem muito menos algo extravagante, mas eu trouxe pra você.
— Obrigada - falei com um sorriso enorme enquanto pegava o saquinho rosa de sua mão, eram confeitos de yogurte - eu amei, coisas simples assim são melhores que coisas extravagantes muitas das vezes...
— Que bom que gostou - colocou a bolsa novamente nas costas - agora eu preciso ir, está tarde e amanhã temos aula, nos vemos amanhã? - confirmei com a cabeça e ela se aproximou de mim e deixou um beijo na bochecha e foi em direção a janela - até amanhã então tigrezinho - ela falou e eu revirei os olhos vendo a mesma se posicionar na janela para sair.
Fui até a janela e observei ela ir até a sua moto e ir embora, fechei minha janela com um sorriso besta no rosto e olhei para o saquinho em minhas mãos, agora me explica como não me apaixonar por uma pessoa assim? Fica complicado pro meu lado, fui me deitar em minha cama cheia dos suspiros.
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Mais uma vez eu não vou revisar kkkkk só tô escrevendo mesmo, depois eu dou uma olhada, mas deve ter erro que eu tô quase dormindo com o celular na mão enquanto digito hahahahhahah
Espero que estejam gostando ><
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Enitensída
RomanceEnitensída (adj.) - Termo utilizado para designar pessoas que não precisam de muito tempo pra se apaixonar, nem tem medo de sentir demais. Camila está no segundo ano do ensino médio, ela se considera uma pessoa que se apaixona fácil, embora até ago...