Lauren - Point Of View
Estava arrumado as coisas em cima da minha mesa, já deu a hora de ir para casa, me encontro nesse momento em meu escritório na empresa a qual trabalho, já tinha elaborado todas as estratégias de venda a qual meu chefe havia pedido, já tinha ido entregar em sua sala e como hoje é sábado saiu bem mais cedo que qualquer outro dia, olhei meu relógio e já estava próximo as 14hrs, peguei alguns papéis e coloquei dentro de minha pasta, sai de minha sala e cumprimentei algumas pessoas na saída.
Fui até o meu carro que estava no estacionamento e destravei-o, entrei e rumei em direção a minha casa, graças aos deuses o trânsito hoje não está tão caótico, logo entrei na rua tão conhecida, a rua a qual eu morava a pouco mais de 4 anos, fui reduzindo a velocidade do carro assim que me aproximei de minha casa, virei o volante e subi a pequena estrada de cimento que dava até a entrada da garagem, desliguei o carro e sai, peguei minha pasta e fechei a porta o travando logo depois.
Tomei o caminho que levava até a pequena varanda, subi alguns degraus e parei em frente à porta marrom de minha casa, puxei as chaves que tinha em meu bolso e girei-as na fechadura, abri a porta e entrei, estava silêncio demais, dei alguns passos e pude ouvi um barulho vindo da cozinha, um sorriso cresceu em meu rosto, deixei as chaves em cima de uma banquinha que tinha próxima a porta e deixei minha pasta no chão ao lado, caminhei em direção a soleira da porta da cozinha e me escorei com uma das mãos no bolso de minha calça social, lá estava ela.
Vestida com um vestido branco florido que ia até um pouco a cima de seus joelhos, o cabelo amarrado em um coque desleixado, ela estava com a mão esquerda na cintura e a direita mexia alguma coisa em uma panela no fogão, uma das pernas dela estava dobrada quase formando um quatro, como um apoio, seu quadril mexia um pouco pelo movimento que ela fazia mexendo a panela, o sorriso não saia do meu rosto, poderia ficar horas ali admirando minha esposa.
— O que temos pra hoje? - falei em um tom baixo e ela deu um pequeno pulo se virando para me olhar, um sorriso em seus lábios, andei em sua direção - o cheiro está gostoso...
— Oi meu amor - ela falou assim que passei os braços por sua cintura a abraçando por trás e depositando um beijo em seu pescoço - as costelas de porco com molho barbecue estão assando no forno, o arroz já está pronto e eu estou mexendo o purê de batata - ela apontou para a panela.
— Minha barriga acabou de falar - falei sorrindo e ela me acompanhou, ela desligou o fogo e se virou em meus braços - eu vou apenas tomar um banho e já desço para almoçarmos, tudo bem? - ela concordou com a cabeça e me deu um selinho demorado - mas antes de fazer isso, onde eles estão?
— A última vez que os vi, eles estavam roubando os cookie do vidro - ela apontou para um ponte que tinha em cima do balcão quase vazio - tenho certeza que se esconderam na garagem.
Segurei em sua mão e caminhamos até a sala onde tinha uma porta que levava a garagem, entrei na mesma e a luz já estava acessa, olhei ao redor, tinha algumas prateleiras com caixas, duas bicicletas infantis na lateral, estava até vazia já que o carro estava lá fora, e também estava bastante limpa.
— Você limpou a garagem? - perguntei a ela enquanto olhava o ambiente e ela concordou com a cabeça sorrindo.
— Eles me ajudaram - piscou para mim e eu imaginei a bagunça - eu juro que a iniciativa da brincadeira de escorregar no chão não foi planejada - arregalei os olhos - eu caí sem querer no chão cheio de sabão e eles pensaram que era uma brincadeira - ela deu de ombros e me encarou - findou que a lavagem da garagem demorou mais tempo que o necessário...
— Acho que não tem só duas crianças nessa casa não é mesmo? - ela negou com a cabeça e deu uma risada alta o que me fez rir também e negar com a cabeça.
Olhei para o fundo da garagem onde estava a minha intocável "vespinha" ela não me deixou vender, falou que fazia parte de toda a nossa história, não podia negar isso a ela, estávamos sempre cuidado da vespinha para que ela não desse o prego, as vezes ainda andávamos nela, algo por trás dela mexendo me chamou atenção.
— Deveria saber que vocês estavam aí - falei com as duas mãos na cintura, eles gostavam tanto daquela vespinha quanto minha esposa, ouvi risinhos baixos - não vão vir me dar um beijo?
Na mesma hora que falei isso duas cabeças pequenas apareceram apoiando os pequenos queixos na garupa da pequena moto, dois pares de olhos me olhavam, duas boquinhas com sorrisos a qual num havia uma janelinha enquanto em outro havia duas, os olhos de ambos numa cor quase única, eram castanhos esverdeados, eu sempre ficava fascinada olhando para eles, o cabelo de ambos num castanho escuro, eles correram em minha direção e eu os peguei nos braços.
— Mama - olhei e vi a boca de um dos meus filhos toda suja de chocolate - estava com saudades...
— Eu também - a outra voz fininha falou mostrando as duas janelinhas - a mami não queria deixar a gente comer biscoito...
— Foi mesmo? - perguntei fazendo cara de espanto e ambos fizeram biquinhos, olhei pra minha esposa e ela sorria - que mami mas chatinha essa de vocês, não é mesmo?
— Ei - minha esposa deu um tapa em meu braço e eu apenas sorri - não deixei pq já estava na hora do almoço...
— Nessa eu não posso ajudar vocês - falei olhando para ambos e recebi beijos molhados em minhas bochechas - a mama vai tomar banho para que possamos almoçar, huh?
Coloquei ambos no chão e beijei o alto da cabeça de cada um, deixei um selinho rápido em minha esposa e fui em direção ao banheiro que ficava no primeiro andar, entrei no banheiro e tirei minhas roupas jogando-as em um cesto de roupas sujas, entrei no boxe e liguei o chuveiro.
Gosto sempre de lembrar toda a trajetória que fiz até chegar onde estou hoje, o começo foi uma maravilha, quase um ano distantes por conta da minha faculdade não foi fácil, mas conseguimos passar por isso também, logo ela também entrou na faculdade, houve alguns empecilhos no caminho, pessoas apareceram, houve ciúmes, houve discussões, mas no fim de tudo sempre sentávamos e conversamos e acabava tudo bem, houve também pessoas dizendo que isso não ia longe pois éramos novas demais, que era apenas um namoro bobo de escola, no início fiquei com medo dessas palavras, mas com o passar do tempo ela me mostrou que tudo isso era besteira, conseguimos nos formar na faculdade, conseguimos emprego, conseguimos nos casar, conseguimos nossa família, parece até um sonho.
—
erros corrigirei depois, ou não... k
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Enitensída
RomanceEnitensída (adj.) - Termo utilizado para designar pessoas que não precisam de muito tempo pra se apaixonar, nem tem medo de sentir demais. Camila está no segundo ano do ensino médio, ela se considera uma pessoa que se apaixona fácil, embora até ago...