Minha Atriz Favorita

6. O Contrato

Chego no estúdio e vou direto para a sala de Castillo.

— Reunião em fim de semana? Sério, Castillo?

— A gravação começa amanhã e nem todos foram confirmados.

— Quem já foi confirmado?

— Estefanía.

— Só ela?

— Sim... Se não tiver pessoas pra gravar, o filme será cancelado.

Cancelado? Não, esse filme não será cancelado. Ele pode ser um dos filmes que vai bombar nas bilheterias, e se for cancelado, a empresa vai afundar e tudo que fiz vai ser em vão. Hora de colocar o plano em ação.

— Tenho um plano.

— Lá vem...

— O plano é assim, lembra daquela moça que eu disse que contratei?

— Lembro.

— Ela faz parte do meu plano. Ela vai pegar o papel da personagem principal, o roteiro combina com ela.

— Calma. Deixa eu ver se eu entendi direito. Você quer contratar uma menina que não sabe nem atuar, pro papel principal? Bebeu?

— Bebi, bebi muito até. Mas enfim, sim, eu quero. Ou melhor, eu vou.

— Não está colocando fé demais numa pessoa que nem conhecer?

— Confio no potencial dela, ela parece ter jeito pra isso.

— Ai ai, Zulema...

Parece que Castillo não gostou da minha ideia, mas eu não ligo. Sou a dona da empresa, eu contrato quem eu quiser.

— É só isso que planejou? Ainda precisa de mais pessoas.

— Dá pra terminar de escutar? Obrigada. Continuando... Vou chamar Saray também.

— Ainda falta uma.

— Você está olhando pra ela.

Castillo para por um momento.

— Você? Tem certeza que quer participar?

— Tenho. Como disse Macarena: Tudo é profissional, nada vai mudar em minha vida se eu beijar uma mulher. (Quer beijar a maca, né safada?￰)

Me viro pra sair da sala, Castillo segura meu braço.

— Você precisa trazer ela aqui, precisa assinar um contrato com ela.

— E pra que ela precisa vir aqui?

— Ela precisa assinar o contrato pessoalmente, só assim dá pra confirmar que o contrato não foi burlado.

— E por que eu burlaria o contrato?

— São as regras.

Saio da sala e vou em direção ao estacionamento.

Entro no carro e dirijo até o hotel.

[...]

Chego no hotel, como não sei em que andar ela se hospeda, resolvo ligar pra ela.

— Zulema?

— Desce, tô aqui te esperando.

— É... Pode me ajudar com as malas? Tem muitas.

— Muitas quanto?

— Talvez umas três? Ou quatro...

Suspiro.