Minha Atriz Favorita

43. Tem Certeza?

— Como assim numa situação não muito boa? Me explica isso.

— Olha, não dá tempo de explicar. Resumindo, tem uma mulher aqui na porta da casa de Yolanda com uma arma apontada pra cabeça dela.

— Hanna está na casa da Yolanda?

— Você pode... Só vir ao invés de fazer perguntas? E venha rápido.

Sole

Yolanda está numa situação... Complicada? Ou é Hanna, ou algum dos capangas dela. Mas ela disse que era uma mulher...

— Ramala, precisamos ir a um lugar.

— Agora? Não está muito tarde?

— É urgente, precisamos ir agora.

— E para onde vamos?

— Para a casa de Yolanda. Leve arma e se possível, tente ligar para as meninas e avisar.

— Elas sabem do plano?

— Vão ter que improvisar.

Yolanda

— Vamos acabar com isso logo, atira.

— ...

— Vamos, atira! Não é pra isso que serve a arma? Pra atirar.

— Manipulação...

— E de novo, se sente ameaçada. Hanna Zahir, se não for fazer nada e só ficar com a arma apontada para a minha cabeça, é melhor ir embora. A coisa vai ficar ruim pro seu lado se ficar mais alguns minutos aqui. Essa rua é cheia de câmeras e provavelmente alguém já deve ter visto você por elas. Esse hijab não vai esconder nada.

— Vai falar também que ligou pra uma tal pessoa e que ela está vindo agora mesmo pra dar um jeito em mim?

— Parece que alguém aqui é boa com adivinhações...

Macarena

Tudo ainda é muito novo pra mim. É a primeira vez que faço isso e acho que estou fazendo certo. A visão que tenho de Zulema daqui de baixo com certeza é única. Seu maxilar marcado, sua clavícula, seu pescoço... Cada detalhe do corpo de Zulema Zahir, é lindo. Não demora muito até que Zulema chegue ao ápice.

— Isso foi... Me lembre de deixar você fazer isso mais vezes.

— Zulema, você me faz tão bem... Sua presença deixa tudo mais... Sei lá, tudo mais calmo, tudo mais feliz.

— Por que acha que eu namoro com você? Você me faz sentir do mesmo jeito, e ainda melhor. Rubia, eu já disse milhares de vezes que só te contratei como atriz e te dei o melhor roteiro, por eu gostar de você. Você pode ter mil e um defeito, mas todos eles se transfomaram em detalhes lindos e únicos que só você tem, e que te torna ainda mais linda.

— Passei anos da minha vida sendo rebaixada pela minha mãe, talvez ela não tenha gostado de mim pelo fato de eu ter nascido mulher. Meus amigos só me usavam pra jogar o verdade ou consequência extremamente chato deles e Fábio, que nunca descobriu o significado da palavra não e nunca me deixou em paz. Entre tudo isso que aconteceu, te conhecer, foi a melhor.

— Rubia... Vem cá. — Zulema me puxa para um abraço, mas somos interrompidas logo em seguida pelo toque do celular. Zulema atende. — Ramala? Por que está ligando essa hora da noite?

Zulema

— Oh, desculpe. Você estava dormindo?

— Eu... É... Sim, eu estava dormindo.

— Me desculpe, mas é algo sério.

— Quão sério?

— Muito sério. Não tenho tempo para explicar, encontro você e as outras na casa de Yolanda.

— Yolanda? Como assim na casa da Yo... — Ramala desliga.

— O que aconteceu? E por que falou da Yolanda?

— Ainda não sei, mas nos chamaram pra casa de Yolanda.

— Zulema... Se for algo sério, promete que não vai acontecer nada de ruim com nós duas?

— Prometo.

— É sério, não quero te perder.

— Você não vai me perder, ninguém vai se machucar. Ouviu? Ninguém vai se machucar. Agora vamos, coloca uma roupa e vamos pra casa da Yoli.

— Promete?

— Confia em mim.

Yolanda

Finalmente minha ajuda chegou. Atrás de Hanna, vejo um carro que julgo ser de Sole, e realmente espero que seja.

— Seu tempo acabou, Hanna.

— Tempo é o que eu mais tenho no mundo.

— Tem certeza?

— Te... — Hanna é interrompida por Sole.

— Realmente tem certeza? — Hanna aponta a arma para Sole, me tirando da mira.

— Quem é você?

— Você não precisa saber quem sou. Me responda, o que é que veio fazer na casa da minha menina? Se quer atacar alguém, vai em alguém que saiba seus motivos, não em alguém fraco para ser refém.

— Você se acha invulnerável, senhora não sei o nome?

— Realmente não se lembra de mim? Não se lembra da sua 'amiga'?

— Ninguém é totalmente confiável para ser meu amigo.

— Sua opinião mudou? Na escola você dizia outra coisa.

— Sole?

— Em carne e osso.

— O que você está fazendo com essas pessoas? E esse é o... Ramala?! Você está com ela agora? QUEM CARALHOS SÃO VOCÊS?!

— Isso é irrelevante para pessoas como você, mas se quer realmente saber, vou dizer. Isso tudo foi criado para acabar com seu reinado de merda e vingar tudo o que você fez com Zulema.

— Eu não fiz nada do que ela não merecia, tudo o que fiz foi por bem dela.

— Vende-la foi pro bem dela?

— Ah, menos isso.

— Você sabe que só tem como tirar ela da venda se alguém comprar ela, né?

— Eu posso compra-la de volta.

— Você não a vendeu pelo motivo de precisar de dinheiro?

— Você realmente acha que eu, Hanna Zahir, precisaria de dinheiro? Sou mais rica do que você pensa.

— Não parece. Vir até a casa de uma de minhas meninas e lhe fazer uma proposta, não parece ser algo que uma pessoa com muito dinheiro, faria.

— Eu não iria fazer uma proposta à ela.

— Iria sim, eu sei como você joga, Hanna. Sei muito bem que você tenta arrastar pessoas do outro time com subornos. Promete coisas impossíveis de serem feitas, quantia enorme de dinheiro, proteção, armamento e essas são só apenas algumas das coisas que você faz.

— Por que não conta a suas 'meninas' o motivo de você não ter filhos.

— Elas já sabem o suficiente sobre minha vida.

Enquanto Sole e Hanna discutiam, Zulema chega silenciosamente com Macarena, e não perde tempo. Zulema coloca seu braço em volta do pescoço de Hanna e aponta uma arma para a cabeça dela.

— O que é que temos aqui...