Minha Atriz Favorita

14. A Laranja

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Faz tanto tempo que não escrevo que esqueci qual dia da semana era na fic, vou colocar que é segunda. Fodasi, virou segunda.

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De manhã...

Acordo primeiro que Zulema, ainda pensando no que aconteceu horas atrás. Olho o relógio e vejo que ainda é cedo, então, fico olhando pro teto, pensando em tudo que aconteceu.

Eu... Realmente fiz isso... Com Zulema... Uma mulher que mal conheço... Por algum motivo, ter sido com ela não foi ruim, não senti o mesmo arrependimento que senti quando beijei Fábio, isso foi... Bom... Nunca imaginei que minha primeira vez seria com uma mulher, minha mãe iria surtar se eu contasse a ela. Ela iria vir com seus milhões de sermões e coloca na minha cabeça que de alguma forma, isso foi errado. Mesmo que, não tenha sido.

Resolvo parar de pensar em tudo aquilo e finalmente ir tomar banho, até que o braço de Zulema me puxa para mais perto dela, me impedindo de sair.

Tento acorda-la...

— É... Zulema?

...Mas ela não move um músculo, não sei por que ainda tento.

[...]

Com um pouquinho de esforço, consigo sair de seu abraço de urso. Entro no banho e começo a pensar em como será o dia no estúdio. Agora as gravações vão realmente começar e nem decorei direito o primeiro parágrafo.

Tenho medo que Zulema mude de ideia e me retire do filme, se isso acontecer, não sei o que fazer. Não tenho casa aqui, muito menos familiares.

— Não, não posso pensar assim. Pense positivo, Macarena.

— Endoidou, loira? Falando sozinha logo cedo? — Volto a realidade em que falar sozinha é coisa de doido quando ouço a voz de Zulema.

— Quando você acordou?

— Você já está no banho faz meia hora, Macarena. — Meia hora? Tenho certeza que acabei de entrar — Vai, sai. Quero tomar banho. — Zulema diz enquanto tenta abrir o box, que é impedido por mim.

— Deixa eu me enrolar na toalha primeiro. — Digo enquanto me enrolo na toalha.

— Não é como se eu nunca tivesse visto você pelada. — Suas palavras me trazem lembranças da noite anterior, o que me faz corar.

— A-ainda assim quero privacidade! — Saio rapidamente do banheiro, enrolada na toalha, na tentativa de esconder meu rosto rosado, o que deu certo.

Zulema

Estou no chuveiro, sentindo a água morna cair suavemente pelo meu corpo, esperando Macarena surtar por eu mentir que ela havia ficado meia hora no chuveiro. Às vezes quando estou com ela, penso seriamente se deveria parar de enriquecer ainda mais Yolanda e vir morar de vez n​a mansão. Mas pensar que terei que dirigir um pouco mais pela distância, faz eu pensar ao contrário.

Parar de ir ao hotel me fara economizar mais, e dará para aumentar o salário das atrizes e dos funcionários. Dará para investir mais no filme que estamos gravando atualmente, contratar mais cameramen e mais iluminação. Mas também irei ter que cozinhar diariamente, e odeio isso.

Quando estou prestes a fechar o registro, lembro que lavei o cabelo semana passada e provavelmente deve estar fedido e sujo. Pego um shampoo aleatório que provavelmente é de Macarena e caio na perdidão de meus pensamentos novamente.

Penso somente no dia anterior. Um pequeno sentimento de culpa me domina, fico pensando se o que fiz foi errado. Sei que não foi, mas sentir isso é inevitável.

[...]

Termino de me arrumar e vou direto pra cozinha, mas chegando lá, me deparo com Macarena fazendo o café.

— Você gosta de omelete? Ou prefere ovos mexidos? — Macarena pergunta abrindo a geladeira para pegar um ovo.

— Laranja. — Digo pegando uma laranja da fruteira.

Ignoro Macarena e caminho até a sala, para assistir TV até dar a hora de ir trabalhar.

Macarena

Como Zulema recusou meu omelete, resolvo comer uma laranja, igual a ela. Ainda falta algumas horas para irmos ao estúdio, então, resolvo me distrair pelas redes sociais.

Passo e curto algumas fotos de famosos do qual estou seguindo, quando de repente recebo uma notificação. Era mensagem do user "@Fabinho.1287".

— Faz tempo que te sigo, acho que nem percebeu. Aliás, quanto tempo, Macarena!

Confusa, respondo a mensagem.

— Quem é?

— Não se lembra? Sou eu, o Fábio, — Na mesma hora, lembro daquele dia e dos inúmeros beijos que fui obrigada a dar nele.

— Aaah, você. — Tento puxar o mínimo de assunto, pois não estou com cabeça pra ler um "quanto tempo rsrsrs".

— Quanto tempo, né? Rsrsrs... — Me segurei não só pra rir, mas também pra não mandar ele ir pra puta que pariu.

Resolvo ignora-lo e continuar a fazer o que estava fazendo.

[...]

Não se passa nem 20 minutos e ele manda mensagem novamente.

— Onde mora? Poderíamos nos encontrar, comer algo juntos...

— Fábio... É... Não acha que ainda é muito cedo? Não nos vemos a anos, acho que não estou pronta para isso.

O ignoro novamente, mas agora com certeza absoluta que ele não irá mandar mensagem.

Eu realmente não estou pronta e nem com vontade de vê-lo. Não tive uma boa impressão dele quando o vi na praça, e não é agora que isso irá mudar. Provavelmente ele deve ser um daqueles caras que malha somente os braços, passa cantada pra qualquer mulher que ele ache bonita e que se acha o fodão quando estão no bar com seus amigos. E eu não gosto nem um pouco desse tipo de pessoa.

Tenho que confessar que, sinto falta do passado. Não do passado em si, mas do que eu vivi nele junto a Joana. Ela era meio doidinha, mas isso não a deixava menos legal. A única coisa que nunca irei sentir falta, é minha mãe. Ela nunca me deixava sair com Joana, 90% da vezes que sai com ela, sempre foi escondido.

Minha mãe... Uma mulher difícil e muito complicada, certeza que se ela soubesse que estou morando na casa de uma 'desconhecida', ela viria aqui e faria o maior escandalo, tenho sorte dela não gostar de Madrid.