Zulema
Volto ao meu escritório depois de dar uma volta não muito demorada pelo quarteirão.
Hora de voltar ao mundo real. Entro em meu escritório.
— Zulema? Tem uma carta colorida e bem mais chamativa que as outras. Pode ser de algum fã, mas guardei caso fosse importante.
— Me dá isso aqui. — Pego a carta da mão de Yolanda. — Vou ler.
A carta era realmente bem mais chamativa que as outras. Não só pela sua cor, mas pela sua escrita à mão.
Geralmente os fãs mandam cartam impressas, com fontes padrão de computadores e a cor branca, padrão de uma carta. Então ver uma carta colorida e escrita à mão é uma coisa nova.
Na carta está escrito:
"É... Olá... Não sei como dizer isso, sempre mandei apenas o roteiro e logo depois o filme lança, então não achei que mandar carta fosse necessário. Você já deve saber quem sou, pelas histórias parecidas com a nossa que mandei escrita em forma de roteiro. Acho que precisamos conversar, pessoalmente. Faz tempo que não nos vimos e eu realmente preciso te contar algo importante e é muito importante, então... Se puder ou quiser me ver pessoalmente, me encontre no nosso antigo ponto de encontro, o lugar que nos encontrávamos quando tivemos que nos separar. Lá, às 20:00. Sei que é tarde, mas é um horário seguro para mim.
Att, mini Zahir"
Ok... Ou é Hanna tentando se passar por Fátima e me atrair pra uma armadilha sem volta ou é realmente Fátima me pedindo ajuda com a coisa importante que ela tem pra me contar.
A pergunta é: Ir ou não ir?
Tem dois pontos nisso, um bom e um ruim. O ruim é que se eu for, pode ser Hanna e ela pode me prender e finalmente conseguir me vender. O bom é que se for Fátima, posso reencontra-la e ajuda-la com essa coisa importante.
Quer saber? Eu vou.
Se Hanna me pegar, posso me virar pra sair de lá até as meninas sentirem minha falta e ir atrás de mim.
— E então? Era carta de fã?
— Era Fátima.
— Fátima? Sua filha?
— Sim...
— Meu Deus, Zulema! Sabe como isso é bom? A quanto tempo vocês não se falam?
— Desde que fomos obrigadas a nos separar.
— Eu tô curiosa numa coisa...
— No quê?
— Se você não gosta de homens, como que você teve Fátima?
— Longa história... Quer que eu te conte?
— Se quiser me contar, estou ouvindo.
— Tudo começou quando eu estava com Helena. Ela queria ter uma vida normal, mas não deu muito certo, pois eu estava começando a carreira e mal ficava em casa. Mesmo assim, tentei fazer tudo que ela queria, tudo que ela precisava pra termos uma vida normal.
Um dia ela veio com uns assuntos dizendo que queria ter uma filha, e eu fiquei tipo: oi??????? Eu não teria tempo para cuidar da menina, e nem ela ficaria em casa o tempo todo. De algum jeito, ela me convenceu a adotar, e assim adotamos Fátima.
Como estávamos juntas na época, colocamos nosso nome nela, ficando assim: Fátima Zahir Martín.— A coitada tem o nome da coisa ruim?
— Infelizmente sim, mas ela nem sabe da história toda, então ela nem liga. Bom, vou sair hoje a noite, caso invente outra reunião inútil, não vou estar em casa.
— Pra onde vai?
— Não te interessa, agora vamos voltar ao trabalho.
Hanna
— Você vai fazer tudo que eu mandar, entendeu? Não ouse gritar ou sussurrar nada para ela, meus capangas estarão vigiando vocês.
— Quem é você? Por que quer fazer mal a Zulema?
— Não vou fazer mal a ninguém, só preciso conversar com ela... E pessoalmente. Você vai conversar com ela normalmente e quando eu for atacar, você fica calada e vai embora. Entendeu?
— E-entendi.
De noite...
Zulema
Já estou em casa, pronta para ir me encontrar com Fátima. Preciso saber se é realmente ela que quer me ver ou é um plano de Hanna. Caso seja um plano de Hanna, precisarei estar preparada.
Vou até o quarto de Macarena e bato na porta.
Logo ela abre.
— Oi mãe, o que a senho... Oi Zule, o que foi?
— Vou sair.
— Tá bom, tchau. — Macarena se vira para fechar a porta, mas eu a puxo pelo braço.
— Não vai perguntar onde eu vou?
— Bom, a vida é sua, você pode fazer o que quiser, entre elas sair e não precisar avisar ninguém.
— Já que você perguntou, eu vou ir ver minha filha.
— Calma... Você tem filha? Desde quando você tem filha?
— Ela é minha filha adotiva, mas ainda é minha filha. Enfim, vou ir vê-la, não tenho horário para chegar.
Dou um rápido selinho em Macarena, me viro o mais rápido possível para que ela não possa ver meu rosto rosado.
(Opaa, antes de continuar eu quero avisar algo. Fátima é filha biológica de Zulema, mas a história só será contada em outros caps.)
Saio e vou até meu carro, a caminho do nosso antigo ponto de encontro.
Yolanda
Tá, eu estou preocupada com o que pode acontecer com Zulema. Ela disse que iria sair, mas não disse para onde e nem quando e... Preciso contar as meninas do grupo
— Boa noite meninas, preciso falar com vocês.
— Fale rápido, estou atendendo um cliente agora.
— Ok... Zulema disse hoje no escritório que iria sair de noite e eu estou preocupada com ela.
— Era só isso? Yoli, Zulema é grandinha já, ela sabe se cuidar.
— Sim eu sei, mas... E se algo acontecer com ela? Tipo, tudo isso que estamos fazendo é pra proteger ela e nós simplesmente deixamos ela sair a noite, sem ela dizer para onde vai e nem quando volta?
— Desde o início do grupo eu avisei que todas podem fazer o que quiserem. Não proíbo nenhuma de ir a festas ou de sair e voltar logo de manhã. Ela pode ter ido se encontrar com alguma moça, não sei, mas ela pode sair e voltar a hora e o dia que ela quiser.
— Ela está de rolo com Macarena, Sole. Ela recebeu uma carta de Fátima hoje. Isso cheira a plano de Hanna.
— Só iremos saber mais tarde.
— Pessoal, Zulema acabou de sair e disse que ia ver a filha dela.
— Eu disse, Sole, eu disse!
— Deixe ela aproveitar o tempo com Fátima, se for plano de Hanna e algo acontecer com ela, saberemos.
Apago a tela de meu celular, tentando não me preocupar tanto com Zulema.
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Minha Atriz Favorita
FanfictionCONCLUÍDA Macarena no auge dos 20 anos, resolve se mudar pra Madrid a procura de emprego e estudos melhores. O que será que irá acontecer nessa jornada?