Capítulo 30

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AMÁLIA

Meus pensamentos estavam em Elisa que, apesar dos sorrisos, seus olhos pareciam tristes. Talvez, ela tenha tido mais uma crise de ansiedade. Eu queria tanto ajudá-la, mas sabia que não estava ao meu alcance.

Eram quase dez horas da manhã quando voltei para a mansão. Encontrei Kiara no sofá da sala e contei a ela que tia Estela não viria, mas que as crianças sim, então ela ficou muito feliz em saber disso. 

Quem vê Kiara sem ter a chance de conversar com ela, pode chegar a pensar que ela é muito séria e até mesmo fria. Mas é apenas aparência, porque, interiormente, ela é a gentileza em pessoa. 

Kiara avisou que iria subir, mas antes que ela realmente fosse, eu aproveitei e a agradeci por ter comprado o orfanato e por ter contribuído para que a reforma fosse feita. Contudo, recebi um olhar confuso da mulher. 

— O orfanato foi vendido? — Ela parecia realmente surpresa. 

— Sim! Um advogado foi ao hospital com uma proposta em nome da sua família. — Ela enrugou a testa. — Talvez, tenha sido o seu marido? 

— Não, acredito que teria me contado.

Então… Sobrou apenas o Alex Backer.  

Sem perceber, meus pés haviam me levado até a porta em frente ao escritório dele. Bati duas vezes e escutei sua permissão para entrar.

— Com licença, Senhor. — Falei, fechando a porta atrás de mim. Alex estava em pé, perto da janela. Depois, ele se virou, olhando para mim e cruzando os braços.

— Aconteceu alguma coisa? 

— O orfanato está sendo reformado. O Senhor tem algo a ver com isso, não tem? O Senhor comprou o orfanato, mas por quê? — Ele estalou a língua no céu da boca, enquanto descruzava os braços. — Por qual motivo o Senhor fez isso? — Ele sorriu de lado.

— Eu não posso? Não posso possuir um orfanato?

— Então, o Senhor só quis tomar posse de mais um estabelecimento? — Ele soprou uma risada.

— Você está entendendo errado, Amália.

— Ah, é? Então, me explique!

— Eu sabia que Estela não teria condições de reerguer o orfanato e aquele dinheiro, que você levou daqui, não iria dar nem para comprar um móvel adequado. — Ele respirou fundo. — Então, decidi ajudar. Percebi que aquele lugar foi e é importante para você, Amália. 

— O Senhor… Fez isso por mim? 

— Por você e por todas as crianças. Também irei arcar com todos os gastos: água, luz e comida, e irei pagar muito bem à sua tia e também às outras. Qual o nome delas mesmo? Ahn… Raquel e... Janette! — Finalizou ele, sorrindo orgulhoso. Eu estava com a boca aberta, literalmente.

Ele realmente fez isso? Eu nunca imaginaria que ele pudesse falar e fazer uma coisa dessas. Sem perceber, meu coração pulou de alegria e um sorriso cresceu em meus lábios. E sem pensar duas vezes, fui até ele e abracei sua cintura. Portanto, Alex ficou surpreso, com seus braços suspensos no ar.

— Obrigada, Senhor. Muito obrigada. 

— O que está fazendo?! — Afastei-me rápido dele, olhando para baixo, envergonhada. 

— Desculpe. Só queria agradecer. 

— Não faça mais isso! 

— Ah, sim, claro. Desculpe.

[...]

No dia seguinte, eu, junto a Kiara, fomos buscar as crianças, pois a mãe do meu chefe havia feito questão de vir também. Portanto, estávamos agora saindo da casa. Após tia Estela ter assinado os papéis da alta, despedimo-nos na porta e, então, ela foi embora junto com Raquel. 

Respirei fundo, andando de mãos dadas com as duas crianças, cada uma ao meu lado. Então, entramos no carro e seguimos para a mansão. Assim que chegamos, as crianças ficaram animadas por verem a casa. Anna veio correndo assim que as viu e puxou Suzy e Tomy para brincarem no jardim. Eu ia me opor, mas Kiara me reprovou e disse para que eu os deixasse se divertirem. Eu assenti, mas temia pelo meu patrão.





Até o próximo capítulo ❤️✅

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