ALEX
Ela irá aceitar. Tem que aceitar.
Otávio já havia saído atrás da garota. Ele irá fazer uma proposta irrecusável de emprego e, assim que ela assinar o contrato, vou fazer de sua vida um inferno. Ela irá se arrepender de ser tão audaciosa, vou fazê-la abaixar a cabeça.
[...]
Suspiro, inclinando-me sobre a mesa, enquanto segurava o taco de sinuca, posicionando-o no lugar correto. De repente, sinto mãos deslizarem por minhas costas e logo olho de relance.
— Olá. — Sorrio de lado, levantando-me. Então, seguro a pessoa, dona das mãos, pela cintura. — Há tempos que você não vem aqui. — Ela fala, abraçando meu pescoço. Eu não respondo, apenas colo nossos lábios, sentindo ela suspirar e ficar mole, enquanto a apertava contra mim. Não vou negar que ficar com Kate era a melhor forma de tirar meu estresse. — Bebidas? — Ela pergunta, ofegante, e afirmo. Então, ela se afasta, indo até o balcão.
— Ainda com a Kate, cara? — Olho para o Steve, que me olhava com tédio. — Ela é um grude. — Solto uma risada.
— Ela é boa no que faz. — Dou de ombros, posicionando-me novamente sobre a mesa.
— Ela é apaixonada por você. — Olho para ele. — Você sabe, não é? — Afirmo. — E sabe que beijando ela assim, você a dá falsas esperanças.
— Cara, eu não tô ligando. Ela sabe muito bem que eu nunca irei retribuir esse sentimento que ela diz sentir. — Steve solta uma risada soprada.
— Você não sente pena dela? — Ele pergunta.
— Não. — Respondo, impaciente. — Ela sabia que, ao se envolver comigo, não iria passar de transas casuais, Steve.
Kate voltou um tempo depois com as bebidas. Após vários copos e partidas de sinuca, decido sair das docas com ela. Fomos para sua casa, como sempre fazíamos. Eu nunca a levei para a minha. Na verdade, nunca levei nenhuma outra mulher.
[...]
— Alex, para onde você vai? — Kate me pergunta, cobrindo-se com o cobertor branco.
— Casa. — Respondo simples, vestindo minhas roupas.
— Por que não dorme aqui comigo? — Respiro fundo. Sempre era a mesma coisa.
— Você sabe que eu não durmo com ninguém. — Pego minha jaqueta e me dirijo para a porta, saindo de lá imediatamente.
Olho para meu relógio e vejo que já é tarde da noite. Sinto minha cabeça girar pelo álcool, mas mesmo assim continuo.
Assim que chego em casa, vou direto para o banheiro tomar um banho relaxante e, após, para a cama para dormir logo. Mas não deixo de sorrir ao lembrar que, no dia seguinte, supostamente aquela garota magrela será minha funcionária.
[...]
A ressaca do dia seguinte é sempre a pior coisa. Peço meu café da manhã na cama e espero nela. Alguém bate à porta, mas por já saber de quem se tratava, esperei que entrasse. Contudo, ela não entrou. Em vez disso, novas batidas puderam ser ouvidas. Na terceira vez que a garota bateu, decidi eu mesmo abrir, senão ela ficaria o dia todo esperando permissão.
— Pedi o café da manhã no quarto, então, por que simplesmente não entra? — Observei a garota, que me olhava com os olhos arregalados, demonstrando sua surpresa. O uniforme lhe caiu bem. Mentira. Estava horrível naquele corpo magricelo. — Oh, você! — Sorrio e volto para cama. — Entre. — Ela faz o que peço. Ah, então ela sabe obedecer.
— Então… — Parei em sua frente. Peguei a xícara que estava na bandeja em suas mãos e tomei um pouco do café, fazendo uma careta. — Você que fez? — Ela assentiu. — Está horrível! — Dito isso, virei a xícara, derramando todo o café no chão. Ela abriu a boca, incrédula.
— Por que você fez isso? — Arqueio uma sobrancelha. Uma coisa que eu não permitia era que meus empregados me chamassem de "Você".
— Limpe! — Disse simples. — Agora! — Ela me olhou por um tempo antes de pegar a xícara da minha mão e sair.
Permaneci no lugar, rindo da cara que ela havia ficado. Irei tirar sua petulância na marra!
Quando saio do banheiro, apenas com uma toalha em minha cintura, encontro-a ainda limpando uma parte do tapete que havia sujado.
— Apenas peça a Greta que traga outro e jogue esse fora. — Ela se assustou e ficou de pé.
— Ok. — Agora ela era uma garota de poucas palavras?
— Qual seu nome?
— Amália.
— Quantos anos você tem, Amália? — Eu precisava saber disso.
— Dezoito. — Bem… Por essa, eu não esperava. Ela é ainda muito jovem. Afirmei com a cabeça. Ela pegou os materiais de limpeza e me olhou. — Com licença. — Diz, antes de sair do quarto.
Estranho, ela não me olhou. Ela não olhou para nenhuma parte do meu corpo, a não ser meus olhos.
Olá...
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Falem comigo. Vocês estão bem?!
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Believe
Romance"Apesar das iris claras, em seus olhos habitavam a escuridão" Amália uma jovem órfã educada na fé, Determinada e crente em seu Deus, após completar a maior idade deixa o orfanato em que viveu por seis anos. Ela tenta arrumar emprego, sem opçãos ela...