Capítulo 7

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ALEX

Ela irá aceitar. Tem que aceitar.

Otávio já havia saído atrás da garota. Ele irá fazer uma proposta irrecusável de emprego e, assim que ela assinar o contrato, vou fazer de sua vida um inferno. Ela irá se arrepender de ser tão audaciosa, vou fazê-la abaixar a cabeça.

[...]

Suspiro, inclinando-me sobre a mesa, enquanto segurava o taco de sinuca, posicionando-o no lugar correto. De repente, sinto mãos deslizarem por minhas costas e logo olho de relance.

— Olá. — Sorrio de lado, levantando-me. Então, seguro a pessoa, dona das mãos, pela cintura. — Há tempos que você não vem aqui. — Ela fala, abraçando meu pescoço. Eu não respondo, apenas colo nossos lábios, sentindo ela suspirar e ficar mole, enquanto a apertava contra mim. Não vou negar que ficar com Kate era a melhor forma de tirar meu estresse. — Bebidas? — Ela pergunta, ofegante, e afirmo. Então, ela se afasta, indo até o balcão.

— Ainda com a Kate, cara? — Olho para o Steve, que me olhava com tédio. — Ela é um grude. — Solto uma risada.

— Ela é boa no que faz. — Dou de ombros, posicionando-me novamente sobre a mesa.

— Ela é apaixonada por você. — Olho para ele. —  Você sabe, não é? —  Afirmo. — E sabe que beijando ela assim, você a dá falsas esperanças.

—  Cara, eu não tô ligando. Ela sabe muito bem que eu nunca irei retribuir esse sentimento que ela diz sentir. —  Steve solta uma risada soprada.

—  Você não sente pena dela? —  Ele pergunta.

—  Não. —  Respondo, impaciente. — Ela sabia que, ao se envolver comigo, não iria passar de transas casuais, Steve.

Kate voltou um tempo depois com as bebidas. Após vários copos e partidas de sinuca, decido sair das docas com ela. Fomos para sua casa, como sempre fazíamos. Eu nunca a levei para a minha. Na verdade, nunca levei nenhuma outra mulher. 

[...]

—  Alex, para onde você vai? —  Kate me pergunta, cobrindo-se com o cobertor branco.

—  Casa. —  Respondo simples, vestindo minhas roupas.

—  Por que não dorme aqui comigo? —  Respiro fundo. Sempre era a mesma coisa.

—  Você sabe que eu não durmo com ninguém. —  Pego minha jaqueta e me dirijo para a porta, saindo de lá imediatamente. 

Olho para meu relógio e vejo que já é tarde da noite. Sinto minha cabeça girar pelo álcool, mas mesmo assim continuo.

Assim que chego em casa, vou direto para o banheiro tomar um banho relaxante e, após, para a cama para dormir logo. Mas não deixo de sorrir ao lembrar que, no dia seguinte, supostamente aquela garota magrela será minha funcionária.

[...]

A ressaca do dia seguinte é sempre a pior coisa. Peço meu café da manhã na cama e espero nela. Alguém bate à porta, mas por já saber de quem se tratava, esperei que entrasse. Contudo, ela não entrou. Em vez disso, novas batidas puderam ser ouvidas. Na terceira vez que a garota bateu, decidi eu mesmo abrir, senão ela ficaria o dia todo esperando permissão.

—  Pedi o café da manhã no quarto, então, por que simplesmente não entra? — Observei a garota, que me olhava com os olhos arregalados, demonstrando sua surpresa. O uniforme lhe caiu bem. Mentira. Estava horrível naquele corpo magricelo. — Oh, você! — Sorrio e volto para cama. — Entre. — Ela faz o que peço. Ah, então ela sabe obedecer. 

—  Então… — Parei em sua frente. Peguei a xícara que estava na bandeja em suas mãos e tomei um pouco do café, fazendo uma careta. — Você que fez? —  Ela assentiu. —  Está horrível! —  Dito isso, virei a xícara, derramando todo o café no chão. Ela abriu a boca, incrédula. 

—  Por que você fez isso? — Arqueio uma sobrancelha. Uma coisa que eu não permitia era que meus empregados me chamassem de "Você".

—  Limpe! — Disse simples. —  Agora! —  Ela me olhou por um tempo antes de pegar a xícara da minha mão e sair. 

Permaneci no lugar, rindo da cara que ela havia ficado. Irei tirar sua petulância na marra! 

Quando saio do banheiro, apenas com uma toalha em minha cintura, encontro-a ainda limpando uma parte do tapete que havia sujado.

—  Apenas peça a Greta que traga outro e jogue esse fora. — Ela se assustou e ficou de pé. 

— Ok. — Agora ela era uma garota de poucas palavras? 

— Qual seu nome? 

— Amália.

—  Quantos anos você tem, Amália? —  Eu precisava saber disso.

—  Dezoito. —  Bem… Por essa, eu não esperava. Ela é ainda muito jovem. Afirmei com a cabeça. Ela pegou os materiais de limpeza e me olhou. —  Com licença. —  Diz, antes de sair do quarto. 

Estranho, ela não me olhou. Ela não olhou para nenhuma parte do meu corpo, a não ser meus olhos.

Olá...
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