Capítulo 53

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AMÁLIA

Logo reconheci o restaurante luxuoso. Era o mesmo onde havia trabalhado por alguns dias. Assim que coloquei o pé dentro do estacionamento, minha mente começou a vaguear nas palavras que o dono, Andrew Campello, havia me falado na época, o que me fez juntar as sobrancelhas, pois o fato de que ele sabia muito sobre mim era estranho. 

— Algum problema? — Alex interrompeu meus pensamentos, olhando por cima do cardápio. 

Ele estava lindo, com o seu costumeiro terno cinza e seus cabelos lisos para o lado, além do seu olhar mais suave, bem diferente do de antes. Então, sorri para ele e neguei com a cabeça, pegando o cardápio.

— Não sei o que pedir, você pode fazer isso por mim? — Perguntei, envergonhada. 

Alex assentiu e chamou a garçonete. Observei a mulher piscar em sua direção, contudo, ele não pareceu dar atenção. No entanto, suspirei, olhando para o lado. O que era isso que eu estava sentindo? Por que não havia gostado do que vi? Deus, tire esse sentimento de mim. 

— Você se lembra desse lugar? — Ele perguntou e eu afirmei com a cabeça. — Nos encontramos aqui duas vezes.

— Sim. E em todas as vezes, você só faltava me matar. — Ele riu, fazendo-me rir também. 

— Eu sinto muito. Foi aqui também que tomei dois banhos, um de café e outro de água da privada. — Falou, divertido. — Contudo, o mais importante, foi que aqui, eu conheci você. 

— Mas você bem que desejou não ter me conhecido, estou certa? 

— Sim. 

Depois de um tempo, a nossa comida havia chegado. O cheiro estava maravilhoso. Enquanto comíamos, jogávamos conversa fora, falando de nossa infância. Eu contava sobre coisas que havia feito nessa época, como derramar farinha em todos os cômodos da casa ainda quando morava com minha avó, ou pegar dois ovos e quebrar no rosto do meu pai enquanto ele dormia. Eram coisas que crianças arteiras faziam, e se bem me lembro, eu aprontava cada uma. Enquanto isso, Alex ria. Ria não, ele gargalhava, sem se importar com os olhares dos presentes, e eu ria junto, porque era bom vê-lo descontraído.

— Quem olha para você, não imagina o quão arteira era. — Falou meu patrão.

— Por que não?

— Você é tão certinha.

— Criança é criança. Elas sempre procuram por diversão, independente do que seja. — Então, levei o garfo até a boca, apreciando a comida. — Hum… Está muito boa.

— Não é melhor que a sua. — Ele disse e eu arqueei as sobrancelhas.

— Estamos falando de cozinheiros profissionais em um restaurante famoso e você diz que a minha comida é melhor? — Ele afirma.

— É melhor justamente por ser você quem a faz.

[...]

Enquanto Alex pagava a conta, eu ia ao banheiro, o qual estava vazio. Olhei-me no espelho e organizei alguns fios rebeldes do meu cabelo. Após, lavei minhas mãos e as sequei em seguida. Assim que saí do banheiro, esbarrei em alguém.

— Desculpe.

— Amália? — Ergui meu rosto.

— Sr. Campello? — Ele sorriu.

— Andrew fica melhor. Como você está?

— Bem e o Senh… Digo, e você?

— Graças a Deus, bem. O que faz aqui?

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