Capítulo 24

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ALEX

Alex

Olhei pela janela, observando Amália entrar no carro. Respirei fundo, saindo dali, e fui para o banheiro, onde tirei minhas roupas e entrei no box. 

Já há alguns dias, estive me sentindo um pouco arrependido por ter proibido Amália de sair com sua amiga, mas eu não tinha intenção de desfazer uma ordem minha. Contudo, ontem, ouvi que Amália sentia falta de seus amigos quando respondeu a pergunta de Anna. Então, senti pena dela e, por isso, dei-lhe permissão. 

Por fim, desliguei o chuveiro e peguei uma toalha, enrolando-a na minha cintura. Depois que saí do banheiro, vesti meu terno e Anna entrou em meu quarto. Respirei fundo, olhando para ela. 

— Anna, antes de entrar no meu quarto, bata à porta, ok? — Ela murchou e abaixou a cabeça, assentindo.

— Desculpe. —  Então, caminhei até a cama e me sentei nela. 

— Tudo bem, venha aqui. — Bati na cama. Ela veio hesitante e se sentou ao meu lado. — Não fique com essa carinha. — Pincelei o seu nariz com o meu dedo e ela sorriu de forma fofa. —  O que você queria comigo? 

— Você vai trabalhar? — Afirmei. — E... Vai demorar? 

—  Talvez um pouco, por quê?

—  Ah, eu queria brincar com você e com a Amália novamente. —  Ela riu. — Ontem, foi tão divertido. —  Afirmei com a cabeça.

—  Foi sim. — Sorri.

— Você gosta da Amália? — Meu sorriso logo se desfez e eu a olhei com incredulidade e surpresa, o que havia deixado bem evidente em minha face.

— Não. De onde tirou isso, Anna? — Fiquei de pé.

—  Eu só perguntei. —  Olhou-me desconfiada. —  Por que está estranho?

—  Estou atrasado! —  Disse, pegando a maleta.

—  Não precisa ficar tenso, maninho, foi só uma pergunta inofensiva. —  Ela riu e andou em direção à saída, porém parou no meio do caminho e me olhou com uma sobrancelha arqueada. —  A mamãe não te ensinou que é feio mentir? - Dito isso, ela saiu do quarto, me deixando para trás confuso com o que disse e, principalmente, com sua reação.

[...]

Só essa manhã, havia passado por três reuniões longas, cansativas e nada lucrativas. E isso havia me deixado bastante estressado! Para piorar, o dia estava muito quente e eu odiava o calor.

Quando deu meio dia, minha mãe me ligou, pedindo que eu voltasse para casa para passarmos mais tempo juntos enquanto eles estivessem no país. Mas eu a respondi que não podia parar com o meu trabalho e, então, desliguei a chamada. Porém, no mesmo instante, lembrei-me da face desapontada de minha irmã essa manhã quando disse que demoraria a voltar para casa. 

Quando passei pela porta, Anna, que estava na sala assistindo televisão, veio em minha direção me abraçar.

—  Você chegou!

— Onde está a nossa mãe? 

— Ela está no quarto. —  Assenti e, então, subi para o meu.   

Lá, troquei de roupa e, depois, desci novamente, encontrando minha mãe na escada.

—  Se divertiu hoje no shopping? —  Perguntei. 

— Sim, muito. Como foi na empresa?

—  Como qualquer outro dia, mãe. Sem muitas novidades.

—  Vai voltar para lá ainda hoje? — Ouço a voz do meu pai atrás de mim.

—  Não, pretendo trabalhar de casa. Tenho umas coisas para resolver.

—  Que tipo de coisas? 

—  Nada com o que você deva se preocupar. — Ele me olhou, desconfiado.

—  Tudo bem, então. Eu e sua mãe não vamos almoçar aqui. —  Ele sorriu e passou o braço pela cintura dela, que o abraçou de lado. —  Vamos a um restaurante.

Depois, ambos saíram. Já eu, fui para a sala e me sentei no sofá junto a Anna. Na televisão, passava um desenho infantil.

—  Alex, quando Amália volta? —  Anna perguntou assim que chegou no final do episódio.

—  Como assim? Ela ainda não voltou? — Quando ela ia me responder, a porta foi aberta e Amália passou por ela. 

Portanto, fiquei de pé e ela olhou para mim com um pouco de receio. 

— Que bom que chegou, Mália! — Disse Anna, indo abraçá-la. 

— Isso são horas, Amália? —  Ela abriu a boca para falar, mas a interrompi. —  Eu deixo você sair e é assim que você se comporta?

— Alex, não… —  Anna tentou se pronunciar. 

—  Não se intrometa, Anna! —   Vejo-a encolher os ombros.

—  Não fale assim com sua irmã, Senhor, e deixe-me explicar, por favor.

—  Explicar o quê? Que basta eu dar um pouco de liberdade e você já se esquece das suas obrigações? E não venha dizer como eu devo ou não falar com a minha irmã! 

— Eu não sou sua propriedade. Quer me demitir? Vamos lá! Me demita! —  Por incrível que pareça, ela falou isso de forma calma, o que me deixou com uma puta raiva por ela me enfrentar dentro de minha própria casa. 

—  Eu não vou demitir você! — Encarei-a com superioridade. — Porém, de agora em diante, você não poderá mais sair.

—  Mas...

— Vá para a cozinha de onde você não deveria ter saído. —  Ela, assim como das outras vezes, permaneceu me olhando, mas pela primeira vez, vi seus olhos marejarem. Mas foi só quando ela passou por mim junto a Anna, que me senti  arrependido.




Alex é a definição de bipolaridade, não é mesmo?

Bom meus amores obrigada por está aqui comigo em mais um capítulo ❤️ se leu e gostou não esqueça de votar, irá me ajudar muito ⭐

Até o próximo capítulo ❤️🌻

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