Capítulo 20

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ALEX

Respirei fundo quando fiquei novamente sozinho em meu escritório. Por que havia ficado tão envergonhado por pedir o remédio à Amália? Francamente, não parecia que era eu quem estava falando.

Alguns minutos se passaram e Otávio surgiu, entrando.

— O Senhor está bem? — Ele perguntou. 

— Estava, até você entrar sem bater.

— Desculpe, Senhor. Eu vim avisar que eles chegaram. —  Meu coração acelerou de repente e eu engoli em seco, sentindo um misto de sentimentos.

—  Certo. —  Ele acenou com a cabeça e saiu.

Permaneci olhando para a porta e, quando senti coragem o suficiente, levantei-me da cadeira, enquanto ajeitava o terno e o meu cabelo. Dei dois passos hesitantes até a porta e, depois, a abri. Então, desci as escadas. 

Assim que cheguei à sala, vi-os parados, olhando para mim. Levei meus olhos para a garotinha de cabelos loiros e ela sorriu largamente.

— Alex! — Gritou, correndo até mim e me abraçando pela cintura. Imediatamente, correspondi ao aperto. —  Eu senti tanto sua falta. —  Ela disse baixinho, apertando ainda mais os braços em volta de mim.

— Eu também, minha Anna!  — Afaguei seus cabelos quando nos separamos.

—  Olha o que eu trouxe para você. — Ela tirou do bolso um anel com uma simples pedrinha azul em cima. — Foi da mamãe. O papai que deu a ela quando eles namoravam. — Olhei para minha mãe, que sorria em nossa direção. — A mamãe deu para mim, mas é grande demais para o meu dedo. Quero dizer, ele até cabe, mas ainda fica um pouco folgado. Se eu usar, corro o risco de perdê-lo e eu não quero que isso aconteça. — Anna estendeu a mão, fazendo uma carinha chateada. — Então, eu decidi dar para você! A mamãe concordou. —  Seu sorriso tomou conta daquele lindo rostinho.

— Para mim? — Anna assentiu. — Por quê? Eu não uso esse tipo de anel, Anna. É feminino.

—  Não é pra você usar, seu bobo! —  Ela riu, revirando os olhos azuis. —  É para você dar para sua namorada, assim como o papai deu para mamãe.  —  Concluiu, piscando várias vezes e suspirando, com as mãos juntas na frente do corpo.

—  Eu não tenho namorada! — Falei, voltando à minha postura ereta e a olhando de cima. Por sua vez, ela fez biquinho.

— Apenas pegue, irmão! — Falou, segurando minha mão. Então, ela colocou o anel em minha palma e, depois, a fechou. — Guarde bem até ela aparecer, sim? — Crispei os lábios, afirmando com a cabeça, e a minha irmã sorriu de forma convencida. Depois, olhei para meus pais à minha frente e arfei quando minha mãe me abraçou.

— Que saudades, filho. — Falou, melancólica, enquanto afagava minhas costas. Então, lentamente a afastei, tentando não parecer rude, mas não deu certo, porque ela me olhou totalmente atordoada e evidentemente chateada. Não queria tê-la deixado assim.

— Eu também senti saudades, mãe. — Ela balançou a cabeça, sorrindo tristemente.

— Como andam as coisas, Alex? — Meu pai perguntou assim que me cumprimentou com um abraço.

— Estão ótimas! — Respondi e ele sorriu, satisfeito.

— Fico feliz que esteja dando conta da empresa. — Ele falou, dando tapinhas em meu ombro.

— Você está falando com Alex Backer. É claro que eu iria dar conta e muito bem por sinal. — Ele revirou os olhos, negando com a cabeça.

— Abaixe esse ego, filho. Fui eu que lhe ensinei. — Ele estufou o peito.

Por mais que meu pai estivesse um pouco velho, sempre nos tratamos como amigos e, desde que me recordo, minha relação com ele sempre havia sido assim. Já com minha mãe, é diferente. Ela puxa mais para o lado afetivo que é onde me quebra em pedaços. Ela é sempre muito carinhosa e eu nunca sei como corresponder. Mas nem sempre fui assim. Foi com a morte dela que eu perdi o meu eu. Mas o que eu podia fazer? Eu era apenas uma criança. A Ana morreu e o antigo Alex foi enterrado junto.

— Com licença, Senhores. — Otávio apareceu, chamando nossa atenção. — O almoço está pronto.

— Oh, que ótimo! A viagem me deixou faminta. Oi, Tatá! — Exclamou Anna, correndo até a sala de jantar. Então, sorri, enquanto a observava. Ela sempre chamava Otávio de Tatá. Já meus pais, foram logo atrás para a sala.

Assim que me sentei à mesa, minha irmã já atacava a comida e a forma como ela fazia, fez-me lembrar instantaneamente da imagem de Amália quando a vi pela primeira vez no restaurante, onde ela comia de forma afobada. Por que ela sempre estava na minha cabeça ultimamente?! 

—  Nossa, que comida maravilhosa! —  Ouço minha mãe falar.

—  Realmente! —  Agora, escuto meu pai falar. — Cozinheiro novo, Alex? —  Afirmei, sorrindo, e quando percebi o que tinha feito, pela reação do mais velho, fechei a cara novamente.

—  Cozinheira. —  Digo simples.

— Oh! Então, chame-a, Otávio. Quero conhecê-la. —  Minha mãe fala para o mordomo, que afirmou com a cabeça.

—  Sim, dona Kiara. —  Então, ele saiu.

Continuei a comer e, após alguns segundos, Amália apareceu um pouco hesitante e tímida, eu diria. Ela olhou para mim por uns segundos e, depois, para os outros na sala.

—  Olá, Senhor e Senhora Backer. —  Ela fala, sorrindo.

—  Oh, meu Deus, Alex! Você pôs uma menor de idade para trabalhar?! —  Minha mãe olhou para mim, incrédula, e eu revirei os olhos.

—  Ela não é de menor. —  Falei, voltando a comer.

— Tenho 18, Senhora Backer. — Amália fala.

— Pode me chamar de Kiara, querida. — Minha mãe fala de forma meiga. — Você ainda é bem jovem, mas tem um talento enorme na cozinha, parabéns! — Amália sorriu abertamente.

— Muito obrigada. Fico feliz que tenham gostado.

— Gostar é pouco. — Minha irmã que, até então se mantinha calada, fala. — Eu amei. Eu sou a Anna, irmã do Alex.

—  Prazer em conhecer você, Anna. Você é muito linda, sabia? —  Anna sorriu, envergonhada, fazendo com que Amália abrisse ainda mais seu sorriso.

O sorriso...


Oiiiiiii

Então essa é a família do poderoso chefão...Aiai

Alex é meio confuso, não?

Nem eu o entendo...enfim, gostaram? Espero que sim 😊💕🌻

Bom, não esqueçam de votar irá me ajudar muito...obrigada por está comigo em mais um capítulo...e até o próximo ❤️🌻

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