Capítulo 5

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ALEX

Batuco o lápis na mesa, de acordo com o Tic Tac do relógio, pensando o que eu iria fazer agora. Não havia uma cozinheira e a comida de Greta estava fora de cogitação. Olho para o relógio. Então, decido sair, pegando minha moto. 

Vou até um restaurante perto. Estaciono; tiro o capacete, deixando-o sobre a moto, e entro. Suspiro, quando o gerente me indica uma mesa. Olho para o cardápio e faço meu pedido. 

Enquanto esperava, alguém puxa a cadeira e senta à minha frente. Olho para a pessoa.

— O que você quer? —  Ela sorri, presunçosa.

—  Não finja que não está feliz em me ver, Alex. 

—  Não estou! —  Digo simples.

—  Olha que mentir é feio. —  Ela ri e passa a mão lentamente por meu braço. — Eu senti saudades. — Fala e eu reviro meus olhos, tirando a mão dela de mim. 

— Fale o que quer de uma vez, Tânia! 

— Bom... —  Ela cruza os dedos, apoiando os cotovelos sobre a mesa e olhando-me com um sorriso de lado. —  Você! —  Ela sussurra. — Eu quero você, Alex Backer. —  Sorrio fraco, passando os dedos por meus lábios, olhando para ela. Tânia é uma das muitas mulheres que tive um caso de apenas uma noite. Ela me olha, esperançosa.

—  Sabe, Tâni? Aquele ditado que diz: "Querer não é  poder"? — Ela se afasta, piscando os olhos, e eu sorrio. — Saia da minha frente! — Ela fica me olhando.

— O que você quer, hein, Alex? Eu estou aqui disponível para você e mesmo assim me esnoba. — Ela fala com a voz afetada. — Eu gostei de você. — Reviro os olhos. 

—  Saia, Tânia! —  Ela me olha com os olhos flamejantes e sai, pisando duro. Respiro fundo, quando minha comida finalmente chega. 

Olho para o meu relógio mais uma vez, já estava tarde. Termino minha refeição e, após pagar a conta, vou ao banheiro. Quando passo pelo corredor, esbarro em alguém que vai ao chão, derrubando um balde de água em meus sapatos e molhando um pouco da minha calça. Olho para a pessoa no chão, vendo novamente aquela garota atrapalhada em minha frente. Ela me olha de cima a baixo.

—  Você tem problemas?! — Falo, bravo. Ela franze o cenho e se levanta.

—  Por que eu teria problemas? —  Ela questiona. 

— Ué, é você que fica esbarrando em mim! — Ela ri sem humor.

— Dessa vez, foi você! — Ela aponta com o dedo. —  Você quem não estava olhando. Eu estava com um balde cheio e pesado. — Ela fala, calma.

—  Ah, então, a culpa foi minha? A culpa foi minha por estar todo molhado? —  Pergunto. Ela apenas fica me olhando nos olhos. Seu olhar é penetrante e, instantaneamente, desvio o meu para o balde, não conseguindo manter contato. —  O que tinha nesse balde? Não me diga que era água da privada? — Ela ri e eu olho para ela, incrédulo.

— Desculpe. Eu acho que você deveria trocar os sapatos e talvez a… calça? — Ela fala, tentando segurar o riso. Eu avanço um passo até ela, enquanto a raiva me consumia, e ela logo fica séria, mas parecendo não se abalar. —  Desculpe! —  Ela sussurra.

—  Isso não ficará assim. Seu chefe ficará sabendo o que aconteceu e eu irei fazer questão de ver você sendo colocada para fora daqui! —  Meu ego infla, vendo que agora ela se abalava. 

—  Você não faria isso. — Sorrio. — A culpa não foi minha! — Ela fala um pouco mais alto.

—  Isso, grite! Assim terá mais um motivo para sua demissão.

—  Por que você é assim? —  Ela pergunta, juntando as sobrancelhas. —  O quão ruim é a sua vida para tanta amargura? —  Minha respiração pesa. —  Você se acha só pelo dinheiro que tem, mas não conhece o que realmente é valioso. Tudo hipocrisia. Você é hipócrita! 

— Cale a boca! —  Esbravejo. —  Você não me conhece, não sabe quem sou! 

—  Você não manda em mim. —  Ela rebate e a calmaria, com que me responde, me irrita.

—  Vamos ver, então! —  Encaramo-nos por alguns segundos, até que eu desvio, dando as costas e saindo dali a passos duros. Olho para o relógio e vejo que já estava atrasado. Mas antes de ir para a empresa, dou uma passada no escritório do meu amigo Andrew Campello.

[...]

Em nenhum momento da minha vida, deparei-me com alguém que pudesse ser tão petulante e calma como aquela garota. Senti-me na obrigação de colocá-la em seu lugar. 

—  Senhor, eu não posso fazer isso. — Olho para Otávio em minha frente e ergo as sobrancelhas.

—  Otávio, quem eu sou?

—  Alex Backer, Senhor.

—  E o que eu sou para você?

—  Meu patrão, Senhor.

—  Então… —  Pauso, vendo-o engolir em seco. —  Eu mandei e você tem que me obedecer, entendeu?

—  Mas, Senhor, acabei de contratar um cozinheiro, o que eu faço com ele?

—  O demita! — Levanto-me, apoiando as duas mãos sobre a mesa. —  Não quero saber o que você vai fazer. Apenas trate de trazer aquela garota, nem que seja como faxineira, jardineira ou cozinheira. Eu quero ela aqui para que eu possa mandar nela!

Obrigada por ler  ❤✔

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