Capítulo 40

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AMÁLIA

Finalmente, estava livre daquela bota branca ortopédica. Minha perna estava pronta para outra ou melhor não. Senti-me bem melhor depois de amarrar os cordões do avental em volta da minha cintura, pois tinha sido sufocante esses 2 meses em que havia ficado praticamente hospedada na mansão do Alex. 

Apesar disso, tinha ficado com dó do William, mas orei para que ele pudesse conseguir um ótimo emprego e fixo! Ele era muito legal, apesar de ter conversado pouquíssimas vezes com ele. Alex, sempre que me via fora do quarto, me mandava voltar, tanto que estava até me sentindo sua filha. Era humilhante, então evitava sair. 

Hoje, Alex não tinha ido almoçar em casa, então só estavam à mesa seus pais e sua irmã. 

A família do meu patrão estava de viagem marcada para voltar ao Brasil. Eu tentava não pensar muito nisso, pois eu realmente havia me apegado a eles e nunca tinha gostado de despedidas. Por isso, enquanto não iam, iria aproveitar o quanto pudesse a companhia deles. 

Durante a tarde, Elisa me ligou e conversamos por horas. Ela parecia estar muito bem, mas não dava para ter certeza, afinal estava apenas ouvindo sua voz. Nós conversamos sobre sua volta e ela disse que talvez passasse o restante do ano por lá. Além disso, Elisa havia contado que agora ela estava trabalhando em uma padaria na França e que ganhava bem. Por minha vez, estava muito feliz por ela. 

— Amália! Amália! — Assustei-me quando Anna surgiu na cozinha, quase gritando meu nome. 

— O que aconteceu? 

— Em três dias, é o aniversário do meu irmão. Preciso da sua ajuda. 

— Ahn… Com o quê? 

— Quero comprar para ele um presente e também fazer uma festa. A mamãe já vai me ajudar com a festa. Você poderia me ajudar com o presente? 

Claro que aceitei ajudá-la, só não sabia se seria muito útil, porque não sou muito boa em escolher presentes e também não conhecia os gostos do meu patrão. Mas decidi acompanhar Anna até o shopping. Ela queria dar ao seu irmão um relógio, pois segundo ela, Alex amava relógios. Eu não me lembro de tê-lo visto com relógio nenhum, mas talvez eu só não tenha percebido mesmo. 

— Como vai ser a festa? 

— Quero fazer uma festa à fantasia. — Parei e ela também. 

— Anna, uma festa assim não faz o tipo do seu irmão. 

— Ele já está ciente sobre isso. No início, ele não tinha gostado muito, mas consegui convencê-lo.

Nossa, Alex realmente faz tudo pela irmã. 

— Estou surpresa. 

— Também fiquei. Alex odeia festas de aniversário. Mas eu realmente quero comemorar o aniversário dele antes de voltarmos. 

Ficamos por mais ou menos uma meia hora no shopping, até Anna encontrar o relógio perfeito. O acessório era realmente lindo. 

Após, voltamos para casa e Anna subiu para o seu quarto para guardar o presente. Então, eu fui para a cozinha e encontrei Greta carregando um cesto com roupas limpas. Parecia pesado, portanto ofereci minha ajuda para levá-lo e ela agradeceu, dizendo que estava sentindo dores nas costas. 

— Vá tomar algum remédio para dor, Greta. Eu levo o cesto. 

— Tem certeza? 

— Sim, pode ir.

— Obrigada, Amália. Deixe o cesto no quarto do Senhor Backer. Não guarde as roupas, pois ele não gosta de que mexam em seu guarda-roupa. Na verdade, ele não gosta de que mexam em nada. 

Uau! Que novidade!

— Tudo bem, Greta. 

Subindo as escadas, o cesto havia ficado bem mais pesado, que pude até sentir o suor em minha testa, quando finalmente cheguei ao topo. Após, entrei em seu quarto sem bater, pois ele não estava em casa. 

Nas outras vezes em que havia entrado, não tinha reparado muito no cômodo. Ele era espaçoso, mas não era muito bonito, pois era escuro. As paredes eram na cor preta, além da cama e dos outros móveis também. Claro que eu não esperava cores alegres, mas não imaginava que seria um breu escuro. Parecia mais um quarto de um adolescente gótico. 

Além disso, havia poucas fotos, mas uma, em especial, me chamou atenção. Então, deixei o cesto sobre a cama e me aproximei do porta-retrato. Na foto, estavam ele e uma menina, sendo que ambos pareciam ter a mesma idade. Eles estavam abraçados e molhados. Além disso, Alex sorria e a menina ao seu lado também. Era uma linda foto.  

Após, devolvi o porta-retrato ao seu lugar e vi um colar, que já tinha o visto no pescoço do patrão. Ele havia chamado minha atenção pelo seu pingente peculiar. 

Então, a porta do banheiro se abriu e Alex saiu de dentro, me assustando. Ele olhou para mim e, depois, para o colar em minhas mãos, que o tirou de mim em seguida. 

— O que faz aqui?  

— Eu vim apenas trazer suas roupas limpas. — Ele respirou fundo. 

— Me dê licença. — Assenti e saí, quase que correndo de seu quarto.

[...]

No outro dia, logo pela manhã, Anna apareceu com uma fantasia para mim. Eu não quis aceitar, porque eu iria servir na festa e também não tinha o porquê de me fantasiar. Mas Kiara chegou depois, e as duas insistiram, até que aceitei, até porque me sentiria culpada depois por eles terem gastado dinheiro em uma fantasia para, no final, eu não usar. 

Além disso, todos deveriam usar uma fantasia no dia da festa, lei aplicada por Anna Backer. 



Obrigada por ler❤️

Até o próximo capítulo ❤️✅

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