Capítulo 8

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AMÁLIA

Dizer que eu não fiquei surpresa com esse homem vir me fazer uma proposta de emprego, eu estaria mentindo. Ele me perguntou se eu sabia cozinhar e, meio hesitante, falei que sim. Desde muito cedo, minha avó me ensinava algumas coisas e, com o tempo, fui me aprimorando. Eu não chego a ser uma Master Chef, mas modestamente eu cozinho bem.

O senhor, que atendia pelo nome de Otávio, me esclareceu, dizendo que Andrew Campello havia me indicado, o que me deixou confusa, porque ele não sabia que eu sabia cozinhar e muito menos onde eu estava "morando". Contudo, após muita insistência de Otávio e de Elisa, eu acabei aceitando, se bem que não é todo dia que uma oportunidade de emprego dessa bate à porta, literalmente. 

Agora, eu estou entrando em uma enorme e linda mansão e irei trabalhar para um homem muito rico chamado Alex Backer. Segundo Otávio, eu teria que dormir aqui para não ter que ficar indo e vindo. Nos fundos da casa, havia um quartinho, onde eu iria me acomodar, assim Otávio me falou. 

Sinceramente, eu precisava agradecer ao Backer por isso, pois, por enquanto, não precisaria me preocupar com moradia. Desse modo, durante o tempo em que trabalharei na mansão, juntarei dinheiro para comprar uma casa própria e também para fazer a prova de seleção para a Universidade. 

—  Aqui, menina! Esse é seu uniforme. —  Greta, uma das faxineiras, falou. —  Você já pode se trocar. —  Afirmei. Já havia assinado o contrato antes de sair da pensão. 

Quando eu já estava uniformizada, havia voltado para a cozinha, encontrando Otávio e Greta juntos a vários empregados.

—  Amália, eu preciso apresentar a você os seus mais novos companheiros de trabalho. — Otávio falou. —  Esse é Noah, o motorista. —  Apontou para um homem alto. —  Já esses aqui são Charles e Joseph, seguranças pessoais do patrão. — Acenei para os outros dois homens à minha frente. — E essa é a Baily. Ela, assim como Greta e todas as outras, cuidam da limpeza. — Balancei a cabeça, perplexa, por ver tantos funcionários para uma só casa. 

— É um prazer conhecer todos vocês. — Falei, sorrindo de leve. Todos me cumprimentaram e me desejaram boas vindas. Então, enfim, todos saíram e eu fiquei sozinha na cozinha. 

Otávio e Greta me deixaram ciente de todos os horários e preferências do patrão. Percebi que eram exigentes, mas não impossíveis de serem realizados.

[...]

Eram pouco mais de 7 horas da manhã. Segundo Otávio, o Sr. Backer ainda estaria dormindo. Então, a mando dele, era para começar a preparar o café da manhã. Um tempo depois, Otávio entrou novamente na cozinha.

—  Está tudo pronto, Senhorita Amália? —  Ele perguntou, com uma postura formal de mordomo.

—  Dispense o termo Senhorita, por favor. — Sorri. — Pode me chamar de Mália. — Ele assentiu. — Ah, já está pronto sim! — Peguei a bandeja e dei a volta no balcão.

—  Ele pediu que seu café fosse servido na cama.

—  Hum… Tudo bem, irei levar.

—  Senh… Mália, o patrão é um pouco difícil de lidar. — Olho para ele. —  Então, seja lá o que ele falar, não levante a voz para ele. — Pisco algumas vezes. — E lembre-se: Alex Backer quer tudo do seu jeito, conforme manda. Entende? —  Afirmo, com o cenho franzido. —  Tome cuidado, menina.

Dou as costas para Otávio, ainda pensativa. Não entendi o que ele quis dizer, parecia que eu iria trabalhar para um matador. Sorrio. Não é possível que esse tal de Alex Backer seja tão mal como ele diz.

[...]

Bati à porta e esperei algum sinal para entrar, mas não tive resposta. Então, bati outra vez um pouco mais forte, pois ele poderia não ter escutado.

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